sábado, 30 de abril de 2016

ENCONTRO COM A PALAVRA #4

(Isaías 61, 8-11)

PALAVRA DO MÊS: ABJURAR

Onde vi/ouvi? No livro "As Palavras" que reúne as verdadeiras "palavras" de Clarice Lispector.

O que significa? Renunciar publicamente a uma religião, a uma opinião, a um sentimento;
renegar (crença, convicção, princípio moral etc.) em que antes acreditava.

Como a empregaria em uma frase/fala/conversa/história? Ao longo da atual crise política brasileira, muitos petistas abjuraram seu estimado e idealista partido.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

VOLÁTIL, MUTÁVEL, VERSÁTIL...

"Não me iludo
Tudo permanecerá
Do jeito que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando
Todos os sentidos...
(...)
Não se iludam, não me iludo
Tudo agora mesmo pode estar por um segundo."
(Gilberto Gil)

DESPEDIDA


"E, quando regou a flor pela última vez e se preparava para abrigá-la sob sua redoma, sentiu-se com vontade de chorar.
- Adeus - disse ele à flor.
Mas ela não respondeu.
- Adeus - ele repetiu.
A flor tossiu. Mas não era por causa do seu resfriado.
- Fui tola - disse-lhe por fim. - Você me perdoa? Trate de ser feliz.
Ele ficou surpreso pela ausência de censuras. Continuava ali, desconcertado, a redoma no ar. Não compreendia aquela suave serenidade.
- Mas claro, eu amo você - disse a flor. - Você nunca soube, por culpa minha. Não tem importância. Mas você foi tão tolo quanto eu. Trate de ser feliz...Deixe essa redoma em paz. Não quero mais.
- Mas o vento...
- Não estou tão resfriada assim...O ar fresco da noite me fará bem. Sou uma flor.
- Mas os animais...
- Tenho de tolerar duas ou três lagartas se quiser conhecer as borboletas. Parece que são lindas. Senão, quem virá me visitar? Você vai estar longe. Quanto aos animais ferozes, não tenho medo. Tenho minhas garras.
E mostrava ingenuamente seus quatro espinhos. Depois acrescentou:
- Não se demore tanto, é irritante. Você decidiu ir embora. Vá.
Pois ela não queria que ele a visse chorar. Era uma flor tão orgulhosa..."
(Antoine de Saint-Exupéry)

domingo, 10 de abril de 2016

ACHADOS E PERDIDOS #1

Como não ou fã de sala escura + projetor, não sofro nem um miligrama de melancolia por não morar em uma capital com shopping + cinema. Sempre consigo achar coisas legais disponíveis, porque um site leva a outro, uma palavra revela um livro e o mundo é mesmo uma ervilha.

Se a arte é mesmo atemporal, eu sou a mais perfeita testemunha do fato. Não me importo em conhecer um filme ou uma música 10 ou 20 anos após seu lançamento, até porque curto muito coisas que foram ao ar antes de eu nascer ou quando ainda ensaiava as coreografias da Xuxa. E tem sido nessa perspectiva que tenho assistido aos filmes que nunca vi e lido os livros que não pude ler no meu exílio estudantil.

Começando por Woody Allen, além do clássico Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, passei por Contos de Nova Iorque, Você vai conhecer o homem dos seus sonhos, Todos dizem eu te amo, Meia-noite em Paris, Magia ao Luar, Blue Jasmine para voltar ao início da carreira com Sonhos de um Sedutor. Nesses filmes há geralmente jazz, situações tragicômicas revelando a vulnerabilidade dos sentimentos, monólogos, personagens imcompreendidos e muita coisa pra aprender sobre os altos e baixos da vida humana. Mas em Sonhos de um Sedutor, Woddy Allen é a estrela do filme e da comédia que não é só risos, mas também reflexão sobre expectativas x realidade no campo amoroso. Há anos ele vem se repetindo, já errou um bocado, mas já acertou muitas vezes. Como resistir a esse clássico?