segunda-feira, 17 de julho de 2017

DJAVANEANDO...


"Talvez essa priorização dada à sonoridade, perceptível em grande parte das canções de Djavan, seja a causa de algumas de suas músicas serem consideradas sem nexo ou demasiadamente sofisticadas. Se assim fosse,  como explicar a espontaneidade com que elas são cantadas  por milhares de pessoas em seus shows? Isso comprova a hipótese de que o povo, da mesma maneira que assimila a música descartável, é capaz de assimilar a poesia da boa música, e que essa poesia poderia atingir mais pessoas, se houvesse interesse por parte dos responsáveis pela escolha do tipo de música que deve ser maciçamente difundida."

*Cor, som e sentido: a metáfora na poesia de Djavan, Maria Heloisa Melo de Moraes, p.58, HD Livros

domingo, 2 de julho de 2017

MASTERCHEF: É TORTA DE LIMÃO OU CLIMÃO?


Mise en place, Surf and Turf, Fusion Food, vieiras (sou louca pra provar!), tomate confit (já aprendi a fazer), redução, deglacear, mirepoix, chutney, flambar, 7 ervas para temperar um bife, creme inglês, creme pâtissière, massa brisé, rabanada ostentação de brioche, cérebro gourmet entre muitas outras iguarias e termos, foi o que aprendi assistindo Masterchef desde a metade da primeira temporada.

Os comentários dos jurados são os mais variados e cada vez mais ácidos, dada a audiência do programa já ter sido das melhores; mas, é como assistir série: torna-se um vício porque a gente sempre quer saber o que mais vão inventar! Eis alguns exemplos de avaliações:

Menos é mais
Deprimente
Esquecível
Honesto
É correto
Horrível
Nem parece comida
Não é ruim, é muito ruim
É agradável
Seu prato, uma garfada: caixão e vela preta

O programa infla o ego dos participantes ao dizer: vocês agora chegaram no top 10! Vocês são os dez melhores cozinheiros amadores do Brasil. Vamos combinar! Teve participante que alegou não saber fazer café por causa da religião da mãe, a maioria foge da confeitaria como o óleo foge da água, alguns se dizem viajados e experientes em certos pratos e fazem uma lambança sem gosto. Tem os modernos que usam tudo quanto é utensílio, mas esquecem o sal, fora aqueles que sempre alegam estar fazendo o prato preferido do pai ou da mãe (fala sério, brasileiro é muito emotivo!).

Tem Ana Paula com aquela cara de "ai, se eles me dessem um pedacinho!", Paola fazendo a madrecita ou a madrasta da Cinderela, Fogaça sempre mandando a real e Jacquin mais ou menos ameno, porque pode até abrir franquia em breve ou fazer presença vip em churrasco na laje que vai tirar um trocado legal. E, além disso tudo, tem treta, muita treta...o jogo vai virando um Big Brother, a galera vai deixando cair a máscara, formando as panelas e descendo a colher de pau nos bastidores. Esquecem que tudo vai ao ar, que tudo vira polêmica nesses tempos doentios de redes sociais, e eu não sei se vou assistir o show vergonha alheia que vai ser no reencontro após a final. Tenho certeza de que o que não vai faltar é tompero!