sábado, 30 de dezembro de 2017

CHEF #4: NIKI NAKAYAMA


"Em japonês há uma palavra chamada kuyashii usada quando alguém te coloca pra baixo ou diz que você não consegue fazer alguma coisa e você fica com aquele desejo ardente de provar que estão erradas. No começo da carreira eu tirava muita motivação disso. Estando numa cozinha só com homens eu tinha de provar que era capaz de ser equiparada ao trabalho deles. Há um sentimento de determinação, de não ser inferior."

CHEF #3: FRANCIS MALLMANN


"Raramente convido pessoas para almoçar ou jantar comigo. Elas são escolhidas a dedo, porque não posso perder tempo com pessoas de que não gosto. Não posso mais fazer isso como teatro. Eu faço escolhas e essa é a beleza do amadurecimento: aprender a dizer não. De forma educada, mas dizer não. Mas amadurecer também tem um pouco disso, poder dizer a verdade, mesmo que machuque."

CHEF #2: DAN BARBER


"Nossa vida não é uma tentativa de preencher um vazio após o outro? Não sei se estou tendo sucesso nisso ou não, mas estou me esforçando muito. Quem sabe onde uma coisa origina e outra termina? Eu não sei...Existe uma vida inteira para isso dar certo."

CHEF #1: MASSIMO BOTTURA


"Se você tem sucesso, se vive um momento de felicidade incrível, a felicidade é muito maior e mais profunda se a dividir com os outros. Ao conquistar isso com alguém, a felicidade, o sentimento é imenso, é em dobro. Essa é a questão."

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

EU ERA FELIZ E NÃO SABIA


"Nos fins de tarde, eu pegava tomate ou limão, tacava sal e ficava ali saboreando minhas invenções culinárias até o sol se pôr. Para enganar a fome enquanto o jantar não saía, comia cenoura crua. Também amava doces, claro. Cheguei a devorar colheradas de açúcar diretamente do pote, num momento de distração dos adultos de plantão - bobinhos.

Até que um dia o salmão virou ômega 3, as cenouras se transformaram em betacaroteno e o açúcar mudou o RG para carboidrato. Comer passou a ser um negócio complicado. Os tomates sumiram do meu prato e, no lugar deles, apareceram licopenos Minhas batatas fritas, que eu saboreava com arroz, feijão, bife e salada, se tornaram criminosas. Vi minha vida passar diante dos meus olhos quando soube que aquelas belezinhas crocantes por fora e macias por dentro tinham um monte de gordura e isso não era legal. Comecei a comê-las escondida de mim mesma e fingindo que não pensava nelas diante de um filé de peito de frango grelhado - aliás, me desculpe, o correto é dizer proteína magra.

Alguém mordeu a maçã do pecado original da alimentação e nos condenou às vitaminas e aos antioxidantes. Só pode ser. Mas eu me libertei e estou aqui para dar meu testemunho."

* Extraído do livro "Prato Sujo - como a indústria manipula os alimentos para viciar você" - Márcia Kedouk