"Cada aeroporto é um nome no papel"
Passagens compradas, ticket to ride, now boarding gate, "barra de cereal, senhora?" (ai que saudade da Varig!), malas por fazer, por pegar na esteira estérica e lá vou eu por três operadoras e seus preços mais ou menos cabíveis no meu bolso D1 velejar por aí.
"E eu quero tudo no próximo hotel: por mar, por terra ou via embratel"
Humm...dessa vez não terei toalhas brancas, edredon 200 fios e nem vista para o mar, mas as amizades compensam o labor da empreitada. A viagem transcorrerá sem percalços por Avianca, por Azul e pela Gol, com duas conexões que vão me render algumas horas perambulando, vendo vitrines e doida pra fugir dos funcionários das operadoras, que dizem educadamente: "senhora, nós não recomendamos sua saída da sala de embarque", a quem eu mais educadamente ainda respondo: "é rapidinho! vai dar tempo!".
"Viver é bom: arrives and departures!"
Finalmente viajando, arranjei péssimas vizinhos de viagem (o pior deles foi um adolescente gigante estilo "aê, mano, é nóis!" divulgando sua ressaca e escutando reggae), vôo cancelado e troca imediata de operadora (quando a farinha é pouca, meu pirão primeiro!), alguns leves atrasos, mas tudo valeu a pena. Como sempre aquelas velhas orientações "em caso de despressurização" e "use o assento para flutuação", como se alguém numa hora dessas fosse atentar para isso. Detalhe: por uma fileira a mais não fui obrigada pela aeromoça a ler as instruções das saídas de emergência, como se isso fosse adiantar alguma coisa.
Na metrópole paulista, investimento pesado em casacos para não trincar de frio (assessoria na Barred's by Luciana Martins), cinema com meus queridos primos lindos, jantar no
Rong He (
http://www.ronghe.com.br/)(onde comi
"o yakissoba" com meu amigo rei paulista), almoço na sogra da Lu acompanhada do pequeno príncipe Davi (coisa mais bonita é você!), a quem dei mamadeira, segurei, brinquei, tirei fotos e mais fotos para não esquecer aquele sorriso puro.
Mais um embarque imediato e lá estava no Galeão, alojada com vista pra Baía da Guanabara, onde iria começar outra sessão de aventuras, revendo amigas na Creperia Bibi, amigos santos na Shalom e no Rio Sul (eita que coisa chata!), orientadora, técnicos (o Flavinho continua mal humorado, pra variar), minhas mestras queridas e muitas confidências (momento adolescente x maturidade). Voltei a ter vida de estudante, matando a saudade dos podrões do Flávio (parecia uma esfomeada na seca e sempre abençoava o alimento pedindo ao Senhor que me livrasse da infecção intestinal). Para não perder os bons costumes culturais e renovar meu banco de dados visuais, estava me esperando Santa Tereza de portas abertas, com seu Parque das Ruínas, atelliers, bondinho e muito boteco pra inglês ver. Entre tantos encontros, revivi missa na Santa Rita, peguei uns transportes alternativos onde pude relembrar os sotaques cariocax e me sentir na peça Os Suburbanos, revi meus muitos pais adotivos, meus amigos de carona, ri de novo com as piadas do Ilton e já estou sentindo falta do carinho da Sílvia.
Pra terminar, meu lugar favorito: Praia Vermelha, Urca, pôr-do-sol, Pista Cláudio Coutinho, bondinho que ía e vinha e aquela pequena faixa de areia com águas tranquilas verde-turqueza para renovar o ânimo e regressar. O caminho à tarde, o sol alaranjado nos prédios e a volta por Botafogo, Aterro do Flamengo lançou várias músicas no ar e só dava vontade de cantar: "Como o mar está sereno! Olha lá! As gaivotas já vão deixar suas ilhas.Veja o sol! É demais essa cidade, a gente vai ter um dia de calor" (Cigano-Djavan). Enfim, definitivamente:
"Viver é bom: partida e chegada. Loneliness no matter!".
PS: Só faltou uma ida ao "cutbox" com Léo e Dri, mas fica pra próxima.