segunda-feira, 29 de agosto de 2022

ANTEONTEM MUSICAL

Houve uma série da Globo chamada "Por toda minha vida" que deixou boas lembranças. Recordo dos episódios de Renato Russo, Nara Leão e resgatei esses dias o de Cazuza.

Lembro que quando eu tinha 10 anos "Faz parte do meu show" tocava muito no rádio por causa da novela Vale Tudo e do casal Afonso e Solange, injustiçados pela azeda da Maria de Fátima e seu comparsa César. Três anos depois "Codinome Beija-flor" tocou mais ainda tanto na novela na voz de Luiz Melodia, como na voz do próprio Cazuza. Antes disso, tínhamos uma fita K7 com um lado "Trem da Alegria" e outro contendo os sucessos do ano. "Exagerado" sempre tocava nas viagens, junto com outras internacionais como "I guess that's why they call it the blues". Como Mainha costumava comentar, a gente já sabia até o trecho da estrada que ia cantar! Rs

Mas voltando a Cazuza, no final de 1989 perdi um tio muito importante e referência na minha vida. Ele faleceu de AIDS quando o Brasil começava a falar disso. Acompanhar a luta de Cazuza foi como aceitar que essa doença era perversa e que não escolhia classe.

Ainda hoje ouvir Cazuza soa em meus ouvidos como algo atual, pela melodia e poética das letras. E me remete inevitavelmente à dor da perda de Tio Guilherme, mas ao mesmo tempo ao Brasil do Globo de Ouro, Clipes do Fantástico, Chacrinha e trilhas de novelas que me permitiram ter acesso a obras que fazem parte do meu recorrente anteontem musical forever e ever.