segunda-feira, 29 de julho de 2019

MENOS É MAIS!


"Como inventamos uma sociedade de consumo consumista, compra-se e descarta-se. E o que estamos gastando é tempo de vida, porque quando eu compro algo ou tu, não pagamos com dinheiro, pagamos com o tempo de vida que tivemos que gastar para ter aquele dinheiro. Mas tem um detalhe: tudo se compra, menos a vida. 
A vida se gasta..."
(José Mujica - Documentário Vida Sóbria)

domingo, 14 de julho de 2019

NISE E OS BICHANOS


Ela dizia que os gatos são “excelentes companheiros de estudos, amam o silêncio e cultivam a concentração” e admirava a independência dos felinos, sempre ronronando ao seu redor no escritório. “Cultivo muito a independência. Por isso gosto do gato. Muita gente não gosta pela liberdade de que ele precisa para viver. No circo você vê tigre e urso, mas não vê um gato. O gato é altivo, e o ser humano não gosta de quem é altivo.”

(Nise da Silveira - Gatos, a emoção de lidar)

sábado, 6 de julho de 2019

R.I.P JOÃO GILBERTO


Hoje o Brasil perdeu um gênio que influenciou gerações de artistas com sua batida diferente, um baluarte da Bossa Nova que fez a música brasileira ganhar o mundo. Perfeccionista e cheio de manias, adorado por uns e aturado por outros, João Gilberto era de uma originalidade intransferível e impossível de ser plagiada. Chegava a cismar com alguns colegas do meio e tapava a posição do violão para não ser copiado.

Mesmo com sua timidez e posterior reclusão severa, todos os livros sobre Bossa Nova são escritos em torno do mito. Neles sempre há depoimentos de grandes nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Marcos Valle, Gal Costa contando onde estavam e o que sentiram quando ouviram Chega de Saudade pela primeira vez. Talvez nem ele soubesse onde tão longe iria chegar e sem perceber foi imprimindo sua marca indelével nas canções que (re)gravou.

Ronaldo Bôscoli, que ele apelidou de Ronga, conviveu com o mestre e fez o seguinte relato em seu livro de memórias Eles e Eu:

"O que sempre impressionou todo mundo em João Gilberto foi sua inteligência e seu estilo. Eu diria que João tem um estilo de ser inteligente. As suas concepções, sua capacidade de criar um diálogo - João não fala palavrão e usa pouquíssima gíria -, o seu baianês, a sua capacidade de síntese, de explanação são impressionantes.

Num dia de carnaval, perguntei a João pela primeira e única vez:
- Afinal, João, de onde é que você tirou essa sua batida de violão?
- Deve ter sido quando eu era menino em Juazeiro. As lavadeiras levavam roupa no cesto para lavar no rio e desciam até lá com um suíngue danado. Eu tapava os ouvidos e só ouvia aquele negócio, squintim, squintim...A cadência sincopada das lavadeiras me inspirou esse ritmo da Bossa Nova. Acho que foi por aí...

É, deve ter sido, João..."