quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

PASSE LIVROS ADIANTE!

"Acho lindo quem tem uma grande biblioteca particular. Mas, por vezes, isso é apenas um sintoma de acumulação compulsiva. Livros foram feitos para serem lidos. Parados e fechados na estante de casa, servem apenas para acumular poeira...

Qual o sentido de acumular milhares de títulos que jamais serão relidos por mim? É bem melhor, creio, passá-los adiante, para que cumpram o papel sagrado de transmissores de informação e cultura, nas mãos de novos leitores." (Lira Neto in Diário do Nordeste)

sábado, 14 de janeiro de 2023

A FUNÇÃO DA ARTE

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: 

– Me ajuda a olhar! 

(Eduardo Galeano)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

AGENTE FOMOS NO SHOPPING

"Os habitantes dos bairros suburbanos vão ao center, ao shopping center, como antes iam até o centro. O tradicional passeio do fim-de-semana até o centro da cidade tende a ser substituído pela excursão até esses centros urbanos. De banho tomado, arrumados e penteados, vestidos com suas melhores galas, os visitantes vêm para uma festa à qual não foram convidados, mas podem olhar tudo." (Eduardo Galeano)

Moro numa cidade do interior cujo sonho de uma parcela da população é que tenhamos um shopping. A desculpa é que teríamos um cinema. Tanto desejaram que o cinema chegou! Na verdade, voltou, pois num passado não tão distante já tivemos 6 cinemas segundo um historiador local, dos quais eu só recordo do Cine Coliseu, onde assisti alguns filmes dos Trapalhões nas matinês com meu irmão. 

Sobre o templo do consumo, temos um comércio de rua com direito a algumas franquias e atacadões, que atendem de certo modo a essa expectativa dos personagens do texto acima.

Quanto a mim, nunca fui afeita a esse tipo de passeio/ambiente. Primeiro, porque quando mais nova não tinha dinheiro pra gastar, então não fazia sentido ir lá só pra desejar consumir e não poder. Hoje em dia só vou a um lugar assim se for mais prático para rever um amigo na capital ou se for comprar algo numa loja específica. Apesar de tudo, fica a dica: se viajar para um lugar novo e quiser garantir alimentação ou distração em dias de chuva, fique em hotéis próximos. Pelo menos, se nada der certo, o passatempo coletivo da sua viagem estará garantido.