sexta-feira, 24 de junho de 2011

AND SO IT'S...



"Faço longas cartas pra ninguém, e o inverno no Leblon é quase glacial"(Adriana Calcanhotto)

Num fragmento de rascunho, encontrei algo que dizia assim: "estou numa fase onde pouca coisa me atrai, especialmente as leituras. Tenho muita coisa ao meu redor, muitas fontes para escolher e são cada uma melhor que a outra. Estou exausta de me conhecer, de compreender minhas reações e emoções para ver se não feri, se não magoei o outro. É muito empirismo para pouca prática e anseio a todo instante pela experiência como uma forma de me libertar do que já fora imaginado de tantas formas e não foi vivido. Eu nao cheguei onde quero chegar e já cansei de não ser compreendida. Meus sonhos são outros e são caros, mas passam tranquilamente pelo senso comum."

"Mas se você resistir e teimar e fugir
Não se assuste se tudo enguiçar
A engrenagem do amor pode ser traiçoeira e vingar"
(Marina Lima)

domingo, 12 de junho de 2011

A QUEM INTERESSAR POSSA...


Dia dos namorados é, definitivamente, um dia comercial. As pessoas ainda endividadas do carnaval, do IPVA, dos ovos da páscoa saem às ruas com suas lojas e vitrines cheias de coração de papel crepon e laminado para garantir seu trunfo do dia 12. Lá se vão rios de dinheiro em caixas de chocolates, roupas de marca, buquês (dá uma dó das flores extirpadas da terra)...mas peraí! Isso aí é presente do passado! Hoje em dia, os presentes mais cotados devem ser um Celular Multifuncional (só não faz beijar na boca, mas o resto...), um Tablet ou mesmo um Notebook! Isso estou falando acerca da minha esfera social e acadêmica, porque se eu for aumentar a cifra e o imposto de renda, o nível dos presentes evolui tranquilamente para uma ida básica a Veneza, um jantarzinho casual na Torre Eiffel ou mesmo um happy hour informal tipo queijos e vinhos sob o sol da Toscana.

E eu, com minha criatividade e romantismo (atualmente, mais oriental do que ocidental) não poderia deixar passar em branco essa data e fazer um post para recordar os papos, ideais e sonhos partilhados com as amigas (agora quase todas casadíssimas!) dos tempos saudosos de outrora. Dia desses, até que encontrei um conselho útil no fútil msn:

As ofertas de príncipes no mercado são escassas. Quando lindos, são convencidos. Quando ricos, são hedonistas. Quando caçadores, você não é a única caça. Os gentis demais são afeminados. Os viris, egocêntricos. Os poetas sonhadores, uns chatos. Os provedores não gostam de lavar louça. Todas as outras variações têm pitadas machistas. E você, tão autossuficiente, suspira "poxa, eu só queria um companheiro para esta vida".

About me, "não discuto com o destino: o que pintar, eu assino" (Leminski). Demorou, mas eu aprendi que ninguém é perfeito e que o amor é mesmo um produto: eu escolho e o outro me escolhe de acordo com nossas necessidades a serem supridas e metas a serem alcançadas. Mas, para não perder a poesia concreta do dia, deixo-lhes a Divina Comédia Humana (Belchior) falar por si, porque como diz uma amiga: se eu contar minha história para o carroceiro, até a burra chora.

Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim como um Sol no quintal
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual
(...)
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dele noite e dia
Fazendo tudo de novo e dizendo sim à paixão morando na filosofia

sábado, 4 de junho de 2011

FARTURINHA: O FILHOTE DA PROSPERIDADE


Ninguém acredita nessa história, nessa saga e nem na minha tamanha criatividade, mas vejam só: eu sou assim mesmo, criativa, autêntica e cômica (uma figuraça, como diria Paty Floid). Sempre criamos gatos pela frustração de meu pai não deixar a gente (eu e meus irmãos) criarmos cães. Então, detonamos nossa paixão pelos felinos e aqui em casa já chegou a tal nível que diziam que era uma fazenda de gatos.

Já cheguei ao ponto de levar gato doente em viagem, gato esse em tal estado que o povo do ônibus dizia: sem futuro menina, joga esse gato fora!Isso pra não falar das senhoras da rua que vinham fazer medo a minha mãe, dizendo que teríamos asma e "inpingem". Que nada, fala sério! Pra quem cresceu indo pra roça, tomando leite de vaca, banho de riacho, andando de carro de boi ou cavalo, zelar de um bichano é, no mínimo, algo muito simplório e até aumenta a imunidade.

Mas enfim, voltando para o contexto atual, apareceram 2 gatas na laje da dispensa ferro velho de painho e tive muita dó, porque só tinham o couro, o osso, um grunhido e a vontade de viver. Tão fracas estavam que não conseguiam nem roubar qualquer coisa que eu deixasse na pia. Então, com muita caridade, subi uma escada nada segura pra alimentar essas gatas. Daí elas chamaram mais 2 gatos, mais esquálidos ainda, na mesma petição de pobreza. Haja comida, leite, ração de R$ 1,50 e nada dos gatos se reconstituírem, até que num belo dia de sol, observando aquela imagem, pensei direitinho e num lampejo de inteligência dei um nome pra cada um: Miséria, Penúria, Anemia e Desnutrição.

Atualmente, Anemia e Desnutrição não andam mais pedindo comida e eu prefiro acreditar que eles tiveram alta, mas Penúria e Miséria continuam amigas como tem que ser. Só que Miséria, mesmo nesse estado, obedecendo a seus instintos, conseguiu engravidar e, quando descobrimos, já estava carregando seu filhote pela boca, escondendo da gente. Tentamos ajudá-la, dando um leite especial, lascas de carne para ela ter condição de, ao menos, amamentar o filhote. Ela tentou, mas não contrariando seu nome, a miserável acabou abandonando o filhote, que nós, por compaixão, adotamos. Daí, pensei: se esse inocente filho da miséria sobreviveu e está cada dia mais fofinho, com seu pelo branco rajado e olhos azuis, só pode ter 3 nomes: Fartura, Prosperidade ou Abundância. Abrimos para votação e venceu Farturinha, que anda crescendo vertiginosamente, pois já está um gatinho adolescente. Como ele foi desmamado, é um gato muito carente que adora ver TV enroscado nas minhas pernas e tem até me feito companhia quando fico até tarde no computador.

Ultimamente, sob meu treino e incentivo, tem se revelado um exímio jogador de bolinhas e tampas de garrafa PET, e tem se destacado nas modalidades: mordidas atrozes, saltos mortais da escada (Farturinha dos Santos), corrida normal (Farturinha Jóquei), de obstáculos (debaixo da mesa) e escalada (Farturinha Aranha). Estou pensando seriamente em inscrevê-lo nas Olimpíadas e, quiçá, na Copa, se é que os estádios ficaram prontos para ter a honra de receber Farturinha, o Fenômeno!!! Ah! E pra quem não acreditou nesse história, veja aí quem são Penúria e Miséria:


PS: Na semana passada, o pai de Farturinha apareceu para tentar uma aproximação com o filho, mas estamos negociando as regras das visitas.