sábado, 4 de junho de 2011

FARTURINHA: O FILHOTE DA PROSPERIDADE


Ninguém acredita nessa história, nessa saga e nem na minha tamanha criatividade, mas vejam só: eu sou assim mesmo, criativa, autêntica e cômica (uma figuraça, como diria Paty Floid). Sempre criamos gatos pela frustração de meu pai não deixar a gente (eu e meus irmãos) criarmos cães. Então, detonamos nossa paixão pelos felinos e aqui em casa já chegou a tal nível que diziam que era uma fazenda de gatos.

Já cheguei ao ponto de levar gato doente em viagem, gato esse em tal estado que o povo do ônibus dizia: sem futuro menina, joga esse gato fora!Isso pra não falar das senhoras da rua que vinham fazer medo a minha mãe, dizendo que teríamos asma e "inpingem". Que nada, fala sério! Pra quem cresceu indo pra roça, tomando leite de vaca, banho de riacho, andando de carro de boi ou cavalo, zelar de um bichano é, no mínimo, algo muito simplório e até aumenta a imunidade.

Mas enfim, voltando para o contexto atual, apareceram 2 gatas na laje da dispensa ferro velho de painho e tive muita dó, porque só tinham o couro, o osso, um grunhido e a vontade de viver. Tão fracas estavam que não conseguiam nem roubar qualquer coisa que eu deixasse na pia. Então, com muita caridade, subi uma escada nada segura pra alimentar essas gatas. Daí elas chamaram mais 2 gatos, mais esquálidos ainda, na mesma petição de pobreza. Haja comida, leite, ração de R$ 1,50 e nada dos gatos se reconstituírem, até que num belo dia de sol, observando aquela imagem, pensei direitinho e num lampejo de inteligência dei um nome pra cada um: Miséria, Penúria, Anemia e Desnutrição.

Atualmente, Anemia e Desnutrição não andam mais pedindo comida e eu prefiro acreditar que eles tiveram alta, mas Penúria e Miséria continuam amigas como tem que ser. Só que Miséria, mesmo nesse estado, obedecendo a seus instintos, conseguiu engravidar e, quando descobrimos, já estava carregando seu filhote pela boca, escondendo da gente. Tentamos ajudá-la, dando um leite especial, lascas de carne para ela ter condição de, ao menos, amamentar o filhote. Ela tentou, mas não contrariando seu nome, a miserável acabou abandonando o filhote, que nós, por compaixão, adotamos. Daí, pensei: se esse inocente filho da miséria sobreviveu e está cada dia mais fofinho, com seu pelo branco rajado e olhos azuis, só pode ter 3 nomes: Fartura, Prosperidade ou Abundância. Abrimos para votação e venceu Farturinha, que anda crescendo vertiginosamente, pois já está um gatinho adolescente. Como ele foi desmamado, é um gato muito carente que adora ver TV enroscado nas minhas pernas e tem até me feito companhia quando fico até tarde no computador.

Ultimamente, sob meu treino e incentivo, tem se revelado um exímio jogador de bolinhas e tampas de garrafa PET, e tem se destacado nas modalidades: mordidas atrozes, saltos mortais da escada (Farturinha dos Santos), corrida normal (Farturinha Jóquei), de obstáculos (debaixo da mesa) e escalada (Farturinha Aranha). Estou pensando seriamente em inscrevê-lo nas Olimpíadas e, quiçá, na Copa, se é que os estádios ficaram prontos para ter a honra de receber Farturinha, o Fenômeno!!! Ah! E pra quem não acreditou nesse história, veja aí quem são Penúria e Miséria:


PS: Na semana passada, o pai de Farturinha apareceu para tentar uma aproximação com o filho, mas estamos negociando as regras das visitas.


5 comentários:

  1. Hhauaua, ri muito com essa história! Que nomes criativos! rsrs
    Eu adoro gato, apesar de agora estar criando um cachorro. Gatos são calmos, fofos... E esse ar de inteligência que eles têm me deixa apaixonada! =)

    Beijocas!!!

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  2. Esplêndido!!!
    A história de Farturinha poderia estar nas prateleiras, daria um bom livro!
    Claro, seria uma comédia...(risos)
    Uma história extremamente cômica...Farturinha, a filha da Miséria (Que é miserável mesmo!)...
    Quando li, lembrei da música "A história de uma Gata", do meu cd antigo dos Saltimbancos...

    Essa questão das visitas precisa ser bem revisada e acompanhada por algum advogado...(risos)

    Mudando totalmente o norte do comentário, gostaria de fazer uma sugestão...Gostaria que houvesse um relato sobre a inesquecível viagem a Salvador...E, já que quem está na chuva precisa se molhar mesmo, ainda sugiro o tema..."Por Onde Andei..."

    PS: Queria parabenizá-la pela iniciativa da criação do blog... Finalmente há um lugar onde podemos limpar a vista enevoada pelos novos "tipos de arte" (Se é que podemos chamar tais absurdos de arte...).

    Anseio por mais novidades e almejo uma grande repercussão para o seu blog!

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  3. Flavinha, amiga, ri que chorei! Só vc mesmo pra pôr esses nomes em gatos, eu ficaria em dúvida entre Duquesa, Princesa, Tigresa e variantes do masculino (mesmo eles não tendo sangue real suficiente para tais títulos).
    Adoro gatos, pena que meu marido teime em dizer que ele será sempre o único gato da casa.
    Parabéns pelo post, com certeza o mais divertido de todos até agora.

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  4. Estou com dificuldades para escrever por tanto rir!!! Flávia, só você mesmo para tanta criatividade. Se a história fosse minha, com certeza, os nomes seriam diferentes, pois lá em casa os bichos têm nome de comida: a gata se chama Docinho (meu irmão a chama de Felzinho), já meu cachorro lindo, Manteguinha.
    A história de Farturinha, com certeza, merece um livro.
    Parabenizo-a pela bondade em alimentar e cuidar de seres tão indefesos.
    Um grande abraço,

    Jaque CDB (você vai descobrir o significado dessa sigla rapidinho).

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  5. kkkkkkk, Flavia juro que não consigo parar de rir! segunda vez que vejo essa história, a primeira foi pessoalmente, e mesmo assim.. ME ACABO DE TANTO RIR!
    Parabéns pelo blog, suas historias já são esplendidas e em sua maioria muito engraçadas!
    Acabou de ganhar mais uma seguidora, que pelo jeito não vai sair desse blog.

    xêro :D

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