sábado, 26 de outubro de 2013

BOLSA-WHISKAS



Recentemente, com a casa ficando mais vazia, só tem restado o início de tudo, Farturinha (que só falta falar) e os gatos agregados. Comentários do tipo: "Eita, gata besta!", "Ei, seu maluco! Não bata na sua irmã!", "Vamos virar sócios da Whiskas" são comuns, por conta de Branquinha e Raposinha, nomes melhores dados pelo meu pai às irmãs de Farturinha, novamente frutos do abandono de Miséria. Eu prefiro chamá-las de Miserinha e Penurinha, porque são a réplica da primeira geração de gatos em reabilitação que apareceram na laje do "almoxarifado" de painho.

Que meus pais são uma resenha, isso quem convive já sabe. Aparentemente, pessoas sérias, educadas, polidas, mas quem um dia assistir TV ou passar a frequentar a casa para um cafezinho sabe que vai dar muita risada e ouvir muitas histórias. Que o digam Alan, Juanita, Luan e cia, que já foram incorporados ao clã de comediantes não descobertos. Logo, comentários como esses citados acima são comuns, e até acho que os vizinhos não entendem nada e me divirto atiçando a curiosidade alheia.

Voltando aos felinos, entre os gatos agregados estão um siamês (que só pode ser o pai das gatinhas), um pretão fofo de olhos verdes e outro que é o maior gato que já vi ao vivo, nomeado por todos nós de Fofão. Eles ficam transitando entre o nosso quintal e o telhado da vizinha, sempre dispostos a pegar uma briga feia (de voar tufos de pelos) com nosso gato-mor e comer a ração que damos para as menores abandonadas. Não bastasse toda essa trupe, apareceu essa semana um gato cinza enorme, gordo, de olhos azuis e pelo macio. Meu pai, correndo o risco de levar umas unhadas, já tratou de pegar o gato para me mostrar e minha mãe logo alertou na maior tranquilidade: "esse gato é gordo, esse gato não é besta, tá bem querendo passar férias aqui em casa". Dei muita risada e só me restou cantar:

"Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás."
(Chico Buarque)

PS: Se Fartura já se estressa com as irmãs, imagine o UFC que vai acontecer quando ele cruzar com o novo encanto de meu pai. Rifocina pra que te quero!

Um comentário:

  1. Ai, amiga, nem queria rir hoje. Kkkkkk!!! A forma que narra as peripécias do seu "gatil" é fantástica. Vou começar a contar as doidices de Minha Mia, a gata mais doida e mais dengosa que você já conheceu (só pode ter puxado a mim). Saudades demais de você, D. Flávia Jorlane, minha amiga. Bjs!

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