“Eu não sou uma profissional, eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo amadora. Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim…” (Clarice Lispector)
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sexta-feira, 23 de maio de 2014
SELFIE VOCÊ MESMO!
Não sou antropóloga nem socióloga para interpretar os fenômenos e resultados da era da comunicação digital, mas acho que assim como eu esses estudiosos já perceberam o ávido e frenético desejo de registro e afirmação (ou seria busca?) de identidade impressa na moda/mania dos atuais selfies e excesso de registros fotográficos feitos por celulares e tablets em qualquer lugar e situação.
De repente, todos querem deixar suas marcas e diferente dos homens na pré-história, tem recursos instantâneos, fáceis, à distância de um touch como eu costumo dizer para fazerem registros importantes, imprescindíveis ou até mesmo patéticos de suas vidas e da vida dos outros. Escovou o cabelo? Fez a sobrancelha? Comprou sapato novo? Corre para o Instragam. Parece que todo mundo virou celebridade e ganhou fãs da noite para a madrugada. Basta um celular na mão de uma pessoa "ixperta" que a próxima vítima está por ser capturada. Se fosse só registrar, tudo bem! Mas legal é registrar e mais legal ainda é compartilhar. E aí é que começa a desordem...
Por exemplo, uma mulher estava infartando em uma sala de aula de uma faculdade e enquanto uns tentavam salvar sua vida, uma cidadã Spielberg filmava o ato de agonia. Casais acalorados filmam momentos íntimos e quando se separam, um deles lança na rede dos voyeurs famintos e até alegam que sua companheira seja garota de programa. Há também um número considerável de jovens que querem se sentir meninas playboy por uns milhares de pixels e fazem ensaios sensuais para seus namorados, que mandam para os amigos morrerem de inveja da sua efêmera conquista, e eles mandam para outros que compartilham com outro tanto e aí não tem mais como controlar. Nesse último caso, algumas tiveram que mudar de cidade e infelizmente outras chegaram ao suicídio.
Será que é preciso tudo isso? Tanta exposição por nada? Como ser um rosto na multidão de narcisos temporários e espectadores famintos por novidade? Fica aqui minha forte torcida para que as próximas gerações aprendam o conceito de privacidade e mirem suas câmeras para aquilo que fica bem longe do efêmero e descartável.
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