domingo, 14 de setembro de 2014

LEIS PONDERAIS DA VIDA REAL

"Grandes revoluções acontecem lentamente, silenciosamente." (Guilherme Arantes)



Nas leis da química há muitos princípios que regem as reações, mas na vida real nem sem sempre os reagentes são tão obedientes e bem comportados, dóceis ao manipulador da reação. Se dependesse de Lavoisier e Proust as reações seguiriam o dito popular "quem planta, colhe", e eu ainda completaria com a lógica da agronomia: quem planta milho, colhe milho; quer colher feijão? Plante feijão! Simples assim!

Só que na dança dos átomos da vida, pode acontecer nada, quase nada ou mesmo explosões de ordem e magnitude nuclear, dada a afinidade química e condições empregadas. Há reações que são delicadas, melindrosas, que exigem paciência e muito cuidado e observação. Requer que se explore as leis cinéticas, muitas vezes com trocas inelásticas e pouca resposta às aplicações do princípio de Le Chatelier.

Tem ainda as reações resistentes a alterações de temperatura e pressão, enquanto outras ocorrem tranquilamente nas CNTP ou em condições ambiente. E não tem afinidade química, contato entre os reagentes, orientação molecular adequada, presença dos melhores e mais caros catalisadores que dê jeito!

Mas, eis que em um dado momento, esquecemos a reação e dias e noites depois voltamos lá e vemos uma tímida mudança de cor. Às vezes, não há mudança visível, mas ao analisarmos uma pequena amostra, o aparelho detecta que se formaram traços, ppm ou ppb da substância esperada. Isso no laboratório da vida pode ser motivo de grande comemoração ou mesmo da constatação de que mais tempo e paciência serão necessários.

Assim também é nos projetos da vida: o cronograma de execução sofre alterações a depender das circunstâncias, das adversidades, dos nãos e dos sins. É por isso que meu amado Pe. Zezinho me diz que "milagres acontecem quando pomos de joelho o coração", e como em toda titulação que se preze, o ponto de viragem um dia chega.


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