"Sem nenhum pudor
Devo expor o meu ponto de vista
Daqui de onde estou
A cidade oferece uma pista"
(Gilberto Gil)
O Rio é hors concours, já dizia um amigo após a minha longa propaganda da cidade maravilhosa. Mas nem sempre foi assim...ao chegar lá me senti como Caetano ao se deparar com Sampa, quando canta: "Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto. Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto". Como morei no subúrbio das escolas de samba, mas também dos morros (embora o Rio seja povoado deles), das pixações e ruas mal cuidadas não tinha como ver beleza. O estranhamento foi intenso e ainda não havia para mim poesia nem reflexos da bossa nova, das agendas culturais nem da orla mais famosa do mundo.
Mas fui pouco a pouco desbravando cada avenida até chegar na beira-mar, até atravessar o túnel e conhecer o cartão postal: a zona sul e seu sem-número de referências que conhecia das canções. Aí tudo ficou mais claro! Hoje, como turista, minha hospedaria é o Catete, um bairro que é o ponto de partida para a zona sul ou para o centro e zona norte.
"Sem nenhum pudor
A memória pertence ao futuro
Daqui de onde estou
A cidade é um lugar seguro"
(Gilberto Gil)
Por isso resolvi listar as vantagens para se hospedar nesse bairro, que como canta Gilberto Gil oferece uma pista do Rio e é, de fato, um lugar seguro, uma vez que nunca presenciei nada desagradável e sempre sai e voltei a qualquer hora em segurança.
#1- O bairro tem como referência a Rua do Catete, onde há desde bancos a comércio variado, de roupa a hortifruti.
#2- Há duas estações de metrô (Largo do Machado e Catete), além de taxis e linhas de ônibus. Do centro até a zona sul, dentro do espectro das muitas coisas para se fazer em um dia de passeio, a linha de metrô faz Centro - Glória - Catete - Largo do Machado - Flamengo - Botafogo - Copacabana - Ipanema - Leblon, considerando ainda o metrô na superfície.
#3- Fica "colado" no Terminal Santos Dumont.
#4- As farmácias e lanchonetes/fast food ficam abertas até tarde da noite e há podrões em cada esquina, para quem encarar.
#5-Tem hotéis e hostels para todos os bolsos. Recomendo o Hotel 1900 (executivo), o Imperial Hotel (mais completo e adequado para famílias) e o Rio Claro (hotel com características de pousada).
#6- O Parque Eduardo Guinle é um cantinho para fugir e ler um bom livro.
#7- O Museu da República (Palácio do Catete) e seu mini-jardim botânico é outro refúgio gratuito.
#8- Além do Palácio, há o Oi Futuro, Teatro Cacilda Becker e Museu do Folclore.
#9- No Largo do Machado tem academia popular, feirinha de roupa e artesanato, feira livre, restaurantes, galerias com brechós e mais restaurantes, vans para o Corcovado, a igreja Nossa Senhora da Glória e quiosques de floriculturas embaixo das exuberantes "abricó-de-macaco".
#10-Tem cinema no Palácio e na Galeria Kinoplex, mas para quem quiser mais opções só é avançar 2 estações de metrô e chegar a Botafogo.
#11-Voltando 2 estações, chega-se à Cinelândia e somos recepcionados pelo Theatro Municipal, tendo como vizinhos ricos a serem visitados o Museu de Belas Artes, Biblioteca Nacional e a alguns passos a estação do bondinho de Santa Teresa.
Eu poderia fica aqui listando coisas e coisas para se fazer e conhecer no Rio, mas deixo a gosto do freguês explorá-lo como quiser. Ficam as dicas para os viajantes flanarem à vontade na cidade que sempre inova e me surpreende!