quinta-feira, 30 de agosto de 2018

TÔ NA BAD COM ADRIANA CALCANHOTTO!


Finalizando a trilogia, vamos da gaúcha mais famosa no quesito música de novela e músicas chiclete de qualidade. Cantora, compositora, famosa aqui e lá fora, foi parar no ano passado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra como professora. Imagine fazer um curso intitulado "Como escrever Canções" com essa mestra, que já é Embaixadora dessa mesma universidade desde 2015? Tão versátil como sua carreira de mega sucessos, outros nem tanto e até um trabalho no universo infantil, é o seu cabelo. Quando a vi de cabelão não acreditei, porque acho que 90% dos fãs tem essa imagem abaixo como representação quase automática do visual da artista. Mas vamos de tô na bad, com melodias que nem são tão bad assim, mas que vão fundo nos quesitos (1) crushes perdidos; (2) o que eu tô fazendo aqui?;(3) por quê tem que ser assim? Afinal de contas, quem nunca?



1-NAQUELA ESTAÇÃO (1990): faz parte do álbum Enguiço e me recordo dessa música dos trechos de clipes da TV Bahia. A capa é linda e ela está com o cabelo loiro mega oxigenado! Acho que foi a primeira canção escolhida para divulgação e deu muito certo, pois era tão boa de se ouvir que eu parava pra cantar e absorver o minimalismo da letra toda vez que tocava aquele barulhinho bom.

"E agora, tudo bem
Você partiu
Para ver outras paisagens
E o meu coração embora
Finja fazer mil viagens
Fica batendo parado
Naquela estação..."

2-MENTIRAS (1992): integra o meu álbum preferido Senhas (depois de Cantada), mas só pude adquiri-lo dez anos depois e escutei repetidamente todas as canções, que são bem lado B. O Brasil inteiro teve que ouvir Mentiras exaustivamente em 1993, pois era tema do romance da mocinha rebelde Mariana com José-Fagundes-Inocêncio-do-Jequitibá-Painho na novela Renascer. A letra lembra o ápice do desespero quando este atinge o grau de maluquice e perda total da sensatez, pois elenca uma lista de coisas a se fazer para que se alcance o desejo maior expresso no refrão:

"Que é pra ver se você volta

Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha"


3-ESQUADROS (1992): mais uma joia do álbum Senhas e parceria com Antônio Cícero, que poderia ser um poema grafitado em vários muros. É a música que mais me define, quase uma biografia que se perpetua através do tempo. "Ah, eu quero chegar antes, pra sinalizar o estar de cada coisa, filtrar seus graus"...isso é tão o meu agir, pensar e sentir que me vejo representada em cada sílaba. Gal a regravou anos mais tarde, mas é meio difícil superar algo que Adriana cante.

"Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?

Minha alegria, meu cansaço
Meu amor, cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado"


4-INVERNO (1994): gostava de ficar interpretando esta canção com meu amigo Leandro, tentando descobrir o que ela viu no que em foi mais feliz, e acabamos concluindo que não foi coisa boa de sentir não. A melodia não é "in", mas a letra é como o resultado de algumas sessões de análise, aquele momento "e agora, para onde ir?". Só poderia ser mais uma fruto da profícua parceria da poeta gaúcha com o poeta carioca Antônio Cícero, e foi lançado no álbum de nome muito apropriado: A Fábrica do Poema. O clipe poderia ser eu no banco de trás de um táxi amarelo passando pela Niemeyer, Leblon, Copacabana escutando a canção no rádio e olhando para o mar, encerrando a jornada após um túnel e chegando à Praia Vermelha. Seria perfeito!rs


"De lá pra cá não sei

Caminho ao longo do canal
Faço longas cartas pra ninguém
E o inverno no Leblon é quase glacial"


5-VAMBORA (1998):  grande sucesso do disco Marítimo, tem as referências de livros Ferreira Gullar (Dentro da Noite Veloz) e (A cinza das horas) de Manuel Bandeira, elevando o nível da trilha sonora da novela das "oito" Torre de Babel. A letra transpira saudade, mas não de forma triste, e sim de uma forma suave, e os versos são clássicos de um romance que não deu certo. A música ganhou até um prêmio de melhor "pop rock" (oi?) e não tinha como não dar certo, pois quem não quer alguém que chegue, entre e mude nossa vida para algo incrível em poucos minutos?

"Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Dentro da Noite Veloz
(...)
Na Cinza das Horas"


Recentemente, achei nesse vídeo a história da canção. Confiram!


segunda-feira, 27 de agosto de 2018

TÔ NA BAD COM MARINA (LIMA)!


Continuando a sequência das prediletas, foi dificílimo selecionar as 5 bests da bad com Marina. Ela é a mestra do pop brasileiro e sua parceria com o irmão e poeta Antônio Cícero rendeu os maiores sucessos da cantora, entre discos, hits e trilhas sonoras especiais. Mesmo as do lado B são "música, letra e dança" para tirar qualquer coração do luto afetivo.

A primeira canção pop que ouvi no rádio e no Globo de Ouro foi Uma noite e meia (1987). Minhas tias cantavam eufóricas, até porque anos 80 = consolidação do pop rock através dos festivais, e depois de Rita Lee, só quem encarou a disputa num ambiente generalista foram Marina e Paula Toller. Eu grudava nelas querendo aprender as letras "subversivas", porque uma moça do interior cantar "essa noite eu quero te ter" era quase uma blasfêmia, pra não citar o restante do refrão. Antes dessa veio a abertura de Roda de Fogo com Pra Começar (1986), que eu literalmente só podia assistir à abertura, pois criança não via novela das nove (rs), e a não menos dançante À francesa (1989) da novela mais amada da minha aborrescência: Top Model! E foi assim, de tia em tia, que eu cheguei na primeira da lista:

1-NÃO SEI DANÇAR (1991): estava na casa se uma tia brincando com minhas primas enquanto minhas tias assistiam à novela Perigosas Peruas e discutiam sobre a letra. Não sei por quê, mas acho que esta música combinaria muito mais com a Vera Fisher em uma novela das nove. Eu não entendia nada, mas amava ouvi-las dissecando a letra e vendo o desenrolar do drama da personagem.


"E tudo que eu posso te dar

É solidão com vista pro mar

Ou outra coisa prá lembrar
Se você quiser
Eu posso tentar, mas...
Eu não sei dançar
Tão devagar
Pra te acompanhar..."


2-ACONTECIMENTOS (1991): do mesmo álbum de Eu não sei dançar, Acontecimentos marcou minha passagem pela república feminina NRF-03, patrocinada pela UFS em 1999. A maioria das meninas moraram em cidades próximas e iam para casa nos finais de semana. Então, quando eu me via só aos sábados era inevitável não lembrar dessa música. E mesmo que eu não lembrasse, o rádio fazia questão de tocar enquanto em convertia solidão em estudo. Aquela velha e recorrente sensação de que o mundo se diverte num sábado à noite, menos você...Mesmo assim, foi o ano mais feliz da minha vida naquela cidade.


"Eu espero
Acontecimentos
Só (aqui) que quando anoitece
É festa no outro apartamento"

3-VIRGEM (1987): acho que Virgem se configura como a obra prima maior da dupla de irmãos talentosos. Faz parte do álbum homônimo da virginiana, trazendo também os sucessos Uma noite e meia e Preciso dizer que te amo, que na minha opinião supera a versão de Cazuza. Eu tinha uma colega de faculdade mais madura que vivia um relacionamento sério, e que me disse que essa era sua música favorita de Marina. Mas, eu na minha imaturidade musical nunca entendia muito a relação do título com a letra, embora gostasse da canção. Anos depois, morando no Rio, tudo fez sentido, e ainda hoje sou tão fã que Virgem vai ganhar uma postagem exclusiva em breve.

"As coisas não precisam de você
Quem disse que eu
Tinha que precisar"

4-O CHAMADO (1994): só conheci essa música muitos anos após seu lançamento, e a sensação que tenho é que nem todas as que foram parar em trilhas sonoras teve a devida atenção das rádios. Similar a Virgem, O Chamado também faz parte de um álbum homônimo atemporal lançado em 1993, sendo a canção incluída na trilha sonora da novela das sete Quatro por Quatro. Mais uma vez a impressão de que ela deveria estar numa novela das nove, pelo arranjo e letra profundos demais para o estilo comédia pastelão non sense. O Chamado é aquela canção que eu ouço muitas vezes naquelas horas em que, contra toda esperança, preciso acreditar que algo melhor está por vir.

"Céu abriga o recado
Que é pra eu me guardar
Mudanças estão por vir
Esperar ser proclamado
O grande final,
O grande final feliz!"

5-NO ESCURO (2001): integra o álbum Setembro (mês de nascimento da cantora) e fez parte da novela O Clone, marcando minha chegada ao Rio. Letra típica de fim de relacionamento e linda demais para um personagem raso interpretado por Juliana Paes, mas pelo menos rendeu bons momentos para minha audição no meio daquele caos que eu precisava encarar diariamente.

"E no decorrer dos meses
Já não sei mais quem eu sou
E a pessoa
Refletida
No espelho
Dos seus olhos
Por onde foi que entrou?"

6- BÔNUS: DEIXE ESTAR (1998): costumo dizer que letras de dor rendem mais que as de amor, e nessa pegada Deixe Estar também foi parar na TV, na série policial Labirinto (quem?). Foi também minha trilha sonora pessoal de uma grande mudança de vida, incluindo cidade, concurso e relacionamento. Aquele momento "bem vindo à vida adulta de verdade", que me possibilitou mais consumo de cultura em geral. Deixe Estar não é somente mais uma canção sobre fim de relacionamento, mas algo que inicia com um "aceita que dói menos", e que mesmo na dor aponta para uma última chance de retorno. Será?

"Deixe estar vai passar
Com sorte
Tudo, tudo vai ser breve
(...)
Mas se você resistir
E teimar e fugir
Não se assuste se tudo enguiçar
A engrenagem do amor
Pode ser traiçoeira
E vingar"



*Tem mais fãs e outras aqui:

http://enthulho.blogspot.com/2010/09/tema-de-novela-especial-dossie-marina.html

http://e10blog.blogspot.com/2013/07/no-tema-e-na-trilha-da-marina-lima.html




quarta-feira, 22 de agosto de 2018

TÔ NA BAD COM KID ABELHA!


Um dia cheguei na aula e vi uma aluna toda down, pra baixo, com fone de ouvido com cara de estar escutando uma sad song. Quando a indaguei, a resposta foi: tô na bad, prof!  Depois fiquei pensando nas músicas que gosto de ouvir quando tô na bad, ou refletindo demais pensando nas perdas e ganhos, no crush que se foi, no que quase deu certo. E aí quando toca aquele musicão no rádio é curtir e deixar pra lá as expectativas sobre o futuro. 

Entre n opções, ninguém mais atemporal do que Kid Abelha para me dar aquele help nessas horas e pra começar esta série. São poucas as canções escolhidas, mas são ao mesmo tempo incisivas e suaves, com letras simples e diretas.


1-GRAND' HOTEL (1991): me lembra as vezes que a gente quer tudo de uma vez só, e tudo se acaba mais rápido do que a gente esperava.

"Se a gente não fizesse tudo tão depressa,
Se não dissesse tudo tão depressa,
Se não tivesse exagerado a dose,
Podia ter vivido um grande amor."

Segundo a colaboração Googliana, a inspiração veio do filme Grand' Hotel com a atriz Greta Garbo, outrora mencionado pela vocalista. Outros dizem que  “Grande Hotel” é uma referência à revista Grande Hotel, da década de 50, pioneira em fotonovelas, cuja característica principal era sempre o famoso final feliz.  Faz todo sentido!

2-EM NOVENTA E DOIS (1993): aquela fase em que o crush dá uns perdidos, e que causa aquela angústia/insônia de pensar que alguma concorrente está no jogo. Em 1992, com certeza era mais fácil sumir, enquanto hoje altas DR's são fomentadas pelas famigeradas buscas nas redes sociais.

"No telefone, só uma notícia, ah
Num telegrama, uma poesia
Mande um recado com um abraço forte
Num bilhetinho deseje boa sorte"

Atualmente, seriam mensagens inbox, um emoji, um "bom dia", um email no último caso.

3-GOSTO DE SER CRUEL (1991): essa é praticamente a declaração do desespero, a última jogada nos acréscimos, restando só o apito do juiz e a aceitação. Mas a música é numa pegada mais rock e dá pra dar um up e sublimar a dor.

"Sou capaz de gritar
E de te ofender
De me machucar
Mas não de te esquecer
Sou capaz de chorar
Ser ridícula até não agüentar"

4-SOLIDÃO QUE NADA (1994): lançada em 1987 por Cazuza, a letra dele em parceria com George Israel ficou tão boa quanto na voz da Paula Toller. É mais light, pra fase alone ser vivida de boas, no mantra "com ou sem tá tudo bem".

"Viver é bom
Nas curvas da estrada
Solidão que nada
Viver é bom
Partida e chegada
Solidão que nada"

5-AMANHÃ É 23 (1987): a introdução já mostra a que veio a diva do pop rock brasileiro, que parece estar intacta em algum creme mágico e antioxidante. Na minha interpretação livre, sempre acho que vem de uma relação mal resolvida entre mãe e filha. Para reforçar minha tese, poderia até ter sido composta em alusão à própria história de vida dela, pois aqui* menciona o fato dela ter sido abandonada pela mãe e criada pelos avós paternos. Não sei se foi viagem demais pensar isso, mas curiosamente 23 de agosto é a data de aniversário dela. Vai saber...

"Amanhã é 23
São 8 dias para o fim do mês
Faz tanto tempo
Que eu não te vejo
Queria o seu beijo
Outra vez"


PS: Depois que fiz o post lembrei que o primeiro show grande que fui na vida foi o deles, com Keyla e Rita no extinto Augusto's em Aracaju. Então, tá tudo certo!rs

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

HÁ DEZ ANOS ATRÁS...

Direto da Ilha de Paulo Afonso-BA para a longínqua Ilha do Fundão-RJ, mais precisamente no PEMM-COPPE na UFRJ. Minha gratidão ao Prof.Miranda e às Super Orientadoras Eliane, Dalva e Lílian, e a todos os técnicos e amigos que muito me auxiliaram na obtenção desse título.


quarta-feira, 8 de agosto de 2018

DIA INTERNACIONAL DO GATO


Amados por uns e odiados por outros, só quem tem um, ou "uns" como é o meu caso sabe dizer o quanto eles sempre nos surpreendem. Seja escolhendo um novo point da casa para dormir, ou tendo crises de carência ou de ciúmes, gatos são seres independentes, exigentes e ao mesmo tempo indiferentes. Mas, quem se deixar cativar e souber conquistar um deles ganhará de graça, ou em troca do melhor lugar da casa, sessões manhosas de gatoterapia e a mais criativa e dorminhoca companhia.