"Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo o planeta
Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém"
(Raul Seixas)
Quando estou diante de um problema bem chato e de difícil solução costumo dizer a mim mesma "nada é o fim do mundo". E nada é mesmo! Sempre existe algo pior. Como disse um youtuber, o mundo não vai se acabar, todo mundo um dia vai morrer e o mundo vai continuar aí do mesmo jeito.
E eis que minha geração está vivendo pela primeira vez uma isolamento sem precedentes. Estamos todos conectados e deprimidos por não termos acesso ao que já faz tempo que não usufruíamos: o precioso contato humano.
Assim que foi determinado o primeiro toque de recolher pensei imediatamente em rever amigos queridos que há meses só encontro no zap da vida. Planejei tudo até o momento em que me dei conta de que não dava pra acontecer nenhum encontro, nenhum abraço ou aperto de mão. Tenho agora tempo de sobra e não posso estar com os meus, porque todos estão levando muito a sério o motivo de força maior, os estragos que um simples vírus está causando no mundo.
Isso tudo me fez pensar em muitas coisas: em como gasto meu tempo, no que considero prioridade e em como, sem perceber, vou vendo minha rotina sendo devorada por uma sequência de tarefas que nunca bastam. Pensei também nas pessoas que já vivem isoladas ou naquelas cujas vidas são privadas de tudo o que o tempo e um trocado a mais no bolso poderiam proporcionar, no quanto essa pandemia lhes é indiferente.
Penso em como somos egoístas ao não obedecer regras simples e temporárias, e em como somos tolos em não aproveitar os dias bons para quando chegarem os dias maus não ficarmos no tédio e na murmuração. Penso que disso tudo devemos tirar proveito, refrear a ansiedade e mudar alguns pontos de vista para melhorar nossa relação com o mundo e com o próximo.
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