sábado, 17 de agosto de 2024

POESIA PELOS 14 ANOS DE IFBA

No véu tênue da manhã, Flávia caminha
Pelo jardim da ciência, onde as flores são fórmulas,
Onde os ventos sussurram segredos de átomos.
A mente dela, um oceano calmo, reflete
A Tabela de Linus Pauling, onde números dançam,
Um balé de eletronegatividade, de força invisível.

Entre magnólias e marfim, Flávia contempla
O paradoxo da matéria, que não é só massa,
Mas atração e repulsa, amor e aversão.
Ela lê os números como se fossem versos,
Cada valor uma nota, uma vibração no ar,
Contando histórias de ligação, de desejo atômico.

Óxidos e halogênios, todos têm sua canção,
Um coro sutil de atrações, de amores elementares.
Ela vê o hidrogênio, tão leve, tão solitário,
Mas com um poder de atrair, de unir,
Assim como as palavras unem pensamentos,
Em um mar de elétrons, as distâncias encurtadas.

Flávia, na serenidade do jardim, compreende
Que não há solidão nos átomos, mas um constante
Anseio por ligação, uma dança cósmica
Escrita nos números de Pauling, na tabela que ela estuda
Com olhos de poeta e coração de cientista,
Sentindo, na essência dos elementos, a essência de si mesma.

Assim, entre cálculos e flores, ela descobre
A beleza do invisível, do que não se vê mas sente,
Uma harmonia silenciosa que une tudo
Neste universo de força e fragilidade.

(Victor Venas)

2 comentários:

  1. Sensibilidade maior não há, quanta doçura e "química" nesses seus 14 belos e desafiantes anos lecionando no IFBA. Minha amiga, que venham muitos outros 14 anos pra comemoramos essa linda jornada que você escolheu pra trilhar, que é a licenciatura (ou foi ela que te escolheu?) Muitas flores e átomos no seu jardim🌻⚗️🌹🧪🌼❄️🌺

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  2. Como vc consegue encontrar textos e poesia tão oportunos e tão teus? Tem adaptação nesse texto? Lindíssimo, amei!

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