quarta-feira, 20 de novembro de 2024

NOVELA DAS SEIS

Eu pedi, você pediu, todos pediram e História de Amor finalmente entrou no catálogo do Globoplay. E cá estou eu maratonando uma novela "de Helena" de Manoel Carlos e seu Reino Unido do Leblon e adjascências. Não assisti em 1995, pois não tinha TV e estava quase sempre na faculdade, mas ouvia as músicas no rádio e anos mais tarde conheci alguns dos personagens em alguma reprise do Vale a Pena Ver de Novo, que também assistia esporadicamente. 

A sensação foi tão nostálgica que listei coisas interessantes que fui registrando ao longo dos 209 capítulos. Mas não se espantem, pois como somos advertidos no início de cada capítulo: 

"Essa obra reproduz e comportamentos e costumes da época em que foi realizada."

1- A transição da fita K7 para o CD

2- Os celulares que só os ricos tinham

3- A chegada dos computadores e os cursinhos de informática 

4- Filme para máquina fotográfica

5- Porta sanfonada de plástico como divisória em flat chic

6- Ouvir rádio no Walkman

7- Gravação de programas de TV no videocassete

8- Mandar msg e docs por fax

9- Pagar com cheque pré-datado

10- A popularização do cartão de crédito com propaganda do extinto Bamerindus 

11- Atores posteriormente famosos que apareceram em uma cena/frase apenas

12- Muita cerveja Antártica em qualquer dia de trabalho ou folga da semana 

Como disse Regina Duarte em um entrevista, a novela poderia virar uma série. E realmente, parece uma série dessas boas de maratonar. Salvo os diálogos extensos, todos tiveram um papel e conseguiram como protagonistas ou coadjuvantes serem queridos da mesma forma. 

Veja mais curiosidades no link abaixo:

https://blogtvenovelas.wordpress.com/2021/03/01/nostalgia-da-tv-25-anos-de-historia-de-amor/


domingo, 15 de setembro de 2024

DE CLARICE PARA TANIA

Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso – nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro…há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Assim fiquei eu…Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões – cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você – respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você – não copie uma pessoa ideal, copie você mesma – é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade da alma. 

Clarice Lispector (1947 Berna – Suiça /Carta à irmã Tania Kaufmann)

sábado, 17 de agosto de 2024

POESIA PELOS 14 ANOS DE IFBA

No véu tênue da manhã, Flávia caminha
Pelo jardim da ciência, onde as flores são fórmulas,
Onde os ventos sussurram segredos de átomos.
A mente dela, um oceano calmo, reflete
A Tabela de Linus Pauling, onde números dançam,
Um balé de eletronegatividade, de força invisível.

Entre magnólias e marfim, Flávia contempla
O paradoxo da matéria, que não é só massa,
Mas atração e repulsa, amor e aversão.
Ela lê os números como se fossem versos,
Cada valor uma nota, uma vibração no ar,
Contando histórias de ligação, de desejo atômico.

Óxidos e halogênios, todos têm sua canção,
Um coro sutil de atrações, de amores elementares.
Ela vê o hidrogênio, tão leve, tão solitário,
Mas com um poder de atrair, de unir,
Assim como as palavras unem pensamentos,
Em um mar de elétrons, as distâncias encurtadas.

Flávia, na serenidade do jardim, compreende
Que não há solidão nos átomos, mas um constante
Anseio por ligação, uma dança cósmica
Escrita nos números de Pauling, na tabela que ela estuda
Com olhos de poeta e coração de cientista,
Sentindo, na essência dos elementos, a essência de si mesma.

Assim, entre cálculos e flores, ela descobre
A beleza do invisível, do que não se vê mas sente,
Uma harmonia silenciosa que une tudo
Neste universo de força e fragilidade.

(Victor Venas)

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

DIA INTERNACIONAL DO GATO

Hoje o dia é deles! Se vc é tutor(a) de muitos ou uns como eu, deixe aqui sua homenagem nos comentários!



quarta-feira, 24 de julho de 2024

AT HOME

"O importante não é a casa onde moramos. Mas onde, em nós, a casa mora", disse-me o terapeuta após saber de minha mudança de localização imobiliária. A frase é de Mia Couto e demorei pra assimilar seu sentido. Mas a questão é muito simples: onde é que eu me sinto "em casa"?

"Os sonhos em cada época da vida são diferentes", segundo canta Guilherme Arantes, que passou por uma grande mudança de ares novamente e falou sobre: "a decisão de vender a chácara foi motivada pela dinâmica da vida. Ele afirmou que, embora tenha resolvido outras questões em prol de seus sonhos, estes permanecem vivos em locações igualmente incríveis."

Eu tinha o objetivo de morar próximo ao meu trabalho e assim por anos procurei um imóvel. Até que deu certo um terreno e foram anos de cartório, arquiteto, engenheiro e pedreiros. Muita luta, muito desgaste pra se ter algo confortável e programado pra o futuro. Mas eis que veio a pandemia e mudou tudo, inclusive meu ponto de vista sobre moradia. Ouvi muito: "mas Flávia, é o seu sonho, não desista!". Mas quem disse que uma casa era meu sonho? O tempo passou, eu mudei e minhas necessidades são outras. Desapeguei, não faz mais sentido e meu coração não está lá. 

Meus pais envelheceram e eu escolhi estar perto, ficar junto, curtir o que eles tem ainda pra dar de carinho, risadas e auxiliá-los nas lutas do cotidiano. Comprei a casa vizinha, diferente 100% da outra, mas que atende às minhas demandas de gateira, irmã, amiga, tia e filha. E tá tudo certo! "Há muitas coisas além de querer ser feliz..."


terça-feira, 16 de julho de 2024

O QUE EU POSSO SER PRA VOCÊ?



Agora, bem aí, aonde você está
Sozinha, olhando pro mar
Se o mundo parece não se mover
O que eu posso ser pra você?

Um atalho pra casa, 
uma folha no vento
O gesto gentil de alguém
Um agasalho quando escurecer
O que eu posso ser pra você?

Se nada anda, tenha paciência
Retribua se alguém te sorrir
Cante uma canção pro seu bem-querer
O que eu posso ser pra você?

Um dia em Provença
Perto de Brignoles
O primeiro homem a pisar no sol
Só pra ver
O gelo da dor derreter
O que eu posso ser pra você?
É o que eu quero saber

(Um dia em Provença - Paralamas do Sucesso)

segunda-feira, 15 de julho de 2024

INFJ - O APOIADOR

“Trate as pessoas como se elas fossem o que deveriam ser e você as ajudará a se tornarem aquilo que são capazes de ser.” (Johann Wolfgang Von Goethe)