domingo, 11 de dezembro de 2011

QUASE SEM QUERER

"A gente sempre destrói aquilo que mais ama
em campo aberto ou em uma emboscada.
Alguns com a leveza do carinho,
outros com a dureza da palavra.
Os covardes destroem com um beijo,
os valentes com uma espada."
(Oscar Wilde)



"Mas com medo não se vive
com receio não se vai
com a dúvida não se arrisca
não se voa, não se cai
curto é o caminho dos covardes
triste é o riso dos ignorantes."
(Guilherme Arantes)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ARVOREANDO

As aulas estão acabando e sobra mais tempo para conversar com meus pupilos queridos. Diogo passou a aula falando das pérolas da sala que tem postado no facebook e cada um que dissesse mais uma em meio à resolução de fórmula centesimal de amostras e fórmulas. Hoje foi a vez de Ianni e Pâmela entrarem no fórum das discussões diversas, mas a pauta principal foi música para casamento.

Cris, tia de Pâmela e minha grande amiga, vai se casar e sem que ela saiba estamos feito duas enxeridas escolhendo as melodias que vão embalar o enlace. Pensamos em Dia Branco, Céu de Santo Amaro e Arvoreando ficou para o plano B, por ser uma música linda de amizade e que muita gente estranha: oxe! que música nada a ver! Mas quantos amores não nasceram de uma amizade desinteressada, onde podemos conhecer o outro sem máscaras? Agora só falta ensaiar e fazer tia Cris se emocionar no seu casamento no campo!



Flores, são todas as cores
De tantos amores,
Que eu nunca esqueci
Límpida, passa no peito essa seiva
Verdade que me une a você
Livre, de toda a maldade essa tal de amizade
Pra mim é raiz
Que deixa marcas no solo,
É a beleza do colo, do ombro, do sim


Necessidade da terra, presença
Essencial para a vida,
A sua maneira de ser para mim
Já poda o que há de ruim
A minha vontade é de ser para você
Feito sombra, descanso sem fim.
E se algum dia esquecer de mim
Só se lembre que eu tenho raiz
Só se lembre que estou por aqui



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PARALELAS

Sorte no jogo
azar no amor
de que me serve
sorte no amor
se o amor é um jogo
e o jogo não é meu forte,
meu amor?
(Paulo Leminski)



Já conheceu gente que gosta, mas finge que não gosta? E que não gosta, mas finge que gosta? Que quer, mas não demonstra? Que está apaixonada, mas finge que não está nem aí? Já ouviu dizer que é melhor não demonstrar o que você sente? Se sim, talvez você mesmo já tenha feito joguinhos no amor, acreditando que esta é a melhor estratégia para conseguir o que deseja.

Compreensível, especialmente se lembrarmos que existem muitos filmes, livros e pseudo-conselheiros insistindo na ideia de que o amor é algum tipo de brincadeira onde deve existir um vencedor, um mais forte, um mais inteligente. Suponho que se isso fosse verdade, então você estaria tentando conquistar um derrotado, mais fraco e menos inteligente que você.

Tristes teorias. Servem apenas para endoidecer as pessoas, confundi-las, torná-las incoerentes, aflitas, ansiosas, perdidas e, sobretudo, infelizes. Amor não é jogo, não é brincadeira e nem abre espaço para um mais forte e outro mais fraco. Um mais esperto e outro mais tolo. Amor é privilégio, é oportunidade, é convite para amadurecimento, aprendizagem, para as caídas de fichas mais incríveis e imperdíveis que podemos viver. Amor é ingresso para uma dimensão onde somente a verdade e a transparência têm vez.

Por isso, em vez de tentar aprender joguinhos e estratégias enlouquecedoras, que visam minar a segurança e autoestima do outro, invista na descoberta do seu próprio equilíbrio. Ou seja, nem demonstrar exageradamente, a ponto de assustar o outro, nem demonstrar de menos, a ponto de deixar o outro na dúvida sobre o que você quer realmente.

Você gosta? Diga que gosta, e não que ama e nem que não gosta. Você quer, mas não sabe exatamente o que ainda? Diga exatamente isso, que ainda não sabe o que quer exatamente. Está apaixonado e querendo muito apostar num relacionamento? Diga isso e dê o direito de a pessoa também demonstrar o que quer. Não exija amor do outro. Amor não se pede. Mas seria muito bom se aprendêssemos a recebê-lo com as pompas que ele merece!

Não tenho a menor dúvida de que coerência e autenticidade são as mais eficientes ferramentas numa relação. Evita surtos, desencontros, tristezas e aflições. Fortalece corações e favorece a evolução humana. Não garante reciprocidade, é verdade. Mas permite que você se sinta íntegro, honesto consigo mesmo, com o outro e, acima de tudo, se torne uma pessoa rara, inesquecível e digna de ser amada na hora certa, no lugar certo e pela pessoa certa! (Dra. Rosana Braga)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

PRIMEIRA LEITURA

Domingo, 13 de Novembro de 2011
33º Domingo do Tempo Comum


Para todas as minhas amigas em seus diversos "status" de rede social ou estados de vida, ampliei a versão só para estender o número de conselhos que tem essa palavra tão adequada àquelas que se moldam no espelho de Deus, na Sua vontade e naquilo que Ele espera de nós: que sejamos sua imagem e semelhança.

10 Uma mulher virtuosa, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor. 11 Confia nela o coração de seu marido, e jamais lhe faltará coisa alguma. 12 Ela lhe proporciona o bem, nunca o mal, em todos os dias de sua vida. 13 Ela procura lã e linho e trabalha com mão alegre. 14 Semelhante ao navio do mercador, manda vir seus víveres de longe. 15 Levanta-se, ainda de noite, distribui a comida à sua casa e a tarefa às suas servas. 16 Ela encontra uma terra, adquire-a. Planta uma vinha com o ganho de suas mãos. 17 Cinge os rins de fortaleza, revigora seus braços. 18 Alegra-se com o seu lucro, e sua lâmpada não se apaga durante a noite. 19 Põe a mão na roca, seus dedos manejam o fuso. 20 Estende os braços ao infeliz e abre a mão ao indigente. 21 Ela não teme a neve em sua casa, porque toda a sua família tem vestes duplas. 22 Faz para si cobertas: suas vestes são de linho fino e de púrpura. 23 Seu marido é considerado nas portas da cidade, quando se senta com os anciãos da terra. 24 Tece linha e o vende, fornece cintos ao mercador. 25 Fortaleza e graça lhe servem de ornamentos; ri-se do dia de amanhã. 26 Abre a boca com sabedoria, amáveis instruções surgem de sua língua. 27 Vigia o andamento de sua casa e não come o pão da ociosidade. 28 Seus filhos se levantam para proclamá-la bem-aventurada e seu marido para elogiá-la. 29 Muitas mulheres demonstram vigor, mas tu excedes a todas. 30 A graça é falaz e a beleza é vã; a mulher inteligente é a que se deve louvar.


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

COTIDIANO


O Gmail mudou o layout e agora do meu email eu vejo o mar, que muda de cor para amanhecer e crepúsculo quando acha que cansei da mesma imagem.

O IBOPE ligou esses dias para que eu respondesse a uma pesquisa sobre viagens. Coincidência, não?

Fiz um pocket-texto sobre "Diário de uma magra" que tem feito sucesso (depois posto aqui!)

Minha pedra não é ametista, nem minha cor o amarelo, mas preciso ir urgentemente ao nutricionista.

Quem espera, sempre alcança, mas às vezes desespera.

Todo dia ela faz tudo sempre igual e se cansa cada vez mais.

Ainda escolho os filmes que eu não vejo pelas estrelas na crítica do leitor.

Hj é o 144 aniversário de Marie Curie e ela foi feliz pois, apesar de ter morrido pela radioatividade, chegou a dividir até um Prêmio Nobel com seu querido Pierre Curie, além de sua vida, ideias, experimentos, etc.

Continuo recebendo muito email encaminhado sem a menor utilidade e as pessoas que colaboram para bombar meu email de vírus ainda questionam se sou eu quem manda emails de conteúdo duvidoso. Oh, paciência!

O mundo está ao contrário e ninguém percebeu...meus algozes me entronizaram semana passada e eu economizei ironias para não me rebaixar e me igualar àqueles a quem não destino mais meu afeto.

Adotei um gato a quem dei o nome de Abandono, mas por eleição foi unânime a decisão em entregá-lo novamente para adoção, sob as seguintes acusações: "se quiser criar mais gatos, faça um gatil no seu quarto", "esse gato tem um miado de porta sem óleo", entre outras falas insensíveis, mas plausíveis.

Farturinha voltou a reinar absoluto na casa, após o exílio de Abandono.

Engenheiro do Hawaí escreveu na música Números:
A medida de amar é amar sem medida
Preparar pra decolar / Contagem regressiva
A medida de amar é amar sem medida
Velocidade máxima permitida

Agora que sou a nata do B.do Brasil, vou dar uma passadinha lá para ver os trâmites de minha ida à terra do Tio Sam.

sábado, 5 de novembro de 2011

FILOSOFANDO COM RENATO LIRA

Não se preocupe, que o amor que acende a lua acenderá outros corações across the universe...nothing gonna change our world!

Eu tenho um desejo e um coração
Tenho coragem e sei quem eu sou
Eu tenho um segredo e uma oração
Vê que a minha força é quase santa
Como foi santo o meu penar
Pecado é provocar desejo
E depois renunciar
(Legião Urbana)


TUDO NOVO DE NOVO



Horas ao telefone e a mesma queixa recorrente: a indecisão masculina. A mesma reclamação da sensação de ser deixada em stand-by, de ser a amiga step para todas as horas, de aproximação/distanciamento, diálogo/silêncio, presença/sumiço. Paralelo a isso, uma fala brilhante: "amiga, não aguento mais trocar o pneu do carro andando!"

Por que pessoas indecisas se aproximam tanto de pessoas centradas? Alguém respondeu: "porque é sempre assim, eles precisam de um porto seguro". Sim, mas não é justo ser o ponto de apoio sem receber nada em troca. Adele canta "It's time to say goodbye to turning tables", enquanto Tears for Fears completa "I can´t stand this indecision married with a lack of vision". Recomeçar é sempre tão difícil...se a provação lapida, eu já estou quase virando diamante!

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim


Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim


É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos


Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou


E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou


Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos


(Paulinho Moska)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

BARULHINHO BOM

A princípio, pensei que era Chico César ou algum novo cantor de voz abaianada, com todos os "ós" e "és" enfatizados, mas era Caetano que estava cantando esse barulhinho bom "Pra te lembrar", minha gente! Lembra música de barzinho de praia...


Que é que eu vou fazer pra te esquecer?
Sempre que eu já nem me lembro, lembras pra mim
Cada sonho teu me abraça ao acordar
Como um anjo lindo


Que é que eu vou fazer pra te deixar?
Sempre que eu apresso o passo, passas por mim
E o silêncio teu me pede pra voltar
Ao te ver seguindo


Que é que eu vou fazer pra te lembrar?
Como tantos que eu conheço e esqueço de amar
Em que espelho teu, sou eu que vou estar?
Ao te ver sorrindo


Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus vai apagar...



POR ONDE ANDA PANDORA?

Faz 3 anos que me separei de duas coisas lindas que pintaram em minha vida: Isabor e Pandora. Sempre quis criar cachorros, mas meu pai não deixava, até o dia que aluguei uma casa combo: casa + móveis antigos + 2 cadelas-brinde. No começo foi difícil se acostumar com a manifestação exagerada de carinho delas, as patas sujas na roupa, as sacolas de compras rasgadas, a necessidade de atenção e a limpeza dos detritos gerados pela comilança de ração.

Quando eu me acostumei, o dono da casa arranjou um receptor pra Isabor, cadela da raça labrador, de pelo espesso e negro, de olhos atentos e hiperatividade constante. Com sua partida, Pandora, da raça boxer, de pelo branco e manchas marrons, com seus dentinhos atrofiados, caiu em depressão! Haja carinho, atenção, passeios e muitas regalias para Pandorinha voltar ao normal. Mal sabia eu que tinha ganhado uma cadela de guarda de primeira, super protetora, que acordava até de madrugada se eu sussurrasse da janela, caso suspeitasse de algo estranho. Nossas diversões incluíam atirar uma bola de tênis que ela se esbagaçava pra pegar primeiro que eu e fingir que não ia mais me devolver, ver TV, assustar o povo na rua (porque ela se parecia com um pitbull). Quando ela estava de castigo fazia cada olhar, baixava a cabeça de um jeito que só faltava falar, e eu dizia: Pandorinha, vc é a carência em forma de cadela!

Tivemos que nos separar somente porque trazê-la pra Bahia ficaria muito caro...se naquela época eu fosse funcionária pública federal teria bancado toda a despesa para tê-la comigo! Esses dias, fuçando arquivos velhos em um pen drive, achei o cartaz da nossa despedida, que meus amigos ainda hoje dão gargalhadas com minha criatividade. Detalhe: essa foto não é a original, pois Pandorinha é muuuuuuito mais bonita, com pedigree, cartão de vacinação e tudo nos conformes!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

MAPA DA VIDA

"Quando um não quer, dois não podem ser felizes"

Dialogando com minhas colegas de curso em Brasília, ouvi vários pontos de vista sobre o agir ou o se omitir no mundo dos relacionamentos. Fiz ouvido de mercador para várias coisas, porque mesmo que me digam frases prontas, não me acostumo a seguir receitas (teimosia de INFJ!). E mesmo que os conselheiros percebam que não acatei de bom grado certas dicas, e mesmo que sucedam críticas e julgamentos, não adianta: eu sigo e vivo aquilo que eu acredito, aquilo que é fruto de minhas vivências, impressões e conclusões.

Durante o curso, toda vez que falavam no Mapa da Vida, eu pensava: temos que chamar o Rodrigo Lombardi! Afinal de contas, é ele quem é o astro!rsrs. No tocante ao tema que segue, devemos mesmo aplicar o Mapa da Vida para obter informações relevantes, que podem garantir o sucesso ou a imprecisão no mundo imprevisto dos relacionamentos. Vamos lá às 3 questões fundamentais dessa investigação quase CSI:




1) Como vc era?
R: O passado de alguém, por mais que queiramos ignorar, não passa batido, porque somos fruto do que vivemos ou escolhemos. "E a tua história eu não sei, mas me diga só o que for bom". Quando há uma amizade ou coleguismo prévio, dá pra conhecer alguma coisa porque não há necessidade de querer mostrar só o lado bom o tempo todo. Naturalmente, dá pra saber as respostas das perguntas seguintes.

2) Como vc quer ser?
R: Em que fase da vida essa pessoa está? Será que ela quer um compromisso? Será que ela sente mesmo necessidade de partilhar a vida e seu cotidiano ordinário ou extraordinário com alguém? Ou será que essa pessoa quer continuar vivendo solto sem se envolver de verdade com "ninguém"? Por mais que se olhe com afeto, carinho, compaixão, tolerância, não dá para obedecer aos feromônios, hormônios ou afins e se lançar com tudo. Em certos estágios da vida não dá mais pra bancar a adolescente apaixonada, a princesa encantada, a Branca de Neve que despertou e se jogou nos braços do primeiro que viu.

3) Onde vc quer chegar?
R: Além de ser imprescindível saber sobre isso, deve-se também fazer essa pergunta a si mesmo, porque quem não sabe o que procura não vê aquilo que encontra. Se vc quer chegar a Paris, mas o parceiro não tá a fim de cruzar o oceano; se vc curte um conjunto de coisas que o parceiro não dá o menor valor; se o digníssimo não sabe diferenciar o podrão do Subway; se o carinha chegou na sua vida e quer mudar sua rotina, criticar seus amigos e costumes e não entrar no seu mundo, vc decide: será que realmente vale a pena meter o pé na jaca, se contentar com metade do que vc almeja só pra não ficar só?

Sei que a discussão é longa e os pontos de vista individual ou coletivo, que não há fórmulas prontas, que cada um pode ir até seu limite ou extrapolá-lo e quebrar paradigmas para viver o que quiser, mas eu prefiro ficar com a visão de Rapunzel. Ela estava ali não por vontade própria, mas por condições que a própria vida gerou. Ela poderia ter se jogado da torre e ido à caça, mesmo se ferindo ou passando frio na floresta. Ela, com certeza, lutou, mas muitas vezes também ela sentou e chorou; porém, sempre voltava a cuidar de si e a olhar para fora. Então, quando surgiu uma possibilidade ela pôde ouvir, caminhar até a janela, olhar, dialogar e estender a mão, ou melhor, jogar a trança e mostrar o caminho àquele que, de fato, estava disposto a conhecê-la de verdade e permanecer em sua companhia.


PS: Devo os créditos desse post às agradáveis horas que passei jogando conversa fora e aprendendo com as mulheres mil Suede, Juli, Ludmila, Marcília e Rae.


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

NO MUNDO DE ALICE BANDEIRA


Alice intensa!
Alice essência!
Alice não escreva aquela carta de amor!
Que o efeito pode ser devastador
Que nem tsunami e terremoto
Lá pras bandas do Oriente


Mas se o amor for reincidente,
Recorrente e remanescente
Insista!Invista!Reincida!
Mesmo que ele tenha medo das suas idéias
“Porque, Alice, você precisa ser tão sincera?”


Alice latente!
Alice nascente e poente!
Agora é tudo ou nada!
Por que tantos sonhos morrem em poucas palavras?
Por que o coração não está pronto
Para acolher, receber e conceber
Luminoso amor
Cheio de finos tratos para fino tato


Selecione!Colete!Eleja!
Não fique com o coração do tamanho de uma cereja!
Exploda, remova e explore
Com faíscas e afinco
Cada jade dessa mina
E viva com o valor de muitos quilates
Aquilo que lateja o coração!


(JORLANE, Flávia)
PS: Escrito para a aluna-amiga de tds as horas, poemas, music and bobeiras!)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

EU APENAS QUERIA QUE VOCÊ(S) SOUBESSE(M)



Pensei muito sobre o que escrever acerca dos últimos acontecimentos e me lembrei muito de uma música que eu cantarolava na UFS com minha amiga-irmã Marisinha, para quem tenho ligado com frequência. Quando já se viveu muito (quanta pretensão!) é realmente natural que se prepare melhor para as adversidades e tenho visto isso acontecer comigo diante do insólito cenário que se instalou no meu trabalho (que não é emprego, e sim concurso!). Falo "se instalou" porque quando vejo pessoas com belos discursos e posturas questionáveis, penso mesmo que estou numa peça, dessas com ingresso a 1 real ou 0800, que a gente só vai assistir em nome da cultura e para valorizar os atores.

Com o tempo, a idade e a experiência (muito frágil ainda) e gente passa a não depender mais de elogios, predileções e aplausos...passa também a não se importar com o que acham da gente, quando o que nós mesmos achamos da gente é o que importa, especialmente quando buscamos ter uma vida íntegra que prima pelo bem do outro, mas pelo nosso também. Contribuições sempre vêm de amigos, de pessoas muito próximas que nos acompanham por muito tempo e nos conhecem mais um pouquinho. Mas, com o tempo a idade e a experiência (repito!), ofensas e impropérios doem menos, atingem-me apenas superficialmente e o que parecia uma tempestade acaba sendo uma grande faxina, levando o que era frágil e volátil para bem longe, restando apenas as rochas firmes e inabaláveis.

Poucos irão compreender e não perco mais tempo tentando explicar, nem fico triste se não entendem que minha semeadura sempre gera frutos, que reconhecimento é coisa certa e vem de onde menos se espera, de corações puros que vêem além. Por isso, agradeço a todos que acompanharam minha vida profissional desde o comecinho até eu chegar onde cheguei, onde escolhi chegar e onde Deus preparou para mim o solo que meus pés desejaram pisar. Hoje faço 3 anos de doutorado e 1 aninho de IFBA e sei que continuarei sempre melhorando e dando muito orgulho àqueles que escolheram fazer parte da minha vida!

"Incomoda muita gente
Se você vai fundo no que faz
Incomoda o seu caminho diferente
Incomoda um ser humano singular
Na esquina do horizonte com seus olhos
Pixo o muro pra você se lembrar
Tudo o que eles querem é te usar
Saco de pancada, boi de piranha
De suas dúvidas
Alguém que simbolizará
Mesmo sem querer
Uma insuportável vontade de viver"
(Graffitti-Guilherme Arantes)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

ORA (DIREIS) OUVIR ESTRELAS!

"Acorda, vem ver a lua
que dorme na noite escura
que surge tão bela e branca
derramando doçura
clara chama silente
ardendo meu sonhar

(...)
a sombra confia ao vento
o limite da espera
quando dentro da noite
reclama o teu amor".
(Villa Lobos)




"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las... 
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!".
(Das Utopias-Mário Quintana)

domingo, 24 de julho de 2011

VIAJAR É PRECISO!



"Cada aeroporto é um nome no papel"

Passagens compradas, ticket to ride, now boarding gate, "barra de cereal, senhora?" (ai que saudade da Varig!), malas por fazer, por pegar na esteira estérica e lá vou eu por três operadoras e seus preços mais ou menos cabíveis no meu bolso D1 velejar por aí.

"E eu quero tudo no próximo hotel: por mar, por terra ou via embratel"

Humm...dessa vez não terei toalhas brancas, edredon 200 fios e nem vista para o mar, mas as amizades compensam o labor da empreitada. A viagem transcorrerá sem percalços por Avianca, por Azul e pela Gol, com duas conexões que vão me render algumas horas perambulando, vendo vitrines e doida pra fugir dos funcionários das operadoras, que dizem educadamente: "senhora, nós não recomendamos sua saída da sala de embarque", a quem eu mais educadamente ainda respondo: "é rapidinho! vai dar tempo!".

"Viver é bom: arrives and departures!"

Finalmente viajando, arranjei péssimas vizinhos de viagem (o pior deles foi um adolescente gigante estilo "aê, mano, é nóis!" divulgando sua ressaca e escutando reggae), vôo cancelado e troca imediata de operadora (quando a farinha é pouca, meu pirão primeiro!), alguns leves atrasos, mas tudo valeu a pena. Como sempre aquelas velhas orientações "em caso de despressurização" e "use o assento para flutuação", como se alguém numa hora dessas fosse atentar para isso. Detalhe: por uma fileira a mais não fui obrigada pela aeromoça a ler as instruções das saídas de emergência, como se isso fosse adiantar alguma coisa.

Na metrópole paulista, investimento pesado em casacos para não trincar de frio (assessoria na Barred's by Luciana Martins), cinema com meus queridos primos lindos, jantar no Rong He (http://www.ronghe.com.br/)(onde comi "o yakissoba" com meu amigo rei paulista), almoço na sogra da Lu acompanhada do pequeno príncipe Davi (coisa mais bonita é você!), a quem dei mamadeira, segurei, brinquei, tirei fotos e mais fotos para não esquecer aquele sorriso puro.

Mais um embarque imediato e lá estava no Galeão, alojada com vista pra Baía da Guanabara, onde iria começar outra sessão de aventuras, revendo amigas na Creperia Bibi, amigos santos na Shalom e no Rio Sul (eita que coisa chata!), orientadora, técnicos (o Flavinho continua mal humorado, pra variar), minhas mestras queridas e muitas confidências (momento adolescente x maturidade). Voltei a ter vida de estudante, matando a saudade dos podrões do Flávio (parecia uma esfomeada na seca e sempre abençoava o alimento pedindo ao Senhor que me livrasse da infecção intestinal). Para não perder os bons costumes culturais e renovar meu banco de dados visuais, estava me esperando Santa Tereza de portas abertas, com seu Parque das Ruínas, atelliers, bondinho e muito boteco pra inglês ver. Entre tantos encontros, revivi missa na Santa Rita, peguei uns transportes alternativos onde pude relembrar os sotaques cariocax e me sentir na peça Os Suburbanos, revi meus muitos pais adotivos, meus amigos de carona, ri de novo com as piadas do Ilton e já estou sentindo falta do carinho da Sílvia.

Pra terminar, meu lugar favorito: Praia Vermelha, Urca, pôr-do-sol, Pista Cláudio Coutinho, bondinho que ía e vinha e aquela pequena faixa de areia com águas tranquilas verde-turqueza para renovar o ânimo e regressar. O caminho à tarde, o sol alaranjado nos prédios e a volta por Botafogo, Aterro do Flamengo lançou várias músicas no ar e só dava vontade de cantar: "Como o mar está sereno! Olha lá! As gaivotas já vão deixar suas ilhas.Veja o sol! É demais essa cidade, a gente vai ter um dia de calor" (Cigano-Djavan). Enfim, definitivamente:

"Viver é bom: partida e chegada. Loneliness no matter!".



PS: Só faltou uma ida ao "cutbox" com Léo e Dri, mas fica pra próxima.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

AND SO IT'S...



"Faço longas cartas pra ninguém, e o inverno no Leblon é quase glacial"(Adriana Calcanhotto)

Num fragmento de rascunho, encontrei algo que dizia assim: "estou numa fase onde pouca coisa me atrai, especialmente as leituras. Tenho muita coisa ao meu redor, muitas fontes para escolher e são cada uma melhor que a outra. Estou exausta de me conhecer, de compreender minhas reações e emoções para ver se não feri, se não magoei o outro. É muito empirismo para pouca prática e anseio a todo instante pela experiência como uma forma de me libertar do que já fora imaginado de tantas formas e não foi vivido. Eu nao cheguei onde quero chegar e já cansei de não ser compreendida. Meus sonhos são outros e são caros, mas passam tranquilamente pelo senso comum."

"Mas se você resistir e teimar e fugir
Não se assuste se tudo enguiçar
A engrenagem do amor pode ser traiçoeira e vingar"
(Marina Lima)

domingo, 12 de junho de 2011

A QUEM INTERESSAR POSSA...


Dia dos namorados é, definitivamente, um dia comercial. As pessoas ainda endividadas do carnaval, do IPVA, dos ovos da páscoa saem às ruas com suas lojas e vitrines cheias de coração de papel crepon e laminado para garantir seu trunfo do dia 12. Lá se vão rios de dinheiro em caixas de chocolates, roupas de marca, buquês (dá uma dó das flores extirpadas da terra)...mas peraí! Isso aí é presente do passado! Hoje em dia, os presentes mais cotados devem ser um Celular Multifuncional (só não faz beijar na boca, mas o resto...), um Tablet ou mesmo um Notebook! Isso estou falando acerca da minha esfera social e acadêmica, porque se eu for aumentar a cifra e o imposto de renda, o nível dos presentes evolui tranquilamente para uma ida básica a Veneza, um jantarzinho casual na Torre Eiffel ou mesmo um happy hour informal tipo queijos e vinhos sob o sol da Toscana.

E eu, com minha criatividade e romantismo (atualmente, mais oriental do que ocidental) não poderia deixar passar em branco essa data e fazer um post para recordar os papos, ideais e sonhos partilhados com as amigas (agora quase todas casadíssimas!) dos tempos saudosos de outrora. Dia desses, até que encontrei um conselho útil no fútil msn:

As ofertas de príncipes no mercado são escassas. Quando lindos, são convencidos. Quando ricos, são hedonistas. Quando caçadores, você não é a única caça. Os gentis demais são afeminados. Os viris, egocêntricos. Os poetas sonhadores, uns chatos. Os provedores não gostam de lavar louça. Todas as outras variações têm pitadas machistas. E você, tão autossuficiente, suspira "poxa, eu só queria um companheiro para esta vida".

About me, "não discuto com o destino: o que pintar, eu assino" (Leminski). Demorou, mas eu aprendi que ninguém é perfeito e que o amor é mesmo um produto: eu escolho e o outro me escolhe de acordo com nossas necessidades a serem supridas e metas a serem alcançadas. Mas, para não perder a poesia concreta do dia, deixo-lhes a Divina Comédia Humana (Belchior) falar por si, porque como diz uma amiga: se eu contar minha história para o carroceiro, até a burra chora.

Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim como um Sol no quintal
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual
(...)
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dele noite e dia
Fazendo tudo de novo e dizendo sim à paixão morando na filosofia

sábado, 4 de junho de 2011

FARTURINHA: O FILHOTE DA PROSPERIDADE


Ninguém acredita nessa história, nessa saga e nem na minha tamanha criatividade, mas vejam só: eu sou assim mesmo, criativa, autêntica e cômica (uma figuraça, como diria Paty Floid). Sempre criamos gatos pela frustração de meu pai não deixar a gente (eu e meus irmãos) criarmos cães. Então, detonamos nossa paixão pelos felinos e aqui em casa já chegou a tal nível que diziam que era uma fazenda de gatos.

Já cheguei ao ponto de levar gato doente em viagem, gato esse em tal estado que o povo do ônibus dizia: sem futuro menina, joga esse gato fora!Isso pra não falar das senhoras da rua que vinham fazer medo a minha mãe, dizendo que teríamos asma e "inpingem". Que nada, fala sério! Pra quem cresceu indo pra roça, tomando leite de vaca, banho de riacho, andando de carro de boi ou cavalo, zelar de um bichano é, no mínimo, algo muito simplório e até aumenta a imunidade.

Mas enfim, voltando para o contexto atual, apareceram 2 gatas na laje da dispensa ferro velho de painho e tive muita dó, porque só tinham o couro, o osso, um grunhido e a vontade de viver. Tão fracas estavam que não conseguiam nem roubar qualquer coisa que eu deixasse na pia. Então, com muita caridade, subi uma escada nada segura pra alimentar essas gatas. Daí elas chamaram mais 2 gatos, mais esquálidos ainda, na mesma petição de pobreza. Haja comida, leite, ração de R$ 1,50 e nada dos gatos se reconstituírem, até que num belo dia de sol, observando aquela imagem, pensei direitinho e num lampejo de inteligência dei um nome pra cada um: Miséria, Penúria, Anemia e Desnutrição.

Atualmente, Anemia e Desnutrição não andam mais pedindo comida e eu prefiro acreditar que eles tiveram alta, mas Penúria e Miséria continuam amigas como tem que ser. Só que Miséria, mesmo nesse estado, obedecendo a seus instintos, conseguiu engravidar e, quando descobrimos, já estava carregando seu filhote pela boca, escondendo da gente. Tentamos ajudá-la, dando um leite especial, lascas de carne para ela ter condição de, ao menos, amamentar o filhote. Ela tentou, mas não contrariando seu nome, a miserável acabou abandonando o filhote, que nós, por compaixão, adotamos. Daí, pensei: se esse inocente filho da miséria sobreviveu e está cada dia mais fofinho, com seu pelo branco rajado e olhos azuis, só pode ter 3 nomes: Fartura, Prosperidade ou Abundância. Abrimos para votação e venceu Farturinha, que anda crescendo vertiginosamente, pois já está um gatinho adolescente. Como ele foi desmamado, é um gato muito carente que adora ver TV enroscado nas minhas pernas e tem até me feito companhia quando fico até tarde no computador.

Ultimamente, sob meu treino e incentivo, tem se revelado um exímio jogador de bolinhas e tampas de garrafa PET, e tem se destacado nas modalidades: mordidas atrozes, saltos mortais da escada (Farturinha dos Santos), corrida normal (Farturinha Jóquei), de obstáculos (debaixo da mesa) e escalada (Farturinha Aranha). Estou pensando seriamente em inscrevê-lo nas Olimpíadas e, quiçá, na Copa, se é que os estádios ficaram prontos para ter a honra de receber Farturinha, o Fenômeno!!! Ah! E pra quem não acreditou nesse história, veja aí quem são Penúria e Miséria:


PS: Na semana passada, o pai de Farturinha apareceu para tentar uma aproximação com o filho, mas estamos negociando as regras das visitas.


sábado, 28 de maio de 2011

A PACIÊNCIA É MÃE DA EXPECTATIVA

Para o post número 12, 12 coisas que vão no coração:


Now we are together sitting outside in the sunshine (1), it's a little bit funny this feeling inside, I'm not one of those who can easily hide (2). Tenho andado de poros abertos e olhos atentos...ou seria o contrário? (3) I just wanna be close to you 'cos I understand the strength of your hand (4). Anyplace (with you) is better, starting from zero got nothing to lose (5). E ajeitava o meu caminho pra encostar no teu (6), arrastando meu olhar como um ímã (7), because when stars collide like you and I no shadows block the sun (8). Now we have each other enjoying each moment with one another (1) , precisamos viver hoje, aqui, amanhã não se sabe, viva agora antes que o dia acabe (9). But soon we'll meet again and soon it'll be bright at noon again (1). Anyway the thing is what I really mean: yours are the sweetest eyes I've ever seen (2). And so it's...I can't take my eyes off you (10).



PS: I want to see if you stay together or if you dissolve into molecules.

MÚSICAS: (1) An Ocean Apart - Julie Delpy; (2)Your song - Sir Elton John; (3) By me ; (4) Close to you - Whigfield; (5) Cars - Tracy Chapman; (6) Valsa Brasileira - Chico Buarque; (7) Leãozinho - Caetano Veloso; (8) The One - Sir Elton John; (9) Amanhã não se sabe (Titãs); (10) The blower's daughter (Damien Rice).

terça-feira, 24 de maio de 2011

FELIZ CUMPLEÃNOS!

Sabe quando a gente tem um amigo, que leva a outro amigo e assim por diante? Quem diria que aquele adolescente espinhoso sentado no Bazar de Dona Carol um dia me acharia e nos tornaríamos amigos acadêmicos, de almoços e encontros mais raros ainda? Ah! E que ele também se tornaria amigos de outros velhos amigos e que faríamos city tour na cidade maravilhosa, e que daqui a uma semana aquele menino verminoso de Pacatuba estaria indo para o Texas como professor visitante?

Como é que eu não posso me orgulhar dos amigos que tenho, amigos esses cuja inteligência (que ele não admite!) e resiliência me impressionam. Ele é um cidadão do mundo e, acredito que logo se libertará dessa vida nômade e de sua oca na selva. O cara é tão cotado, que foi até parar na progaganda do Yahoo! Mail,rsrs. Ele sabe inglês, francês, tem dois mestrados, faz doutorado, tem uma filha linda e uma esposa mais culta ainda, e nesse momento anda muito instrospectivo por causa do seu aniversário...Eu já disse a ele que posso recomendar ótimos cremes para ele ficar um escândalo, e que ele quando usar Garnier Fructis pode se olhar no espelho e dizer: porque você vale muito! Que tudo! Sem mais argumentos, eu apelo para Machado de Assis e espero dias melhores, com bacon e cereal no café da manhã nos próximos dois meses!

"Isto é a vida; não há planger, nem imprecar, mas aceitar as coisas integralmente, com seus ônus e percalços, glórias e desdouros, e ir por diante".


Citação encontrada no wikcionário assim relatada: 1882. ASSIS, Machado de. Teoria do medalhão. In: _____. Papéis avulsos. Belém: UNAMA, 2007.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

GREEN EYES

Programa de índio é ver TV aberta no domingo, mas de vez em quando até que serve para ficar por dentro da vida fútil do mundo fashion, copiar um modelo de vestido, fazer ácidos comentários (com minha irmã que não deixa passar nada!) sobre as super notícias do tipo: "fulana veio falar tudo sobre sua personagem" (como se não bastasse a novela passando todo dia), "fulana estaria com beltrano" (como se alguém duvidasse que esse povo volátil trocasse de amor como se trocasse de Prada ou de Louis Vuitton) ou ainda "fulana estaria grávida" (isso aí é da conta dela, quer dizer, problema do advogado que vai tratar da pensão). Já adivinharam o programão, não é? Nem preciso dar mais pistas!

Mas vejam só que notícia legal em meio a isso tudo: o RPM voltou!!! Será que agora vão mudar o foco que a mídia alienante lança sobre esses cantores que hoje lançam um CD e um mês depois já lançam o DVD ao vivo? E como se não bastasse passar em tudo quanto é programa de rádio e de TV, meus vizinhos ainda investem nas cópias piratas que tocam até remover a película.

Até agora minha memória musical só conhecia os Olhos Negros de Fevers (das fitas de painho), Blue Eyes de Elton John e os olhos castanhos da tempestade de Legião Urbana (Tempo Perdido), mas voltando ao tema do post, finalmente uma música bacaninha com referência a olhos verdes, um single que pode impregnar à vontade na vitrola, nas rádios on line e onde mais a mídia achar que há espaço.

A gente tem medo de se entregar, de se envolver
E acha que é cedo, que ainda temos tanto pra viver
E faz tantos planos, e acha mesmo que é possível
Ao longo dos anos tentar prever o imprevisível


Então de repente ele chega arrebatador
São dois olhos verdes e um sorriso avassalador


Quem sabe o amor não seja apenas uma suposição
Um ato do acaso, alegoria, somente uma ilusão
Você não contava que aquilo ainda pudesse acontecer
Nem acreditava no velho mito de Eros e Psiquê.


quarta-feira, 11 de maio de 2011

QUE OUTRO DIA AMANHEÇA

Como sempre, eu e minhas consultorias Lattes, Carreira e cia...através de um aluno bilíngue e "futuro ITA" reencontrei um livro de química que continha poesia na apresentação de cada capítulo, e nele a poesia urgente do dia, que descobri no Terra que foi musicada por Jane Duboc (autoria de Edson / Terezinha Fagá). Já escutei a música umas dez vezes e, antes que outro dia amanheça, preciso postar isso aqui:

Não se esbarre na louça,
E repare no jardim,
As plantas subindo pro sol.
Nunca deixe de cantar à brisa,
E de voltar quando queira.
Não perca a altura do vôo,
Nem se desvaneça.
O tempo é concreto,
E se você tem pressa,
Não perca a cabeça.
É preciso que um dia se vá,
Pra que outro dia amanheça.


sexta-feira, 6 de maio de 2011

DIA DE MAINHA



"Vento de maio, rainha de raio, estrela cadente" (Lô Borges)

Tudo que eu acho mais bonito na natureza, eu posso associar ao amor da minha mãe. Sou imensamente grata por seu amor, cuidados, carinhos e mimos, por todo o processo da gravidez, a dor de amamentar pela primeira vez, os sustos que causei, as noites de sono que roubei. Certamente, se eu for mãe um dia eu quero a avó por perto cuidando de tudo, pois segundo a própria mainha pra criar um filho, uma mãe é pouco! Às vezes, quando estou de folga e acordo mais tarde um pouco, desço as escadas e vou procurá-la instintivamente e ela diz: deixe-me lhe dar um abraço! Acho que as mães sentem muita falta de cuidar de seus filhos e sempre os verão como seus bebês. A minha mãe tem um cheirinho único na pele e no cabelo, um cuidado exemplar como esposa também, o que faz da minha família algo "tipo assim" muito especial.

Em abril de 2004 li uma reportagem na Cidade Nova que dizia: "novas pesquisas científicas confirmam que existe um diálogo permanente entre a mãe e a criança que ainda está no seu ventre. O timbre da reciprocidade: o amor está inscrito em nós de forma indelével. Recente pesquisa norte-americana fez uma descoberta singular que pode explicar por que temos a impressão de que os filhos trazem sempre algo que é próprio da mãe, e vice-versa. Os cientistas descobriram que, durante a gravidez, algumas células da mãe transferem-se para o feto e algumas células do feto podem migrar e viver no organismo materno. Assim, os filhos trazem para sempre consigo os traços da mãe e as mães conservam no sangue células dos filhos." Depois disso, preciso dizer algo mais? Preciso sim, porque não tem poesia mais linda para o dia das mães do que PARA SEMPRE de Drummond:

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.


Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?


Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

PERSONA NON GRATA


"Fotografei você na minha Rolleiflex, revelou-se a sua enorme ingratidão" (João Gilberto)

Assistindo ao Video Show um dia desses, me chamou a atenção a declaração do ator Werner Schünemann, que segue transcrita abaixo: "O que me deixa mais cabisbaixo? Falta de lealdade. A gente acha que a gente se acostuma com isso ao longo da vida e não é verdade. Aos 51 anos eu fico tão cabisbaixo e macambúzio quanto eu ficava aos 20 ou aos 30". Falta de lealdade para mim está sob o mesmo signo da ingratidão, e esta pode se manifestar por atos, palavras e omissões, fere corações e causa mal-estar. A gratidão é um dom de poucos e hoje em dia tenho me deparado com muitas personas non gratas. Eu não sei se o egoísmo e a frieza, a indiferença tomaram conta do mundo, só sei que espero uma mudança de atitude e encontrar pessoas que prezem a ética e o respeito à individualidade alheia.

"Por isso mesmo é que há de haver, é que há de haver mais compaixão". (Gilberto Gil)

Por enquanto, meu carimbo PNG vai...
# Para quem julga sem buscar ouvir o outro;
# Para pessoas que com apenas um grãozinho de areia mancham a visão que tem da gente;
# Para quem confunde amizade apenas com utilidade;
# Para quem especula como eu gasto meu dinheiro e como eu vivo meus afetos;
# Para quem se preocupa (mais que eu!) com minha vida.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O MUNDO


Um homem da aldeia de Negua, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas. O mundo é issorevelou — Um montão de gente, um mar de fogueirinhas.

Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo.


Eduardo Hughes Galeano  é um jornalista e escritor uruguaio. É autor de mais de quarenta livros, que já foram traduzidos em diversos idiomas. Suas obras transcendem gêneros ortodoxos, combinando ficção, jornalismo, análise política e História.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A MEDIDA DO DESPOJAMENTO


Já morei em tanta casa que já nem lembro mais, mas hoje eu moro com meus pais na casa que nasci (Ôps! Eu nasci no Nair Alves). Durante 12,5 anos eu peregrinei e já morei em 3 categorias de habitação: apartamento, kitnet e casarão, mas sempre soube e senti que ali não era meu lugar. Eu podia passar quanto tempo fosse longe de casa, mas quando eu viajava nas férias para minha casa, era como se todo dia eu estivesse em casa. A impressão que dava era que nos outros lugares eu estava como estrangeira, como nômade ou visitante, mas só era chegar em casa que ativava todos os sentidos; era como se eu estivesse fazendo uma longa viagem e, de repente, regressasse.

Foi esse sentimento de despojamento que tomou conta de mim ao longo desse tempo, que fez cessar um sentimento muito comum no início dessa caminhada: o saudosismo. Finais de semana deprimida, lágrimas no travesseiro, falta de apetite e uma tristeza no olhar que mais parecia uma afrodescendente com banzo. Com o tempo, as mudanças geográficas pararam de atuar sobre mim e não me atingiram mais. Aprendi a olhar pra tudo com um olhar passageiro, de despedida e aprendi que nem tudo teria continuidade. Citem-se aqui as amizades que desapareceram, objetos, móveis que ficaram para trás, hábitos adoráveis que tiveram que ser substituídos ou adaptados da melhor maneira possível para não colaborar com esse sentimentalismo que tenta se instalar diante de perdas, ganhos e escolhas (nunca reclamei pelo preço que paguei por todas as escolhas que fiz durante minha vida de estudante).

Vivi tudo na medida que cabia no meu bolso e no meu coração, com alguns excessos de vez em quando. Vivo cada coisa no seu tempo e esgoto as horas, minuto a minuto, e não estranho mais se a melancolia não me assalta: "hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, e nada sei" (Almir Sater). No filme Sob o Sol da Toscana, a loira louca diz pra Frances Mayes: "era o que Fefê dizia: "Você tem que viver esfericamente em várias direções. Nunca perca o entusiasmo infantil e tudo será seu". Vai saber se Federico Fellini disse mesmo isso, mas como faz sentido, não é mesmo? Concluo a divagação do dia com o poema Despojamento de Sérgio Antunes, um poeta a tempo de ser redescoberto.

Não quero guardar relógios
ainda que à prova d’água,
preciso, apenas, do tempo,
mesmo que exposto a magoas.


Não quero ter o cavalo,
ainda que todo branco,
quero, apenas, o galope,
mesmo manco.


Não finco estacas na lua
nem quero a posse da estrela.
Preciso, apenas, da luz
mesmo que de velas.


Não tenho bolso,
não guardo resto.
De tanta mão
só fica o gesto.

sábado, 2 de abril de 2011

ACERVO 90 MEGAHERTZ



Na metade da década de 90, para quem só tinha a Cultura FM, conhecer a Delmar FM (Aracaju-SE) foi um must! O rádio era minha mais fiel companhia, pois sem móveis, sem TV, sem família, bichano, amigos e tudo mais, tudo era difícil demais. Pelo rádio eu viajava e transformava o cenário cinza de saudade em presença, através das ondas que eram mais tácteis que meus vizinhos. A música me deixava feliz e me isolava da frieza daquela beleza de praia (Atalaia) que estava tão perto e tão longe de mim, pela falta de muitas coisas, inclusive dinheiro e companhia.

No fim de tarde, pôr-do-sol na janela do apartamento no Estrela do Mar, eu parava pra descansar a mente e o corpo após longa jornada de estudo ao som de "Delmar Dois Tempos", que mesclava MPB e Pop. À noite me viciei a só dormir com o rádio ligado, e aí vinha o repertório internacional, cheio de musicões que ainda hoje fazem sucesso entre os corações apaixonados. O pobrezinho do radinho de pilha, para atender à demanda, foi adaptado para funcionar na tomada pelo meu falecido tio Cacau, e mesmo assim ganhava muitos saculejos e tabefes quando não queria funcionar. As músicas eram a trilha sonora daquela fase que estava só começando.

Mais de uma década depois, em outra região sudestina, conheci outras rádios que hoje, graças à tecnologia, posso escutá-las pela web, com direito a título e letra. O que era minha utopia naquela época, hoje é uma realidade: ouvir a música, ver os clips no youtube, saber por onde andam cantores esquecidos pela mídia como Biafra, Ritchie, Rosana, Jane Duboc e tanta gente boa que marcou os anos 80 e 90 com temas de novela. Hoje existem muitas formas de ouvir música, mas minha paixão continua sendo o rádio, por me trazer sempre uma surpresa, algo não programado. Pra finalizar o "Melancolia Um Tempo" seguem algumas pérolas que talvez nem fossem precisamente atuais, mas segundo Elton John:

"And it's times like these when we all need to hear the radio
Cause from the lips of some old singer
We can share the troubles we already know"

Deixar você - Edmon Costa
Cheiro de mato - Fátima Guedes
Fonte da saudade - Kleiton e Kledir
Meu amigo, meu herói - Zizi Possi
Simples Carinho - Angela Ro Ro
Passarinho - Rosana
Toada - Boca Livre
De corpo inteiro - Jane Duboc
Vem ficar comigo - Elba Ramalho
Um desejo só não basta - Simone

PS 1: "Eu já sei que qualquer dia tudo vai dançar, mas a fonte da saudade nem o tempo vai secar".
PS 2: I like sad songs (they say so much...).

segunda-feira, 21 de março de 2011

EU NÃO NASCI DE ÓCULOS


Finalmente, após alguns exames chatos e alguns milhares de mangos de investimento, voltei a ter dois olhos de fato, de direito e de nascença! Agora terei que me acostumar a usar óculos escuros não pelo charme que a minha beleza comporta, mas por necessidade, coisa que eu como química já deveria saber de cor: o perigo dos raios ultra-violeta e a redução dos pés-de-galinha indesejáveis.

Ao longo desses doze anos de vida extra-ocular vi muitas modas surgirem para convencer as pessoas míopes e astigmatas a usarem óculos como se fosse a coisa mais normal do mundo. O que é o feitiço da moda: faz o ridículo parecer belo e indispensável! É engraçado como as pessoas caem mesmo na onda e usam óculos que não tem nada a ver com seu perfil, como se fosse um simples adereço. Cito aqui os seguintes casos: óculos pequenos demais para o tamanho do rosto e dos olhos (a pessoa fica parecendo aquelas secretárias mal-humoradas de repartição pública que nos atende com a "menor" boa vontade); óculos de aro preto grosso (que envelhece pacas e que há um tempo atrás era símbolo de intelectualidade); óculos clean (sem quase nada) que facilmente cai do rosto de tão leve; óculos com pernas larguíssimas que dificultam a visão periférica e já deve ter provocado vários acidentes e inimizades (p.ex.: alguém nos chama e a gente não responde, porque não viu a pessoa ao nosso lado,rsrs).

Aqui ainda sobram comentários sobre as lentes! Gente, pelamordedeus, aceitem sua condição! Tem gente com pele 0 a 100% melanina que quer ter olho azul e fica parecendo um olho de gato com catarata! Se o objetivo é chamar a atenção, garanto que consegue e ainda assusta. Outra fenômeno mais detectado que tsunami é "óculos diadema". Pra onde é que vai a pessoa com um óculos sobre a cabeça, segurando a franja como um diadema em plena noite desfilando por aí? Pior que quem não tem franja, também acha o máximo (no caso dos homens) desfilar "se achando" com uns óculos estilo prisma (decomposição da luz visível). Além disso, que coisa mais impessoal é conversar com alguém usando óculos escuros, especialmente se for à sombra e com óculos "olhos mosca" ou "óculos MIB" (se acham os homens de preto com seus óculos blackout).

Críticas à parte, gosto é gosto. Que se faça uso do melhor óculos e que suas lentes de vidro ou de acrílico reflitam o bom senso, até porque óculos não é somente proteção, mas também é style!

sábado, 12 de março de 2011

ACROSS THE UNIVERSE


Sempre entre uma ligação química e outra, pode pintar um assunto extra. Eu, com essa minha mania de ensinar aos alunos a falar corretamente a língua inglesa, acabo colhendo ótimos momentos de distração durante as aulas, especialmente quando a turma interage e gosta mesmo de inovar.

Por causa dessa mania de ficar buscando a etimologia das palavras, dos termos e símbolos químicos, a fim de proporcionar melhor aprendizado, eu confesso que abuso do vocabulário seleto e incomum. Mas, afinal de contas, eu preciso compartilhar um pouco do meu conhecimento de mundo, de cultura em geral.

Por causa disso tudo, um dia um aluno me disse no fim da aula: "a senhora parece que já morou fora do Brasil." E eu, educadamente, respondi: "ainda não, mas quem sabe a próxima viagem será para além fronteira, além mar". Ele continuou: "vc conhece um filme chamado Across the Universe?". Eu respondi que não, e não é que na última aula do módulo, atordoada entre provas e um stress básico causado pela divulgação das notas, o Eduardo Severo me presenteou com o tal filme? Levei um tempo pra assisti-lo, mas desde que vi as 2h de produção impecável desse filme-musical com músicas dos Beatles, que essa produção cinematográfica entrou para a lista dos melhores filmes que já vi.

"Supreendente! Divertido, comovente e perceptivo! Uma obra de arte! O cinema americano no seu melhor. Extraordinário!" Catei tudo quanto era comentário de crítica da minha dvdteca para dizer aqui (e tb já disse ao Eduardo) como esse filme é apaixonante! Agora é pegar a pipoca com leite condensado que como com colher, ou um pote de sorvete, ou o que tiver pra beliscar na geladeira e passar, sem perceber, 2h enchendo a mente de sons e imagens ímpares!
PS: A versão de HOLD ME TIGHT é melhor que a original. HEY JUDE então, nem se fala! Confiram no youtube!

quarta-feira, 9 de março de 2011

A CANÇÃO TOCOU NA HORA ERRADA


E sempre tem tocado ultimamente, não sei por quê! Na voz de Ana Carolina soam grave as ondas sonoras e a decepção. "E eu que pensei que sabia de tudo", quase nunca sei de nada, ou melhor, só sei depois. Aqui se cruzam o direito de saber, o dever de revelar e novamente o direito de não falar nada, de emudecer.

But, let it be! Rilke escreveu ao Sr. Kappus: "não investigue agora as respostas que não podem lhe ser dadas, porque não poderia vivê-las. E é disto que se trata, de viver tudo. Viva agora as perguntas. Talvez, passe, gradativamente, em um belo dia, sem perceber, a viver as respostas." (cf. Cartas a um jovem poeta, p.43).

"Não é porque tá muito frio, não é porque tá muito calor"...pode ser chuva, tsunami, seca no semi-árido, não importa! "Se a fé remove até montanhas, o desejo é o que torna o irreal possível. Não vou dizer que eu não ligo, eu digo o que eu sinto e o que eu sou." (cf. Cássia Eller - Meu mundo ficaria completo (com você).

No mais, boa sorte e cuide-se bem!