"Quando fevereiro chegar, saudade já não mata a gente"
Pra começar o ano após minha maravilhosa quaresma quase sabática, com direito até a viagem internacional, quero falar sobre algo que há algum tempo lateja na minha caixola: redes sociais, dependência afetivo-virtual, etc e tal.
Vamos começar pelos emails. Todos os dias acesso minhas 3 contas criadas cada uma com sua necessidade específica e em épocas diferentes, onde os vírus não íam para o Spam e o risco de perder dados era grande demais. Todos os dias apago emails encaminhados, vírus (muitos deles facilmente identificados pelos erros grosseiros de português!) e propagandas de lojas me convidando a consumir coisas que muitas vezes não me interessa. Acredito que as pessoas que me encaminham esses emails super importantes para minha vida, das duas uma: ou passa o dia lendo esses emails, fazendo o download dos slides e se enchendo de informações tão imprescindíveis à vida de um ser humano brasileiro e trabalhador que não consegue se controlar de tanta emoção e vai logo encaminhando; ou existe também a possibilidade da pessoa simplesmente ter o vício de encaminhar email. O pior é que já vi gente arrasada por receber email de ex-namorado, ficar toda felizinha e depois sacar que era porque ele não tinha selecionado a galera e seu nome foi no bolo. Enfim, na minha estatística, de cada 10 emails, 2 tem serventia, e haja paciência pra sair no meio daquela confusão achando o que presta e o que já vai logo pra lixeira.
Vamos ao msn. Muito legal conversar e encontrar amigos distantes ou próximos, mas bater papo com o vizinho não dá. Se eu estivesse no Rio com medo de bala perdida ou no Afeganistão, tudo bem!Coisa que não suporto são as tais letrinhas dançando na tela. Sinceramente, eu não consigo decifrar a maioria delas no meu PC Carroça, pois chegam coisas desconfiguradas e a conversa logo vira um monólogo. Acho interessante o estado de espírito das mensagens do perfil, cada uma mais espirituosa ou desesperada que a outra. Isso sem falar da galera eternamente on line, ou que foi beber água e volta já, ou que tá estudando, ou que tá vendendo alguma coisa, mas tá no msn, ou que...
Bem, todas essas atualizações perderam a graça e ganharam um cantinho só pra elas depois no Twitter e pouco tempo depois no "Meu querido diário" Facebook, ou simplesmente "Face" para os íntimos!Menos mal uma ferramenta com esse nome, porque na época do orkut, havia os que se orgulhavam de pronunciá-lo em várias entonações, mas de vez em quando rolava um "iogurte" básico!Já recebi vários pedidos, vários convites e quase ameaças do tipo: ninguém mais usa orkut!(como se dissesse: vc está out, excluída do universo!). É interessante ver como nas redes todos são dóceis de longe e de perto muitas vezes nem olham nos olhos. Meus caros amigos que usam essas redes, não se ofendam com minha acidez, mas simplesmente, como diz meu caro amigo internacional Alan, não sou refém das redes sociais. Não "curto" ficar divulgando cada passo que dou, nem vou perder o hábito de ouvir a voz dos meus amigos ao telefone em troca de ficar mais horas no meu quarto em frente ao computador. Não curto o layout, acho tudo muito poluído visualmente e não quero ninguém esmiuçando minha vida, nem ser mais uma na multidão de pixels da tela. Não preciso de ninguém aprovando, curtindo ou não gostando do que faço. É tudo muito superficial e "meus sonhos são outros".
E aí? Fui clara? Fui clean? Fui light? Só confirmando: não tenho Badoo, não tô no Par Perfeito nem em qualquer outra nova tecnologia onde pessoas buscam tanto por atenção, comunicação ou simplesmente seus 5 min de fama, de acesso, de frequência ou correspondência sentimental.
Foi muito clara, captain (Como sempre)!
ResponderExcluirO interessante das Redes Sociais é que conseguem deixar a pessoa ao mesmo tempo popular e só, mecanizada. As pessoas, muitas vezes não têm nada para fazer, vivem num mundo em que o "pc" é de vital importância.
Há um certo medo dos verdadeiros relacionamentos...Isso explica o fato de, cada vez mais, aos relacionamentos se tornarem relâmpagos...
Talvez a massa prefira a pseudo-comunicação porque todo mundo parece interessante virtualmente (O Google extinguiu a burrice, viva!).
Por indicação, criei uma conta no Facebook...
Quando acessei, decepção total...
Esperei mais algum tempo para ver se melhorava...Aí, para a minha surpresa, começaram a postar mensagens de Veríssimo...Quando olhei direito, notei que não eram de Veríssimo, são mais algumas daquelas que ficam nos sites de mensagens com nomes de pessoas famosas e o povo posta por causa do nome do autor...Paciência...
Também há aquele tipo de declaração que as pessoas adoram fazer declarando altíssimo auto-estima e, ao mesmo tempo, mostrando que não passa de tentativa de auto-afirmação...
Para quem assiste ao conteúdo do programa Casos de Família, o Facebook é o paraíso...
O que existe de discussão de relacionamento...
Depois de um tempo, cancelei o contrato de aposentadoira do meu sistema cognitivo me desligando do Facebook...
Captain, a acidez faz parte do show...(Belchior que o diga)
Utilizando um pouco da sabedoria Orwelliana, penso o seguinte:
Somos aqueles que estão imunes a essa ferramenta de manipulação. Somos os que sabem que dois e dois são 4 e que não mudam de ideia só porque o senso comum aceita a ideia de que são cinco.
Oh, captain! My captain!