“Eu não sou uma profissional, eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo amadora. Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim…” (Clarice Lispector)
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domingo, 2 de agosto de 2015
ESPELHO, ESPELHO MEU
"Eu sou mais eu muitas vezes" escapuliu do âmago do meu ser em uma conversa que começou com hamburger e terminou com comportamento alheio, eu acho. Só sei que extrapolei. Mas quem um dia já não pensou/disse: "Fala sério! Sou mais eu!". Acho que andei lendo muito Snoopy e me inspirei em Lucy, que uma vez disse na maior tranquilidade: "Eu nunca cometi um erro na minha vida. Achei que tivesse cometido uma vez, mas eu estava errada."
Lembrei também de meu colega Otto falando com aquele vozeirão: "minha filha, eu não me acho, eu me sou!". E de um aluno muito inteligente e cheio dos argumentos e das palavras de cunho histórico-crítico-social-político-Cuba: "numa discussão a última palavra é a sua?". (pausa) Eu: "Sim! Nem que eu tenha que parar um pouco para elaborar a resposta".
Contando esses fatos bobos, pode parecer que eu seja um pouquinho metida, mas não sou não. O fato é que eu "geralmente" não tenho paciência para ver alguém fazendo/falando algo errado e eu sabendo da verdade não interferir. Mas, às vezes, eu não argumento de jeito nenhum e fico só ouvindo as pérolas. Eu juro que eu me controlo! Como a quem mais for dado, mais será cobrado, eu só faço isso com o alto escalão, ou com que o aspira. Por exemplo, estava lanchando e passou uma reportagem sobre racismo, e uma pessoa bem dona da verdade começou a explicar aos presentes que o racismo começou na bíblia (ninguém merece ouvir o resto da história) e eu fiz cara de quem estava amando a explicação; ou quando uma secretária ligou para a chefe alegando que o candidato não tinha pós-graduação, "só" especialização.
Outra vez, outra secretária hors concours lamentou o fato de ela não poder fazer em Maceió o concurso estadual da Bahia. Aí eu traduzi a sigla do órgão pretendido, para ela entender que BA é Bahia, mas mesmo assim ela ficou com cara de perdida e triste. Pior que até eu fiquei por ela, porque Salvador é bem mais longe e ruim de chegar que Maceió. Mas voltando a tempos remotos, uma vez quase perdi um aumento de 5% no meu salário-paga-contas porque a secretária ao levar meus diplomas para o RH, voltou com a seguinte constatação: "professora, o chefe não vai poder lhe dar o aumento, porque a senhora tem doutorado, mas o aumento é só pra quem tem pós-graduação". Respirei fundo e expliquei (quase desenhei) que "pós" é tudo que vem "após" e aí dei um mini-curso de academicismo. Dessa vez, eu não podia me calar, se não perderia meu auxílio-lanche-pós-missa-aos-domingos. Pronto, falei!
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