sexta-feira, 5 de agosto de 2016

A VIDA SECRETA DAS PALAVRAS

 

Josef: Achei que... você e eu...
talvez pudéssemos ir embora
para algum lugar juntos...
um dia desses.
Hoje.
Agora.
Venha comigo, Hanna.

Hanna: Não, eu...
...acho que não vai ser possível.

Josef: - Por que não?

Hanna: Porque eu acho que,
se formos embora...
para algum lugar juntos,
receio que, um dia...
talvez não hoje, talvez...
nem amanhã, mas um dia,
de repente...
vou começar a chorar tanto, que nada
nem ninguém vai me fazer parar.
As lágrimas vão encher o quarto,
não vou conseguir respirar...
vou levar você para o fundo comigo,
e nós dois vamos nos afogar.

Josef: Eu vou aprender a nadar, Hanna.
Eu juro.
Eu vou aprender a nadar.

A vida secreta das palavras é...a vida secreta das palavras. Que filme incrível! A vontade era que eles ficassem ali conversando e se conhecendo por horas. O "eu vou aprender a nadar" só faz sentido no final. São duas mudanças de vida que ocorrem a partir dessa frase, mudanças que foram acontecendo ao longo do filme e que eles decidiram tomar. Ela poderia ter ficado enfurnada em seu apto durante as férias, mas resolveu transpor o sofrimento vivido na guerra, as perdas irreparáveis, os traumas emocionais e físicos para cuidar do outro, de um estranho que só receberia seus cuidados e pronto.
Mas esse estranho era espontâneo demais, não tinha nada a perder e, ao mesmo tempo, precisava se encontrar. E encontrou em Hanna o seu oposto e o seu par. Deixou de ser ímpar, de se perder em seus impulsos inconsequentes e aprendeu a nadar...e a amar.

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