Ainda no episódio "Não há tempo para o amor, Charlie Brown", Marcie vem andando com Patty Pimentinha e se depara com algumas crianças vendo um anúncio no mural da escola. E aí começa o diálogo, inspirado no próprio Schulz e sua aversão a viagens, por causa também da recorrente lembrança do medo que tinha de sua mãe esquecê-lo no bonde quando era mais novo.
Marcie: Senhora, acabei de ouvir que temos que ir numa excursão. Tenho muito medo de excursões.
Patty: Marcie, as excursões são muito divertidas. Você vai gostar!
Marcie: Mas e se eu passar mal, e se eu me perder? Eu ouvi dizer que temos que levar lanches nas excursões.O que acha disso, senhora? E se eu chegar lá e descobrir que eu deixei meu lanche dentro do ônibus? E se eu entrar no ônibus errado? E se eu for parar no centro da cidade?
Patty: Não se preocupe, vai dar tudo certo! Eles usam o sistema amigo nas excursões, e sempre colocam um aluno mais velho com um mais novo. Eu garanto que serei a sua amiga.
“Eu não sou uma profissional, eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo amadora. Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim…” (Clarice Lispector)
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domingo, 28 de maio de 2017
FILOSOFANDO COM SALLY
Os especiais de Peanuts produzidos para a TV são repletos de diálogos que inspiram longas ou curtas reflexões. Em um dos meus favoritos (Não há tempo para o amor, Charlie Brown) Sally acorda assutada, pois se atrasou para a escola e diz: "meu relógio não despertou...acho que eu dei corda demais. Às vezes, se você der muita corda no relógio, ele não desperta". E Charlie Brown tranquilo, comendo seu cereal, responde: "somos todos um pouco assim!"
sexta-feira, 26 de maio de 2017
REFLETINDO COM LINUS
No episódio "Não há tempo para o amor, Charlie Brown", Minduim recebe um ultimato da professora, pois tem que recuperar suas notas. Angustiado, pergunta a Linus: por que temos que sofrer toda essa pressão com relação às notas? E Linus destila sua sabedoria:
"Bom, eu acho que o propósito de ir pra escola é tirar boas notas. Aí você vai para o segundo grau, onde o propósito é estudar mais ainda pra tirar boas notas e poder ir pra faculdade.
E o propósito de ir pra faculdade é tirar boas notas para poder fazer pós-graduação.
E o propósito disso é você estudar mais e tirar boas notas para ter um emprego e ser bem-sucedido, pra casar e ter filhos, para poder mandá-los para a escola para tirarem boas notas, para poderem ir para o segundo grau e tirarem boas notas, para ir para a faculdade..."
"Bom, eu acho que o propósito de ir pra escola é tirar boas notas. Aí você vai para o segundo grau, onde o propósito é estudar mais ainda pra tirar boas notas e poder ir pra faculdade.
E o propósito de ir pra faculdade é tirar boas notas para poder fazer pós-graduação.
E o propósito disso é você estudar mais e tirar boas notas para ter um emprego e ser bem-sucedido, pra casar e ter filhos, para poder mandá-los para a escola para tirarem boas notas, para poderem ir para o segundo grau e tirarem boas notas, para ir para a faculdade..."
sexta-feira, 5 de maio de 2017
TODO MÊS DE MAIO NA MAIOR
Em 1982, Guilherme Arantes lançou um álbum com músicas que gosto demais, e que só fui conhecer no final da década de 90 graças à minha amiga Simone. No álbum se destacam canções que aprendi no rádio e que tocam até hoje, como Lance Legal e O Melhor vai começar, de onde peguei emprestado um trecho para meu convite de formatura. Mas gosto também das demais, incluindo a que intitula esta postagem e Hortelã, um instrumental com uma pegada bem característica dos anos 80. A mais lenta e romântica é O amor nascer (Prelúdio), que encerra o repertório e que já foi interpretada por Leila Pinheiro.
Olhando para a capa do disco, vê-se um Guilherme Arantes ainda jovem, pele bronzeada (ou avermelhada, como diz aqui na letra), o mesmo Guilherme Arantes cujo depoimento para o livro Pavões Misteriosos de André Barcinski me fez dar gargalhadas, tamanha modéstia e angústia o rapaz sentia naquela época:
"Teve uma época em que eu tinha raiva de ser bonito, porque os compositores importantes eram feios. Eu tinha uma puta inveja do Zé Ramalho, por exemplo, mas havia uma preconceito na época, e acho que existe até hoje, de que uma pessoa bonita não pode querer tudo. Além de bonita, também quer ter talento? Que negócio é esse?"
Olhando para a capa do disco, vê-se um Guilherme Arantes ainda jovem, pele bronzeada (ou avermelhada, como diz aqui na letra), o mesmo Guilherme Arantes cujo depoimento para o livro Pavões Misteriosos de André Barcinski me fez dar gargalhadas, tamanha modéstia e angústia o rapaz sentia naquela época:
"Teve uma época em que eu tinha raiva de ser bonito, porque os compositores importantes eram feios. Eu tinha uma puta inveja do Zé Ramalho, por exemplo, mas havia uma preconceito na época, e acho que existe até hoje, de que uma pessoa bonita não pode querer tudo. Além de bonita, também quer ter talento? Que negócio é esse?"
Não é caro o que eu queria
uma pausa pra pensar
colocar o corpo e a cabeça em dia
pra melhor recomeçar
O outono na fazenda
toda tarde cochilar
com o cheiro luxuoso
de um fogão de lenha
perfumando todo o ar
Meu cavalo pelo vale
vento no canavial
sol na pele
avermelhando a nossa cara-pálida
da cidade
...eu, você e só
todo mês de maio
na maior...
uma pausa pra pensar
colocar o corpo e a cabeça em dia
pra melhor recomeçar
O outono na fazenda
toda tarde cochilar
com o cheiro luxuoso
de um fogão de lenha
perfumando todo o ar
Meu cavalo pelo vale
vento no canavial
sol na pele
avermelhando a nossa cara-pálida
da cidade
...eu, você e só
todo mês de maio
na maior...
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