sexta-feira, 18 de junho de 2021

QUIMICAMENTE FALANDO...(II)


"Muito frequentemente na química, enquanto buscamos por algo, outra coisa é descoberta. O químico alemão Alfred Baur tentava inventar explosivos similares a TNT, mas em 1888 ele, em vez disso, sintetizou o primeiro almíscar artificial. Albert Hofmann explorava alcaloides e descobriu algumas propriedades interessantes de dietilamida de ácido lisérgico (LSD) vários anos depois dessa substância ter sido sintetizada (você pode fazer uma busca e encontrar mais informação sobre a descoberta no “Bicycle Day” em 1943). Shashikant Phadnis, que não falava inglês muito bem e confundia “teste” e “gosto” (“
taste”), descobriu por acidente que a Sucralose era 600 vezes mais doce que o açúcar. A mesma companhia Pfizer, enquanto buscava por um remédio para a doença isquêmica do coração, descobriu Sildenafil (vendido como Viagra), um remédio usado para tratar disfunção erétil. Esses são alguns exemplos populares de descobertas feitas involuntariamente." (extraído do meu site preferido de resenhas perfumísticas Fragrantica)

PS: Que venham mais e mais descobertas aleatórias, rs.

 


quinta-feira, 17 de junho de 2021

PASSA PANDEMIA, PASSA...(V)

"Reze e trabalhe, fazendo de conta que esta vida é um dia de capina com sol quente, 

que às vezes custa muito a passar, mas sempre passa. 

E você ainda pode ter muito pedaço bom de alegria... 

Cada um tem a sua hora e a sua vez: você há de ter a sua." 

(Guimarães Rosa)

quarta-feira, 16 de junho de 2021

PARA ENTENDER A ABELHA RAINHA


Fevereiros começa com Maria Bethânia recitando Inicial (1972) da poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen:

"O mar azul e branco e as luzidias 
Pedras: O arfado espaço
Onde o que está lavado se relava
Para o rito do espanto e do começo
Onde sou a mim mesma devolvida
Em sal espuma e concha regressada
À praia inicial da minha vida."

Em seguida, Caetano Veloso relata sobre sua irmã: 

"Conheço a voz de Bethânia desde dentro, ela foi se desenvolvendo pertinho de mim e tinha os elementos genéticos que estão presentes na minha própria voz, na de meus outros irmãos, nas de meus filhos. Sua voz sempre foi assim peculiar, com tons de cobre e de água marinha. É uma textura que veicula sentimentos de inteligência intensos e imediatos. É uma voz pessoa, indissociável, e desde sempre atada à música através da poesia."

Ganhei Fevereiros de Luan Almeida durante um feriado qualquer nessa pandemia, e me lembrei imediatamente dos outros filmes-documentário que assisti sobre a Abelha Rainha, apelido que os fãs costumam dar à diva santoamarense. Foram circunstâncias inusitadas, mas muito gentis e até mesmo divertidas. 

1- Maria Bethânia: Música é Perfume (2005)

Foi produzido e dirigido por Georges Gachot e traz a seguinte sinopse: uma análise do processo criativo da cantora Maria Bethânia e o mapeamento do processo de formação da música popular brasileira. Nos anos 60 Bethânia surge, ao lado de Gal Costa, como uma das musas da contracultura brasileira e da resistência ao regime militar, no espetáculo Opinião. Ao longo do tempo ela se torna uma das mais cultuadas intérpretes da MPB. O filme traça um paralelo entre a sua vida e as transformações sociais ocorridas no Brasil. Só pude conferir a obra através de meu amigo tucanense Jadilson Pimentel, que me emprestou o dvd em uma de nossas primeiras conversas sobre gostos e preferências culturais. É nesse documentário que ela fala a célebre frase "detesto pôr-do-sol", rs.

2- Maria Bethânia: Pedrinha de Aruanda (2006)

O filme de Andrucha Waddington é um registro singular da intimidade da nossa grande artista. O ponto de partida é a comemoração do aniversário de 60 anos da cantora, celebrados durante uma apresentação em Salvador e uma missa em Santo Amaro da Purificação, sua cidade natal, em 2006. É na casa onde a artista passou sua infância e adolescência que acontece o ápice do filme: a seresta familiar na varanda, com a participação de sua mãe, Dona Canô, do irmão, Caetano Veloso, e do violonista e maestro Jaime Alem, entre outros. Neste encontro, Maria Bethânia revela sua história a partir de músicas que a acompanharam ao longo de sua vida. Devo esse agrado a meu amigo Leandro Rosa, que não somente descobriu onde e quando passava, como a linha misteriosa de ônibus que nos levou até o destino-experiência, rs. Ao sairmos da sessão fomos brindados com um cover de Gal Costa em um espaço aberto com um chafariz, onde meia dúzia de gatos pingados pararam para prestigiar o pocket show, ao contrário da gente que comemorava aquele momento ímpar e gratuito em pleno meio de semana.

3- Fevereiros (2019)

Aqui temos um registro da vitória da escola de samba carioca Estação Primeira de Mangueira em 2016, que teve um enredo homenageando a baiana Maria Bethânia. Além de filmar a escola e os preparativos do barracão, a produção acompanha a cantora nas festas da Nossa Senhora da Purificação, na Bahia. Segundo o diretor Marcio Debellian, "o que me interessou desde o início, independente do resultado que o carnaval viria a ter, foi o recorte que a Mangueira escolheu para o enredo. Entre as inúmeras possibilidades de se homenagear Maria Bethânia, a escola escolheu tratar da sua devoção religiosa, do seu sincretismo pessoal que junta o candomblé, devoção católica e sabedorias herdadas dos índios". O filme é uma aula de história e tolerância, de vida e de festejos, como se fosse (tomara que não) o desfecho da trilogia iniciada em 2005.