sábado, 6 de novembro de 2021

TELENOVELAS

Ontem estava na minha noite de baby sitter e perdi o final de Império. Horas depois passou uma propaganda dos momentos finais e me dei conta que ainda existe a clássica da reprise no sábado. Eu poderia até rever no serviço de streaming, mas ver TV em família foi algo que voltei a fazer na pandemia. Aproveitei a deixa para relembrar o que ficou ou como era ver a novela há anos atrás.

Em primeiro lugar, criança não podia ver TV até tarde, muito menos certas cenas. Mas não adiantava porque no dia seguinte um ou outro coleguinha contava na escola. Lembro da expectativa que era assistir a abertura no primeiro dia, olhar o nome dos atores e atrizes e a dinâmica do "voltamos a apresentar", "cenas do próximo capítulo" e outras frases-chave que atiçavam a curiosidade e fidelizavam o público. 

Quem tinha condições de comprar Contigo sabia um pouquinho mais sobre a trama e a intimidade dos artistas, e quem não tinha se contentava em especular ou catar algum dado no Vídeo Show. Quando a novela era em outra emissora aí só era esperar o recreio pra ficar por dentro, caso perdesse um dia.

Quem nunca sobre moda, ditados, aulas de direito e economia, envenenamento e desmaios, etc, vendo novela que fale agora ou cale-se para sempre. Os nomes dos atores a gente gastava brincando de "Cidade e Pessoa" e a trilha sonora a gente copiava da tia que comprava a revistinha de violão ou anotava rapidinho ouvindo rádio ou vendo Chacrinha. Inclusive, a Som Livre foi uma sacada da Globo por causa do sucesso que as canções faziam e o quanto vendiam. 

Quanto às tramas depois de um tempo tudo fica óbvio e mais do mesmo: núcleo pobre, núcleo rico, núcleo comédia, erros de continuidade, sotaques, gírias chiclete. É tudo tão previsível que a gente perde uma semana ou só vê as propagandas e já sabe de tudo. 

Registro aqui um salve todo saudoso para Tieta, A Gata Comeu, Top Model, Vamp e Mulheres de Areia, da fase que eu ainda achava que tudo era novidade e curtia até o vale a pena ver de novo.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

SESSÃO PERFUMARIA (II)

"Um perfume é exclusivamente uma emoção!" 

(Alberto Morillas)

Ah, o maravilhoso mundo dos perfumes! Se tem uma coisa que amo são esses queridinhos desde criança. Nos últimos meses, dediquei uma parte do meu tempo a ver resenhas, descobrir mais e resgatar a memória olfativa e afetiva que os aromas me trazem. Como no Youtube, os perfumólatras usam muitos termos estrangeiros, fiz uma coletânea dos que aprendi, e segue também essa indicação de um dicionário perfumado para quem quiser aprender mais.

# 1 - Dupe - vem da palavra em inglês "duplicate", e seria a nossa versão, imitação ou genérico. Após a internet, descobri que 90% dos perfumes nacionais são inspirados nos internacionais, e alguns eu acho até melhores por serem mais adequados ao nosso clima tropical.

# 2 - Blind - ouvia muito "dei um blind" nisso ou naquilo, e esse foi fácil de saber que é compra às cegas. O fato é que hoje a gente lê a pirâmide olfativa, ouve resenhas beeem tendenciosas ou mal feitas mesmo e fica na curiosidade de comprar. O problema é que perfume x pele x gosto é algo muito complexo e o ideal é provar 1, 2 ou 3x antes de comprar. Para isso, tem a opção a seguir.

# 3 - Decant - tinha uma certa desconfiança sobre a qualidade dessa via mercadológica, mas deixei de lado meu preconceito, pesquisei bastante e adquiri alguns. Vieram super bem embalados e lacrados e foi uma excelente oportunidade de experimentar fragrâncias que só indo loja por loja, marca por marca ou nos importados eu teria oportunidade de adotar ou passar adiante (descartar nunca!).

# 4 - Discovery Set - adquiri um desses para fazer, como a marca promete, uma "jornada completa de experimentação". Nada mais é que um kit de amostras de 4 mL, algo que as marcas tem feito com algumas linhas e seus flankers.

# 5 - Flanker - termo usado para as variações ou lançamentos da mesma linha, tipo a coleção que vai se desenvolvendo ao longo dos anos e que possui o mesmo DNA.

# 6 - Tester - testador disponível nas lojas. Em geral, a cada x produtos são feitos alguns para esse fim embalados em um cartucho sem propaganda, mas o povo não perde tempo e põe ilegalmente os testers à venda quando o produto esgota.

# 7 - Coffret - do francês "caixa", é o nosso famoso kit perfume + sabonete + hidratante + o que couber.

# 8 - Fraîche - são versões mais leves, com baixa concentração, tido como "a prima pobre" de uma determinada marca de perfumes.

# 9 - Layering - li um ou outro comentário que dizia "fiz layering", que significa camada. É uma técnica para poucos, pois trata-se de sobrepor camadas de perfume e não apenas misturá-los.

# 10 - Perfume de Nicho - existe a marca, o luxo e o nicho, certo? Pois NICHO poderia ser definido por 5 palavras = nariz, ingrediente, cliente, heterogênea, ostentação. A exclusividade é um quesito fundamental nesse segmento e tá na cara que não é pra todo mundo.


PATRICK JANE & TERESA LISBON

Erica: Que tipo de pessoa você procura?

Patrick: Eu estou procurando alguém, alguém em quem eu possa confiar, alguém forte, alguém em paz consigo mesmo, alguém melhor do que eu. Alguém que conheça o meu pior lado e ainda assim me ame.

Erica: Parece uma mulher incrível!

Patrick: Ela é...

(O Mentalista, T3:E19)

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

CARTAS PARA MORIARTY

"Temos derramado muita tinta, você e eu, na nossa discussão sobre a relação humana e não estamos mais perto de compreender isso do que quando nossa correspondência começou. Várias vezes senti como se estivesse em pé diante de um grande abismo gritando e me perguntando se a resposta que escuto vem de você ou se é minha própria voz ecoando de volta pra mim. Parece para mim, do meu lado do desfiladeiro, que a busca pela unidade com outra pessoa, é a fonte de muitas infelicidades no mundo (...) Eu me comporto como se estivesse acima dos assuntos do coração, principalmente porque os vi corroer as pessoas que respeito. Mas nos meus momentos mais serenos, às vezes me pergunto se assumo este tipo de postura porque o amor, na falta de uma palavra melhor, é um jogo que falhei em entender. Então, optei por não jogar." 

(Sherlock Holmes em Elementary, T2:E12)