“Eu não sou uma profissional, eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo amadora. Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim…” (Clarice Lispector)
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quarta-feira, 19 de março de 2014
REBOBINE
Existem invenções hoje presentes na minha vida que já existiam nos meus sonhos há muito tempo atrás. E se existe uma coisa que eu sonhei na vida e aconteceu foi um monte de coisa boa relacionado ao ouvir músicas e ler/entender/traduzir as ansiadas lyrics. Fita K7 Basf ou TDK? Haja lápis ou caneta pra rebobinar! Cabeçote limpo e paciência eram necessários para copiar as fitas com músicas "internacionais" (tenho uma tia nacionalista que só gravava nacional,rs). Graças ao advento da internet podia enfim acessar alguns megabytes quase à manivela e imprimir as letras na impressora matricial da universidade, graças a amizade com Georgia, que estagiava e nas horas vagas navegava no PC do departamento e partilhava esses achados comigo.
Nos anos 80 e 90, praticamente só da classe média em diante tinha acesso à compra de discos, sendo o rádio e as fitas a solução mais barata para termos em casa os sucessos do Globo de Ouro, das novelas e do Chacrinha. As músicas eram contadas, selecionadas e as fitas tinham capacidade de + ou - 1h de diversão, interrompido pela troca ao fim do primeiro tempo,rs. Pagávamos para a moça da loja de discos gravar as músicas, caso as tivesse. Quando lançaram o som com dois "deks", foi o máximo! Era o boom da independência a gente poder copiar as fitas, gravar dos discos, depois dos CD's e para por aí! Com os CD's por toda parte e acessíveis aos bolsos menos endinheirados, a oitava maravilha do momento decretou a aposentadoria às saudosas e imprescindíveis fitas. Chegaram os discman's, a pirataria e foi o adeus ao toca-fitas do carro.
A modernidade deixou-nos famintos de mais novidades e mais um tempinho após esse fenômeno os computadores chegaram em massa às universidades (onde eu sempre tive mais acesso) e aos lares, com programas que lentamente, mas eficientemente gravavam nossas seleções preferidas. Os programas de baixar mp3 bombaram, um trocinho que era a cópia pré-histórica chinesa do i-pod se manifestou em ônibus e vans e logo vieram os pen drives de 1Gb, substitutos arrasadores do disquete e do zip. Pronto, acabou! Ainda não...E o meu sonho de ouvir música o quanto quisesse e de ler as lyrics simultaneamente? Com toda essa rave tecnológica, as rádios migraram para a internet e pude parar de brigar com as antenas do meu CCE, que hoje longe de interferências informa a painho através de AM e FM todas as notícias da cidade e o embala à noite em seus cochilos na rede. Enquanto isso, um andar abaixo, estou agora no Grooveshark, mas posso ir ao Kboing, Letras Terra, Youtube, JB FM, Soundcloud e garimpar as raridades que eu pegava de ouvido e anotava na agenda correndo pra não esquecer. Das fitas só tenho algumas amostras com capas personalizadas e tudo, para não esquecer do tempo em que ganhar uma fita era tão importante quanto aprender uma nova canção.
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