segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PARALELAS

Sorte no jogo
azar no amor
de que me serve
sorte no amor
se o amor é um jogo
e o jogo não é meu forte,
meu amor?
(Paulo Leminski)



Já conheceu gente que gosta, mas finge que não gosta? E que não gosta, mas finge que gosta? Que quer, mas não demonstra? Que está apaixonada, mas finge que não está nem aí? Já ouviu dizer que é melhor não demonstrar o que você sente? Se sim, talvez você mesmo já tenha feito joguinhos no amor, acreditando que esta é a melhor estratégia para conseguir o que deseja.

Compreensível, especialmente se lembrarmos que existem muitos filmes, livros e pseudo-conselheiros insistindo na ideia de que o amor é algum tipo de brincadeira onde deve existir um vencedor, um mais forte, um mais inteligente. Suponho que se isso fosse verdade, então você estaria tentando conquistar um derrotado, mais fraco e menos inteligente que você.

Tristes teorias. Servem apenas para endoidecer as pessoas, confundi-las, torná-las incoerentes, aflitas, ansiosas, perdidas e, sobretudo, infelizes. Amor não é jogo, não é brincadeira e nem abre espaço para um mais forte e outro mais fraco. Um mais esperto e outro mais tolo. Amor é privilégio, é oportunidade, é convite para amadurecimento, aprendizagem, para as caídas de fichas mais incríveis e imperdíveis que podemos viver. Amor é ingresso para uma dimensão onde somente a verdade e a transparência têm vez.

Por isso, em vez de tentar aprender joguinhos e estratégias enlouquecedoras, que visam minar a segurança e autoestima do outro, invista na descoberta do seu próprio equilíbrio. Ou seja, nem demonstrar exageradamente, a ponto de assustar o outro, nem demonstrar de menos, a ponto de deixar o outro na dúvida sobre o que você quer realmente.

Você gosta? Diga que gosta, e não que ama e nem que não gosta. Você quer, mas não sabe exatamente o que ainda? Diga exatamente isso, que ainda não sabe o que quer exatamente. Está apaixonado e querendo muito apostar num relacionamento? Diga isso e dê o direito de a pessoa também demonstrar o que quer. Não exija amor do outro. Amor não se pede. Mas seria muito bom se aprendêssemos a recebê-lo com as pompas que ele merece!

Não tenho a menor dúvida de que coerência e autenticidade são as mais eficientes ferramentas numa relação. Evita surtos, desencontros, tristezas e aflições. Fortalece corações e favorece a evolução humana. Não garante reciprocidade, é verdade. Mas permite que você se sinta íntegro, honesto consigo mesmo, com o outro e, acima de tudo, se torne uma pessoa rara, inesquecível e digna de ser amada na hora certa, no lugar certo e pela pessoa certa! (Dra. Rosana Braga)

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