"Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua". (Chico Buarque)
Essa frase brilhante de "Quem te viu, quem te vê" retrata a realidade do fim dos relacionamentos, difícil de aceitar, por mais amarga que seja. A festa continua, a vida continua, as contas para pagar também! Mas, a melodia das músicas mais saudosas sempre sugere que amaremos para sempre, teremos terno carinho e compaixão daquele que nos deixou por outra, porque não estava tão a fim da gente, ou até mesmo por outro (tempos modernos, infelizmente!).
Clarice Lispector escreveu algo sábio, em meio aos pensamentos cuja compreensão só os críticos da análise morfo-sintática ou coisa mais coeso-literária podem decifrar:
"Sempre me restará amar. Escrever é alguma coisa extremamente forte mas que pode me trair e me abandonar: posso um dia sentir que já escrevi o que é meu lote neste mundo e que eu devo aprender também a parar. Em escrever eu não tenho nenhuma garantia. Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer. Amar não acaba. É como se o mundo estivesse a minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera".
De fato, amar não acaba! Podemos amar nosso bichinho de estimação, os amigos, nossos pais e estarmos abertos a novas experiências de amor, mas não ficar na de Whitney: "and I will always love you, ohhhh, I will always love you". É lógico, claro e evidente que o amar certa pessoa acaba, mesmo para as mulheres do movimento "mulheres que amam demais". O que muita gente acha que é love forever, na verdade é pena de si mesmo, medo de ficar só, apego, obssessão, loucura ou fixação. A mente e a carne já se acostumaram às sensações que aquele relacionamento causavam e promover novas conexões neurais dá trabalho, e como dá! Ter que aceitar que o lance acabou, jogar fora as cartas, exorcisar a mente e lançar fora as lembranças mais doces é difícil, mas não é impossível. Ter que entender que a pessoa não vai ligar, que os sábados à noite serão intermináveis, que se arrumar pra si mesma é imprescindível, a não ser que você queira ser o espantalho do Mágico de Oz, é preciso. Controlar-se para não ficar fuçando as redes sociais e ficar seguindo a novela da vida alheia do ex, evitar inserir o assunto recorrente nas conversas, evitar contato com a ex-futura sogra é mais que preciso, é quase uma lei, uma cláusula do contrato que se não cumprida é passível de punição.
Aproveitando as olimpíadas, a gente devia mesmo era se espelhar nos atletas, que treinam, investem, se dedicam, mas quando perdem voltam para casa e partem para a próxima competição. Nesses tempos de correria, onde a falta de propósitos e fidelidade tem encerrado os relacionamentos precocemente, vigiar o nosso amor próprio é mais que um dever, uma obrigação.
Minha cara, voltei para o mundo dos blog's.Adorei!
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