quarta-feira, 1 de agosto de 2012

SENTIMENTAL

Se a ocasião faz o ladrão, a necessidade faz a relação. De amizade em amizade, adquiri tamanha cultura jamais imaginada e pude externar meus gostos (quase sempre bom, diga-se de passagem!rs), minhas ideias e contemplar a arte de várias maneiras. Entre os vários shows, ballet, recitais, corais e concertos, pude assistir à Ópera do Malando no Carlos Gomes com minha amiga Jaqueline. Inesquecível! Fantástico! Explêndido! Não são esses alguns dos adjetivos que empregam os críticos aos filmes hollywoodianos? Pois que sejamos justos e o apliquemos também à obra de valor inestimável de Chico Buarque, este homem de olhos azuis e alma feminina, que escreve e canta com aquela voz anasalada, e empresta seus versos para tantas divas da MPB interpretarem e imortalizarem seu legado. A propósito, quem duvida que Terezinha foi feita para a dramática Bethânia, que Folhetim foi feita para os agudos de Gal ou que Sentimental foi tecida para vibrar nas cordas vocais de Zizi?

Sentimental, sentimental
Um coração saliente
Bate e bate muito mais que sente
Fica doente
Mas é natural, natural
Que num cochilo de agosto
Surja um outro alguém do sexo oposto
Do sexo oposto, outro alguém


Ontem vi tudo acabado
Meu céu desastrado
Medo, solidão, ciúme
Hoje eu contei as estrelas
E a vida parece um filme


Gemini, gemini, geminiano
Este ano vai ser o seu ano
Ou senão, o destino não quis
Ah, eu hei de ser
Terei de ser
Serei feliz
Serei feliz, feliz


Façam muitas manhãs
Que se o mundo acabar
Eu ainda não fui feliz
Atrapalhem os pés
Dos exércitos, dos pelotões
Eu não fui feliz
Desmantelem no cais
Os navios de guerra
Eu ainda não fui feliz
Paralisem no céu
Todos os aviões
É urgente, eu não fui feliz
Tenho dezesseis anos
Sou morena clara
Atraente
E sentimental
Sentimental, sentimental

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