sexta-feira, 7 de setembro de 2012

PLAY READER

Não curto muito autoajuda, mas reconheço que em momentos difíceis eu acabei consumindo esse tipo de produto. Assim surgiu e aumentou minha vontade de me conhecer, conhecer o outro para tentar entender motivações, implicações obter explicações das atitudes de algumas pessoas. Esses livros também me ajudam quando seguem a linha junguiana e vai usando simbologias, mitos e exemplos muito fáceis de identificar ao nosso redor, e que nos ajuda a sofrer menos e de forma consciente, me conduzindo ao ramo da psicologia para leigos.

O primeiro deles foi O Sucesso é Ser Feliz de Roberto Shinyashiki. Faz tanto tempo que hoje se encontra facilmente em pdf na rede. Aprendi e reforcei o porquê das escolhas, as perdas e ganhos e porque desperdiçamos tanto tempo lamentando quando poderíamos estar virando a página. Na época, o cara era "o autor", e ao lado dele os livros de autoajuda exotéricos encharcavam as prateleiras.

Seguindo a linha de Jung, fui apresentada a dois clássicos de Robert A. Johnson, He e She, a chave do entendimento da psicologia masculina e feminina, respectivamente. Fantásticos e com uma linguagem simples, me fez entender mesmo muuuuuuuuuuita coisa. He trata da análise da psique masculina a partir do mito de Parsifal, um dos vinte e quatro cavaleiros que partem em busca do Graal. A história de Parsifal contém os grandes marcos da vida psíquica do homem e é um reflexo da interioridade masculina. Complementando, She parte do mito de Eros e Psique para analisar a psique feminina; o livro é uma fonte relevante para ambos os sexos, em particular o masculino, que encontra no trabalho de Johnson a dupla oportunidade de entender mais as mulheres - mãe, irmã, amiga, companheira - e ampliar seu conhecimento próprio ao analisar sua psique pelo aspecto feminino.

Mudando de autoria, anos mais tarde, sedenta de mais explicações convincentes sobre comportamento alheio e próprio, descobri Anselm Grun em O Céu Começa em Você, onde fala sabiamente que nossos entulhos são nossos pedagogos e dá-lhe explicações baseadas na sabedoria dos monges do deserto. Mas, voltando ao comportamento homem / mulher, conheci duas pérolas assim que foram lançadas. O primeiro foi Lutar e Amar: como os homens encontram a si mesmos, o qual discorre sobre dezoito figuras bíblicas masculinas, cujos arquétipos auxiliam os homens contemporâneos a reencontrar a si mesmos e ter acesso à sua própria força, indicando um caminho para que possam averiguar a sua identidade. Em suma, fala dos conflitos do machão e do homem soft, impotente em sua crise de identidade em um mundo que nivelou mais um pouco o papel do homem e da mulher. A continuação foi Rainha e Fera: mulher, viva o que você é, onde ele descreve com o auxílio de sua irmã Linda Jarosch e através de quatorze arquétipos bíblicos a rainha e a fera, mostrando para as mulheres o caminho para a cura das feridas produzidas pelas falsas imagens e ajudando-as a encontrar sua totalidade.




















Se eu fosse descrever cada um desses livros com minhas próprias impressões, levaria muito tempo e alguns posts. Por isso, recorri aqui a algumas colaborações da web, mas posso dizer que esses livros são fontes de constante aprendizado até hoje. Suas ideias não se tornaram anacrônicas com o passar do tempo, ao contrário de muitos livros que já doei. Eles me ensinaram a lidar com meus erros, com os erros dos outros, a amenizar e entender palavras, atos e omissões vividos em relacionamentos, a viver com lucidez e a buscar uma justificativa tanto para uma relação agradável e positiva quanto para relações difíceis e sem perspectiva de melhoras. Me ensinaram a me aceitar e aceitar os outros como são, e a mergulhar no entendimento de que "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é".

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