quarta-feira, 4 de setembro de 2013

FAZER DA QUEDA POESIA

Quando eu era criança caía muito. Caía tanto que ficava tentando entender como se dava a queda, em que instante e porque sempre atingia mãos, joelhos e cotovelos. Eu caí porque corria...corria mal, mas corria. E tropeçava, criança estabanada e voadora que era, em qualquer pedra minúscula.

O tempo passou e eu nunca, mas nunca mesmo consegui explicar o que se passa nas frações de segundo de uma queda para causar tanto hematoma e rasgos e esfoliações e, e, e etc. Só sei que ontem eu caí feio, em um rigoroso exercício de Pilates e o que era para ser meu momento "eu me amo e cuido de mim" se transformou em pontos na cabeça (02 apenas) e hematomas que se formaram muito rapidamente. Eu fugi, fiz de tudo, argumentei que tinha um ótimo fator de coagulação, que minha pele possuía capacidade exemplar de cicatrização, mas a cada NÃO de quem me examinava, eu tive que aceitar o fato. E lá fui eu com aquela cara de criança emburrada, preparando o discurso para o médico ou a super-enfermeira que viesse querer se vingar do baixo salário em minha madeixas.

E aqui estou ilhada, após lágrimas e resíduos sanguíneos já desencarnados das roupas em pleno meio de semana, desmarcando os compromissos da agenda cheia. Já terminei de ler um livro, já lavei pratos para o corpo não ceder à manha das dores, já alimentei Farturinha, já retornei telefonemas e acabei vindo aqui tentar resolver a vida pelo email. Desocupada que estou, fui buscar uma letra de música no google e terminei por brincar de mais uma invencionice do mundo litero-virtual: poesia do google! O trecho original, que não cheguei a completar, era "sou então cidade fortificada", em alusão ao livro de Jeremias, a qual não achei de jeito nenhum, mas o que o google sugeriu serviu de estreia nesse estilo de compor. Agora é só descansar e deixar a dor passar.





             

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