domingo, 27 de novembro de 2016

ENTÃO, É ADVENTO...


Para nós cristãos católicos, de acordo com o tempo litúrgico, o novo tempo já começou. Percorremos 3 ciclos e voltamos ao Ano A- Primeiro Domingo do Advento, onde acendemos a vela verde representando a esperança na coroa do advento. É um tempo de preparação, de espera vigilante pela chegada do Senhor, por aquele que há de vir. O Papa Francisco nos exorta:

"Neste tempo de advento, somos chamados a ampliar o horizonte de nosso coração, a deixarmo-nos surpreender pela vida que apresenta a cada dia suas novidades. Para isso, é preciso aprender a não depender de nossas seguranças, de nossos esquemas demarcados, porque o Senhor vem na hora que não imaginamos. Vem para nos conduzir a uma dimensão mais bonita e maior."

sábado, 19 de novembro de 2016

SAINDO À FRANCESA


Minha amiga Soberana publicou recentemente em seu blog uma frase na qual me encontro inteira: "Eu me excluo quando percebo que não faz diferença eu estar ali ou não". Isso me lembrou a expressão "sair à francesa", algo que faço quase que incorrigivelmente. É tão voluntário quanto o ato de uma criança que larga um brinquedo e vai brincar com outro, ou volta para junto da mãe quando numa festinha ou reunião de família percebe que não foi convidada para a brincadeira com as crianças presentes.

Quando criança isso acontecia bastante na escola, e tirando a rejeição natural que toda criança normal sente, me contentava em ficar olhando a brincadeira de longe, ou fazia pior: fugia da escola e ia comer a merenda em casa, onde ainda via um pouquinho de sessão da tarde. Como morava na mesma rua, o vigia nem percebia e, mesmo sendo 20 minutinhos, era um momento para eu respirar feliz, longe de tudo e de todos. Não era sempre, mas era um hábito.

A partir da quinta série ficou mais complicado. Tinha que andar em um pequeno grupo que fazia parte de um projeto, pegar ônibus para ir à escola e já era uma época de, naturalmente, fazer mais amizades. Mas aos 13 anos, no final do que hoje chamamos de Fundamental II, fugia para a biblioteca. Quando minhas colegas me procuravam, lá estava eu folheando os livros ou repetindo a merenda com a fila já vazia, e o pátio também. .

Mas a expressão sair à francesa vai muito mais além, e casa perfeitamente com meu temperamento INFJ, ou como costumo brincar "dentro de Flávia Jorlane". O hábito vem de precisar renovar as energias, se sentir exausto em meio a muitas pessoas, mesmo sendo queridas. Por isso, a aversão a grandes festas, onde é preciso cumprimentar muitas pessoas, dar atenção, etc. Chega uma hora que a vontade é sair de fininho e deixar o povo lá se divertindo, gente diferente de mim, que me canso facilmente da multidão e das convenções. Quando o grupo de amigos é pequeno, até parece fácil, desde que alguns não estejam "etilisados" e comecem aquela choradeira e abraço vai, abraço vem, role aquele momento "quando a bebida entra a verdade sai", e aí fique ainda mais difícil cair fora.

Na verdade, o meu sair à francesa também é um recurso para evitar despedidas, especialmente aquelas bem difíceis. No caso das triviais ou cotidianas, tento ser educada e pronto. É um exercício diário, e com isso vem a coleção de explicações, que quanto menos forem, melhor. Se preciso for, serei a top of master da diplomacia, mas podendo sair discretamente, saio sim e feliz da vida, sem perder a pose nem a compostura.


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

É 2016. TENHO 38, MAS NÃO PARECE...

É 1991.
Talvez seja o tempo mais brilhante e atravessado pela noite que esse mundo já viu. Eu tenho 35 anos. Às vezes, quando eu digo isso alguém rapidamente responde: "mas não parece", como se fosse ruim ter mais de 30 anos. Mas para mim não é assim. Para mim, a infância, a adolescência, os 20 anos, eu os vivi até o fim para chegar a esta idade. Eu tenho 35 anos em 1991 e não há nada melhor do que isso.

(Extraído do encarte do disco Marina Lima)