quarta-feira, 28 de maio de 2014

OÁSIS DE JORLANE #5: MÚSICA



"As palavras são a pena do coração, mas a música é a pena da alma". (Shneur Zalman)

 O acesso à música na minha vida veio através da TV e do rádio. Ter uma radiola com um pequeno acervo de vinis era para poucos e a TV e o rádio eram quem davam conta disso na minha casa. O jeito era ouvir as músicas mais tocadas e copiá-las para fazer registro das mesmas como pequenos tesouros.

Quando eu morei longe de casa, não tinha TV, mas alegria de minha vida foi comprar meu primeiro minisystem. Antes disso já tinha ganhado um walkman, mas haja dinheiro para as pilhas e eu definitivamente não me adapto a headphones até hoje. Na capital, as rádios eram mais diversificadas e foi uma acabação, como diz uma amiga sergipana. O que eu aprendi de música não tá no gibi! A música era meu pão e água diários e assim como a gente para para ver TV, eu religiosamente parava para ouvir programas no fim da tarde vendo o pôr-do-sol do terceiro andar de um apartamento.

Por causa desse hábito, a música marcou minha vida em vários momentos. Eu me lembro, inclusive, o momento em que ouvi esta ou aquela música, seja na rodoviária ou aeroporto, na madrugada ou no amanhecer de pit stops de muitas viagens que já fiz. E quando gosto de algo que ouvi pela metade ou só um trechinho é que começa a novela. Houve músicas que só tornei a ouvir e saber da composição e cantor muitos anos depois, mas como o advento do meu amigo Google eu faço buscas incessantes quando são em inglês ou em um português fanho. Identificar, localizar, conhecer a origem de certas músicas para mim é algo como ver de perto uma fabulosa obra-de-arte. Sentir a melodia, decifrar a junção das palavras, perceber trechos incidentais é uma diversão intelectual.

Com exceção de alguns musicais, óperas, concertos e pocket-shows me atraem em demasia. Por essa percepção aguçada e esse prazer pela musicoteratura brasileira ou estrangeira, é que "eu pensei te tantas coisas, mas pra que se eu tenho a música, música". Seja para um amigo ou celebração religiosa, declarações de afeto ou o exorcismo da tristeza, é redundante afirmar que a música está sempre presente na minha vida.


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