“Eu não sou uma profissional, eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo amadora. Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim…” (Clarice Lispector)
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quarta-feira, 21 de agosto de 2019
RUA NASCIMENTO SILVA, 107
Após ler a biografia do Tom e o compêndio de Ruy Castro fiquei pensando: como foi
que eu morei no Rio tantos anos e não visitei certos lugares? Precisei sair de lá para conhecer tudo que deixei para trás por falta de acesso a fatos e causos da nossa música popular brasileira.
Lembro que a primeira vez que tive essa sensação de "Caramba! Quanta história tem nesse lugar!" foi quando avistei o Copacabana Palace. Aquela edificação imponente, clássica e símbolo de um Rio que não existe mais. Além dele, os livros relatam sempre as famosas boates da Zona Sul que também já se foram, onde muitos nomes hoje famosos tocavam madrugada a dentro para pagar o aluguel. E esmiuçando mais um pouco, tem o bar preferido, a mesa onde foi composta essa ou aquela canção...
No caso do Tom, há vários endereços entre o vai e vem do início do casamento com Thereza, mas sem dúvida alguma o mais lembrado é o da Rua Nascimento Silva, 107, Ipanema, Rio de Janeiro-RJ. Assim sua irmã Helena relata em Antonio Carlos Jobim, um homem iluminado:
"Mais uma vez, o perplexo Ângelo Fróla foi convocado com seu caminhão de mudanças. Rua Nascimento Silva, 107. Endereço que mais tarde seria famoso, cantado no samba de Toquinho e Vinicius, Carta a Tom. Um pequeno apartamento de duas salas e dois quartos, num prédio sem elevador. De suas janelas se via o morro do Corcovado, com a bela estátua do Cristo Redentor. Ainda não haviam construído à sua frente as grandes muralhas de concreto dos edifícios. Sentado ao piano, Tom gostava de ver o momento em que Ele se iluminava na hora do ângelus, os braços abertos abençoando a cidade do Rio de Janeiro."
Lá foram compostas com Newton Mendonça Meditação, Desafinado, Samba de uma nota só, entre outras, para não falar dos álbuns Canção do Amor Demais (Elizeth Cardoso), Chega de Saudade (João Gilberto) e as da peça Orfeu da Conceição (Vinícius de Moraes). Os registros feitos por Helena levam a concluir que o casal residiu lá de 1954 a 1962 (embora na placa conste 1960), quando sua mãe propôs uma troca de casa por causa do espaço maior para as crianças na Rua Barão da Torre, paralela à Nascimento Silva. De lá só saíram para a famosa casa navio da Rua Codajás, 108, Leblon, mas isso já é tema para outro post.
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