terça-feira, 28 de agosto de 2012

NÃO DEU NA TV!



# Marjorie Estiano voltará a atuar em breve, como nos outros anos, e certamente também nos próximos anos, ao lado de Camila Rouca Pitanga.

# Paula Fernandes devia ter nascido no mar, segundo minha mãe ao assistir a abertura de Criança Esperança. Onde o decote dela quer chegar? Ela pretende conquistar quem com aquela obsessão por espartilhos? Seria ela a nova mulher tanajura?

# A Record cuidou das Olimpíadas, o SBT cuida de Carrossel e a Globo cuida do mensalão. Menos mal!

# Por falar em Record, quem conhece ou reconhece alguém do Curral aspirante a Fazenda? Anônimo por anônimo, é por isso que o povo ainda prefere os BBBial da Globo!

# Rodrigo Inodoro fareja a cada sábado o que fazer para melhorar O Pior do Brasil. Seria aquilo um revival do Chacrinha?

# Solicitei ao meu primo de 6 anos que relatasse uma cena de Carminha e Nina. Entediado com o pedido insistente, ele disse mansamente numa manhã de domingo: amanhã passa tudo em Video Show!

# Por falar em Video Show, está mais do que provado na nova Malhação que Mocotó é melhor como geléia do que como um imitador das caras e bocas dos Caras de Pau.

# Laranja Lima S.A. achou que era um roqueiro famoso e emblemático ao despedaçar a guitarra em uma festa popular. Estaria insatisfeito com o cachê ou ele entendeu que não tem mais conteúdo para substituir o canto do acasalamento da cabrita?

# Michel Filó conseguiu ficar tão transparente na propaganda da Brahma que demorei umas 5 chamadas para entender que ali era o dito cujo, em interjeições e falta de melanina.

# Luan Santana declarou ao Fantástico que pretende se casar lá para os 32 anos. Certamente, daqui pra lá ele já será pai, usará um gel no cabelo e será mais um usuário expulso da Decadência Som Preso. E olha que lá em Brasília eu encontrei um CD dele colado na parede do Bar Amnésia. Alguém mais duvida da minha previsão?

# Saiu há uns 2 meses no msn: "Arrasado com o divórcio, Tom Cruise completa 50 anos". Alguém pode me explicar o que uma coisa tem a ver com a outra? 


domingo, 26 de agosto de 2012

CONSTELAÇÃO



Coisa rara no mundo cada vez mais disfarçado de social e afetuoso codificado nas redes sociais, é achar quem se dirija a nós de forma direta e que realmente se importe com nossa vida. Seja através de um torpedo, um telefonema a qualquer hora, um email curtinho ou mesmo um "fulano mandou lembranças", é muito bom ser lembrado e até mesmo cobrado pelos amigos.

Ainda me entristeço (coisa boba!) com ligações não retornadas, sumiços sem explicações, emails não respondidos (porque não versam sobre o mundo fútil do facebook ou do twitter), mesmo quando a pessoa parou e escolheu cada palavra que ia digitar. Lembro muito de Renato Russo, quando canta: "quem está ao teu lado? Quem para sempre está? Quem para sempre estará?"

Mas, seguindo a linha tradicional, tive um grata surpresa hoje ao abrir o email e encontrar 4 "Olá!" de amigas íntimas e muito queridas: Cristiane Sobral, Janaína, Vera e Mayara. Amigas de 12 a 1,2 anos de amizade que me escreveram cobrando minha presença, partilhando suas vidas e lembrando nossa amizade. Elas estão distantes, mas quando estivemos juntas vivemos momentos muito divertidos, difíceis ou profundos, que marcaram nossas vidas. Pessoas generosas, sensíveis, sinceras, que mesmo com marido, filhos, emprego, faculdade, pesquisa, missões religiosas, ainda tem tempo para escrever a um amigo. Elas sabem que eu as considero como irmãs e que as amo de verdade, que desejo todo bem e toda graça do Senhor para suas vidas. Elas sabem que ainda sou a mesma, apenas com mais diplomas e mais cultura, mas a mesma Flávia que para tudo para se dedicar a um amigo.

Elas sabem ainda que amo as imagens e que escolhi essa aí em cima, porque ela traz a solidez da casa de pedras e o perfume do campo de lavanda, para lembrar que nossa amizade é firme como a rocha e suave como um abraço. Elas sabem também que amo as palavras, e para matar a saudade das mensagens e palavras de apoio ou de ocasião, doadas sempre que eu estava inspirada, deixo-lhes um trecho de Anne Sullivan (mais um!), a famosa professora-amiga que transformou a vida de Hellen Keller:

"Adaptemo-nos ao momento presente. Semeemos sem contar os grãos. Sejamos úteis ao próximo. Convertamos os sentidos que possuímos em benéfica energia. Pensaremos então menos em nos defender contra as circunstâncias e mais em fazer brilhar o sol à nossa volta - e eu talvez consiga tornar sublimes as minhas experiências e compreenda a ciência das alegrias e tristezas com as quais são tecidos os nossos dias".

PS: Por falar em Renato, o Lira me mandou Nara Leão "para nossa alegria" e deleite musical! Obrigadão!



terça-feira, 14 de agosto de 2012

OURO DE TOLO

"Não deveríamos nos sentir constrangidos de desistir de uma pessoa por causa do seu gosto para sofás ou para canecas de cerveja". (Alain de Botton)


Um dia conheci um homem sem grandes pretensões. Lutou desde cedo, conquistou cargo maior que sua função no serviço público, tinha um cartão internacional (que foi o banco quem deu), mas nunca pensou em botar a botina fora da fronteira; estava construindo uma mansão, mas ia decorá-la com móveis das Casas Cabia ou da Insaniante. Tudo a mais um pouquinho para ele era "chique".

Noutros tempos conheci um camarada aparentemente bem resolvido com seus fracassos de ordem sentimentais e profissionais, metido a hi-tech, com uma filosofia lulusantiana (vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir) que achava que eu falava difícil. Como assim, Bial ? Ainda bem que eu pulei essa fogueira antes que eu tivesse que conversar através de mímica ou Libras.

Recentemente, ouvi uma amiga dizer: quando eu lembro dos programas de índio que fui aos domingos, eu nem me reconheço. De fato, quanta coisa a gente faz para agradar, para enturmar e enturmar-se com o outro quando esse é muito diferente de nós. No começo, tudo é conquista! Então, lá vamos nós com toda empolgação focando só no objeto de interesse, sem pensar no conjunto da obra. Se é um filme chato, vambora! Saída com a primaiada? Agora mesmo! Churrascão na casa da tia, bem estilo estranha no ninho? Já tô lá!

Tudo bem que ninguém é igual a ninguém, mas se tem uma coisa que a vida me confirmou é que os iguais são quem permanecem juntos. Tenho acompanhado nos últimos anos tantos fins de namoro que já deveriam ter ocorrido há muito tempo, ou melhor, namoros que nunca deveriam ter começado. Mas, como tem coisa que só provando e se lascando toda, vamos lá fazer o papel de amigo e levar uns band-aids para colar os cacos. É incrível como o objetivo da mulher é, mesmo insconscientemente, garimpar as qualidades, os gostos em comum, as virtudes, enquanto o dos homens é...cri-cri-cri...eles não sabem responder. Na maioria das vezes, é só ter uma namorada mesmo. Só isso, ouviram meninas ?

Por isso, eu aconselho minhas caras amigas: se estão na pindaíba e se contentam com um Zé Fulaninho, o problema é de vcs! Se estão vivendo uma relação sozinhas, sonhando que o sonhador ao lado mude a rotina entediante, pensem bem se vale a pena qualquer coisa só para ter companhia nem tão interessante assim. Saiam dessa vida de migalhas! Que adianta oferecer banquete a quem se contenta com pão e água? Repito mais uma vez a todas aquelas cujos casos eu acompanho: se não dá conta da fogueira, não acenda o primeiro fósforo. E para aquelas que ainda não tiveram coragem de dar esse passo, cito mais uma vez Anne Sullivan:

"Há sempre uma saída para as situações difíceis, quando realmente queremos resolvê-las".

domingo, 12 de agosto de 2012

DIA DE PAINHO

"Se todas as pessoas soubessem o que lhes convêm e agissem de acordo, este mundo seria muito diferente, embora não tão interessante. Mas não sabemos o que é bom para nós e eu estou passando meus dias tentando descobri-lo. A experiência é divertida e às vezes dispendiosa, mas não há outro modo de se obter conhecimentos..."



Eu poderia fazer (e farei) vários posts com essa frase, que é o trecho da carta de Anne Sullivan a Hellen Keller por ocasião de uma de suas raras viagens sem sua pupila. Essa frase e essas fotos hoje retratam meu pai, homem doce e rude, aventureiro, sonhador, engenhoso, curioso e tio, padrinho e avô postiço de uma grande parte de primos de primeiro e segundo graus. Quando se zanga vira uma fera, mas quando é carinhoso sai de baixo. Fala o que pensa e ai de quem se incomodar que ele reafirma e não pede desculpas! Quando quer carinho, se enrosca que nem gato, vai se aninhando até conseguir! Não suporta fazer nada sozinho, reclama atenção, detesta sentar-se só à mesa e adora fazer um social (dava para se político!). Tem muuuuuuuuuitos contatos, tantos que as pessoas muitas vezes o reconhece através das feições dos filhos. Já pensamos em dar um celular a ele, mas a agenda e os créditos não dariam conta!

Ao mesmo tempo que está ficando com uns lundus da idade, não deixa de admirar a natureza, de ouvir música, fazer a gente assistir Chaplin ou Zé Lezinho e rir e repetir as cenas e as piadas. Sempre aconselhou que o que a gente escolhesse para nossa vida, se desse errado, seria primeiramente pior para a gente e depois para ele e minha mãe. Nos educou para respeitar incondicionalmente os mais velhos e se abastece de brincadeiras, que inventa ou repete pacientemente com Farturinha ou com esses príncipezinhos da fotografia. É bom vizinho e para tudo para ajudar qualquer pessoas. Não tem detector muito bom de falsidade, e por isso já teve alguns aborrecimentos. Se preocupa principalmente com a felicidade dos filhos e consegue ver claramente se a gente está bem ou não e vai com delicadeza tentado ajudar. Ele é uma companhia para toda a vida (minha mãe que o dia nesses 35 anos de casados) e eu desejo que se cumpra a palavra do Senhor que diz:

"Honra teu pai e tua mãe,
para que teus dias se prolonguem
sobre a terra que te dá o Senhor, teu Deus". (Êxodo 20,12)

domingo, 5 de agosto de 2012

AMAR NÃO ACABA


"Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua". (Chico Buarque)

Essa frase brilhante de "Quem te viu, quem te vê" retrata a realidade do fim dos relacionamentos, difícil de aceitar, por mais amarga que seja. A festa continua, a vida continua, as contas para pagar também! Mas, a melodia das músicas mais saudosas sempre sugere que amaremos para sempre, teremos terno carinho e compaixão daquele que nos deixou por outra, porque não estava tão a fim da gente, ou até mesmo por outro (tempos modernos, infelizmente!).

Clarice Lispector escreveu algo sábio, em meio aos pensamentos cuja compreensão só os críticos da análise morfo-sintática ou coisa mais coeso-literária podem decifrar:

"Sempre me restará amar. Escrever é alguma coisa extremamente forte mas que pode me trair e me abandonar: posso um dia sentir que já escrevi o que é meu lote neste mundo e que eu devo aprender também a parar. Em escrever eu não tenho nenhuma garantia. Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer. Amar não acaba. É como se o mundo estivesse a minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera".

De fato, amar não acaba! Podemos amar nosso bichinho de estimação, os amigos, nossos pais e estarmos abertos a novas experiências de amor, mas não ficar na de Whitney: "and I will always love you, ohhhh, I will always love you". É lógico, claro e evidente que o amar certa pessoa acaba, mesmo para as mulheres do movimento "mulheres que amam demais". O que muita gente acha que é love forever, na verdade é pena de si mesmo, medo de ficar só, apego, obssessão, loucura ou fixação. A mente e a carne já se acostumaram às sensações que aquele relacionamento causavam e promover novas conexões neurais dá trabalho, e como dá! Ter que aceitar que o lance acabou, jogar fora as cartas, exorcisar a mente e lançar fora as lembranças mais doces é difícil, mas não é impossível. Ter que entender que a pessoa não vai ligar, que os sábados à noite serão intermináveis, que se arrumar pra si mesma é imprescindível, a não ser que você queira ser o espantalho do Mágico de Oz, é preciso. Controlar-se para não ficar fuçando as redes sociais e ficar seguindo a novela da vida alheia do ex, evitar inserir o assunto recorrente nas conversas, evitar contato com a ex-futura sogra é mais que preciso, é quase uma lei, uma cláusula do contrato que se não cumprida é passível de punição.

Aproveitando as olimpíadas, a gente devia mesmo era se espelhar nos atletas, que treinam, investem, se dedicam, mas quando perdem voltam para casa e partem para a próxima competição. Nesses tempos de correria, onde a falta de propósitos e fidelidade tem encerrado os relacionamentos precocemente, vigiar o nosso amor próprio é mais que um dever, uma obrigação.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

SENTIMENTAL

Se a ocasião faz o ladrão, a necessidade faz a relação. De amizade em amizade, adquiri tamanha cultura jamais imaginada e pude externar meus gostos (quase sempre bom, diga-se de passagem!rs), minhas ideias e contemplar a arte de várias maneiras. Entre os vários shows, ballet, recitais, corais e concertos, pude assistir à Ópera do Malando no Carlos Gomes com minha amiga Jaqueline. Inesquecível! Fantástico! Explêndido! Não são esses alguns dos adjetivos que empregam os críticos aos filmes hollywoodianos? Pois que sejamos justos e o apliquemos também à obra de valor inestimável de Chico Buarque, este homem de olhos azuis e alma feminina, que escreve e canta com aquela voz anasalada, e empresta seus versos para tantas divas da MPB interpretarem e imortalizarem seu legado. A propósito, quem duvida que Terezinha foi feita para a dramática Bethânia, que Folhetim foi feita para os agudos de Gal ou que Sentimental foi tecida para vibrar nas cordas vocais de Zizi?

Sentimental, sentimental
Um coração saliente
Bate e bate muito mais que sente
Fica doente
Mas é natural, natural
Que num cochilo de agosto
Surja um outro alguém do sexo oposto
Do sexo oposto, outro alguém


Ontem vi tudo acabado
Meu céu desastrado
Medo, solidão, ciúme
Hoje eu contei as estrelas
E a vida parece um filme


Gemini, gemini, geminiano
Este ano vai ser o seu ano
Ou senão, o destino não quis
Ah, eu hei de ser
Terei de ser
Serei feliz
Serei feliz, feliz


Façam muitas manhãs
Que se o mundo acabar
Eu ainda não fui feliz
Atrapalhem os pés
Dos exércitos, dos pelotões
Eu não fui feliz
Desmantelem no cais
Os navios de guerra
Eu ainda não fui feliz
Paralisem no céu
Todos os aviões
É urgente, eu não fui feliz
Tenho dezesseis anos
Sou morena clara
Atraente
E sentimental
Sentimental, sentimental