domingo, 12 de junho de 2011

A QUEM INTERESSAR POSSA...


Dia dos namorados é, definitivamente, um dia comercial. As pessoas ainda endividadas do carnaval, do IPVA, dos ovos da páscoa saem às ruas com suas lojas e vitrines cheias de coração de papel crepon e laminado para garantir seu trunfo do dia 12. Lá se vão rios de dinheiro em caixas de chocolates, roupas de marca, buquês (dá uma dó das flores extirpadas da terra)...mas peraí! Isso aí é presente do passado! Hoje em dia, os presentes mais cotados devem ser um Celular Multifuncional (só não faz beijar na boca, mas o resto...), um Tablet ou mesmo um Notebook! Isso estou falando acerca da minha esfera social e acadêmica, porque se eu for aumentar a cifra e o imposto de renda, o nível dos presentes evolui tranquilamente para uma ida básica a Veneza, um jantarzinho casual na Torre Eiffel ou mesmo um happy hour informal tipo queijos e vinhos sob o sol da Toscana.

E eu, com minha criatividade e romantismo (atualmente, mais oriental do que ocidental) não poderia deixar passar em branco essa data e fazer um post para recordar os papos, ideais e sonhos partilhados com as amigas (agora quase todas casadíssimas!) dos tempos saudosos de outrora. Dia desses, até que encontrei um conselho útil no fútil msn:

As ofertas de príncipes no mercado são escassas. Quando lindos, são convencidos. Quando ricos, são hedonistas. Quando caçadores, você não é a única caça. Os gentis demais são afeminados. Os viris, egocêntricos. Os poetas sonhadores, uns chatos. Os provedores não gostam de lavar louça. Todas as outras variações têm pitadas machistas. E você, tão autossuficiente, suspira "poxa, eu só queria um companheiro para esta vida".

About me, "não discuto com o destino: o que pintar, eu assino" (Leminski). Demorou, mas eu aprendi que ninguém é perfeito e que o amor é mesmo um produto: eu escolho e o outro me escolhe de acordo com nossas necessidades a serem supridas e metas a serem alcançadas. Mas, para não perder a poesia concreta do dia, deixo-lhes a Divina Comédia Humana (Belchior) falar por si, porque como diz uma amiga: se eu contar minha história para o carroceiro, até a burra chora.

Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim como um Sol no quintal
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual
(...)
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dele noite e dia
Fazendo tudo de novo e dizendo sim à paixão morando na filosofia

Um comentário:

  1. É, de fato, mais uma comemoração comercial...
    Eu posso estar enganado, ou até equivocado, mas, para mim, todo dia é dia dos namorados (Pelo menos aqueles que se amam)...
    Essa questão das flores é ótima...(risos)
    As flores, coitadas, são mortas para um "bem maior" (?)...Manter a tradição...Ou até o que dizem ser "felicidade" do casal...
    Quem ama não precisa de algo material para viver...Se precisasse, o amor também seria material...
    Haveria uma procura tão grande quanto a procura do petróleo, e, futuramente (E atualmente), a da água...

    O amor não precisa de uma data para ser comemorado, não precisa de algo material para "continuar" existindo...

    Deixo, agora abaixo, Fernando Pessoa falar por mim...

    ...
    Porque quem ama nunca sabe o que ama
    Nem sabe porque ama, nem o que é amar
    Amar é a eterna inocência,
    E a única inocência, não pensar...
    (Fernando Pessoa)

    ResponderExcluir