quarta-feira, 22 de agosto de 2018

TÔ NA BAD COM KID ABELHA!


Um dia cheguei na aula e vi uma aluna toda down, pra baixo, com fone de ouvido com cara de estar escutando uma sad song. Quando a indaguei, a resposta foi: tô na bad, prof!  Depois fiquei pensando nas músicas que gosto de ouvir quando tô na bad, ou refletindo demais pensando nas perdas e ganhos, no crush que se foi, no que quase deu certo. E aí quando toca aquele musicão no rádio é curtir e deixar pra lá as expectativas sobre o futuro. 

Entre n opções, ninguém mais atemporal do que Kid Abelha para me dar aquele help nessas horas e pra começar esta série. São poucas as canções escolhidas, mas são ao mesmo tempo incisivas e suaves, com letras simples e diretas.


1-GRAND' HOTEL (1991): me lembra as vezes que a gente quer tudo de uma vez só, e tudo se acaba mais rápido do que a gente esperava.

"Se a gente não fizesse tudo tão depressa,
Se não dissesse tudo tão depressa,
Se não tivesse exagerado a dose,
Podia ter vivido um grande amor."

Segundo a colaboração Googliana, a inspiração veio do filme Grand' Hotel com a atriz Greta Garbo, outrora mencionado pela vocalista. Outros dizem que  “Grande Hotel” é uma referência à revista Grande Hotel, da década de 50, pioneira em fotonovelas, cuja característica principal era sempre o famoso final feliz.  Faz todo sentido!

2-EM NOVENTA E DOIS (1993): aquela fase em que o crush dá uns perdidos, e que causa aquela angústia/insônia de pensar que alguma concorrente está no jogo. Em 1992, com certeza era mais fácil sumir, enquanto hoje altas DR's são fomentadas pelas famigeradas buscas nas redes sociais.

"No telefone, só uma notícia, ah
Num telegrama, uma poesia
Mande um recado com um abraço forte
Num bilhetinho deseje boa sorte"

Atualmente, seriam mensagens inbox, um emoji, um "bom dia", um email no último caso.

3-GOSTO DE SER CRUEL (1991): essa é praticamente a declaração do desespero, a última jogada nos acréscimos, restando só o apito do juiz e a aceitação. Mas a música é numa pegada mais rock e dá pra dar um up e sublimar a dor.

"Sou capaz de gritar
E de te ofender
De me machucar
Mas não de te esquecer
Sou capaz de chorar
Ser ridícula até não agüentar"

4-SOLIDÃO QUE NADA (1994): lançada em 1987 por Cazuza, a letra dele em parceria com George Israel ficou tão boa quanto na voz da Paula Toller. É mais light, pra fase alone ser vivida de boas, no mantra "com ou sem tá tudo bem".

"Viver é bom
Nas curvas da estrada
Solidão que nada
Viver é bom
Partida e chegada
Solidão que nada"

5-AMANHÃ É 23 (1987): a introdução já mostra a que veio a diva do pop rock brasileiro, que parece estar intacta em algum creme mágico e antioxidante. Na minha interpretação livre, sempre acho que vem de uma relação mal resolvida entre mãe e filha. Para reforçar minha tese, poderia até ter sido composta em alusão à própria história de vida dela, pois aqui* menciona o fato dela ter sido abandonada pela mãe e criada pelos avós paternos. Não sei se foi viagem demais pensar isso, mas curiosamente 23 de agosto é a data de aniversário dela. Vai saber...

"Amanhã é 23
São 8 dias para o fim do mês
Faz tanto tempo
Que eu não te vejo
Queria o seu beijo
Outra vez"


PS: Depois que fiz o post lembrei que o primeiro show grande que fui na vida foi o deles, com Keyla e Rita no extinto Augusto's em Aracaju. Então, tá tudo certo!rs

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