sexta-feira, 6 de maio de 2011

DIA DE MAINHA



"Vento de maio, rainha de raio, estrela cadente" (Lô Borges)

Tudo que eu acho mais bonito na natureza, eu posso associar ao amor da minha mãe. Sou imensamente grata por seu amor, cuidados, carinhos e mimos, por todo o processo da gravidez, a dor de amamentar pela primeira vez, os sustos que causei, as noites de sono que roubei. Certamente, se eu for mãe um dia eu quero a avó por perto cuidando de tudo, pois segundo a própria mainha pra criar um filho, uma mãe é pouco! Às vezes, quando estou de folga e acordo mais tarde um pouco, desço as escadas e vou procurá-la instintivamente e ela diz: deixe-me lhe dar um abraço! Acho que as mães sentem muita falta de cuidar de seus filhos e sempre os verão como seus bebês. A minha mãe tem um cheirinho único na pele e no cabelo, um cuidado exemplar como esposa também, o que faz da minha família algo "tipo assim" muito especial.

Em abril de 2004 li uma reportagem na Cidade Nova que dizia: "novas pesquisas científicas confirmam que existe um diálogo permanente entre a mãe e a criança que ainda está no seu ventre. O timbre da reciprocidade: o amor está inscrito em nós de forma indelével. Recente pesquisa norte-americana fez uma descoberta singular que pode explicar por que temos a impressão de que os filhos trazem sempre algo que é próprio da mãe, e vice-versa. Os cientistas descobriram que, durante a gravidez, algumas células da mãe transferem-se para o feto e algumas células do feto podem migrar e viver no organismo materno. Assim, os filhos trazem para sempre consigo os traços da mãe e as mães conservam no sangue células dos filhos." Depois disso, preciso dizer algo mais? Preciso sim, porque não tem poesia mais linda para o dia das mães do que PARA SEMPRE de Drummond:

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.


Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?


Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

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