segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

SWEET HAPPY LIFE


My wish for you, sweet happy life
May all the days of the year that you live be laughing days

With all my heart, sweet happy life
And may the night times that follow the day be dancing nights

Stars for your smile, moons for your hair
And someones wonderful love for your loving heart to share

My wish for you, sweet happy life

May all your sorrows be gone and your heart begin to sing
And if a wish can make it be
I wish you spend everyday of your happy life with me

Stars for your smile, moons for you hair
And someones wonderful love for your loving heart to share


My wish for you, sweet happy life
May all your sorrows be gone and your heart begin to sing
And if a wish can make it be
I wish you spend everyday of your happy life with me

NOTA: Linda versão/canção que conheci no álbum Softly de Wanda Sá feita para Samba de Orfeu (da trilha sonora de Orfeu Negro) dos compositores  Antonio Maria, Luiz Bonfá, Norman Gimbel. Nos EUA foi gravada por Peggy Lee, uma queridinha da década de 60 do casting da Capitol Records. No Youtube há versões instrumentais onde Luiz Bonfá dá um show no violão. 

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

SOBRE LIVROS E SOLIDÕES


Ela me disse certa vez: "quando lemos uma história, nós a habitamos. As capas dos livros são como um telhado e quatro paredes, uma casa". Ela, mais que mais que tudo mais no mundo, amava o momento quando você terminava o livro e a história continua se desenrolando como um sonho muito vívido em nossa cabeça. Depois disso, ela adorava fazer longas caminhadas para esvaziar a mente de todas as emoções e sentimentos que o livro havia provocado dentro dela. (Introdução do filme A Livraria)

terça-feira, 27 de novembro de 2018

DJAVAN SOBRE A LEI ROUANET


"Nunca usei e nunca vou usar. Não gosto de fazer show nem para prefeituras. Quem vai pagar? Se é o povo eu não quero. Rejeitei muito convite. Eu nunca usei porque não preciso e não acho que eu deva usar um dinheiro que pode ser melhor aplicado". Mas ele defende o mecanismo: "acho que tem muita gente que precisa ser ajudada pela Lei Rouanet. O Brasil é enorme, precisa de cultura em todos os quadrantes. O povo precisa usufruir  disso. Faz sentido. Não reclamo de quem usa. Eu é que peguei para mim a coisa de não recorrer".

(Extraído de https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/11/nunca-usei-e-nunca-vou-usar-diz-djavan-sobre-a-lei-rouanet-em-seus-trabalhos.shtml )

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

IDAS E VINDAS DO AMOR

Maria Lúcia Proença foi o grande amor de Vinicius, como conta José Castello. Para ela, o poeta dedicou, além do coração, o livro de crônicas e poemas. Foram cinco anos de casamento, de 1958 até 1963, e, depois, infindáveis tentativas de Vinicius para um novo encontro, uma nova paixão com Lucinha. "Com ela, Vinicius se sente protegido dentro de uma relação madura. Junto, o casal vive a paixão com intensidade, mora em diferentes lugares, como Petrópolis e Montevidéu, e tem um período muito feliz."

Vinícius sabe que se quer fazer o relacionamento dar certo precisa de concentração e recolhimento. Como fazer isto se sua amada cansada de viver fora do Brasil volta para o Rio de Janeiro? O poeta quer voltar imediatamente para os braços da sua amada no exílio de Teresópolis. O Itamaraty não permite sua transferência e ele desesperado diz que aceita até ir para um cargo inferior e ganhar menos. Com a carta inédita na história do Itamaraty faz seu argumento final. Angustiado de solidão, escreve ao Ministério das Relações Exteriores, certamente a mais passional mensagem de um funcionário do órgão.

"Preciso, de fato, voltar ao Rio de Janeiro. Não é problema material, de dinheiro ou de status profissional. Tudo isso é recuperável. É um problema de amor, pois o tempo do amor é irrecuperável."



 


CANÇÃO EXCÊNTRICA



Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
protejo-me num abraço
e gero uma despedida.

Se volto sobre meu passo,
é distância perdida.

Meu coração, coisa de aço,
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida.
(Cecília Meireles)

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A BOSSA CONTINUA NOVA



Em 21 de novembro de 1962, às 20h30min, a Bossa Nova fez sua estreia no famoso Carnegie Hall em Nova Iorque, através do americano Sidney Frey - nome por trás da gravadora Audio Fidelity -, para mostrar um tal balançado da New Brazilian Jazz, como os americanos gostavam de dizerAlém de conhecer as músicas de Tom e de Luiz Bonfá para o filme "Orfeu do Carnaval" (1959), Frey esteve no Rio e travou contato com a cena do Beco das Garrafas, no Rio. Até então, o gênero tinha aparecido na trilha do filme "Orfeu do Carnaval", que o francês Marcel Camus rodou no Rio em 1959, e em um sucesso inicial de Tom nos Estados Unidos -"Corcovado" foi um hit no país em 1962. Antes disso, música brasileira era sinônimo de Carmem Miranda e seus balangandans folclóricos.

A primeira intenção dele era promover um show com Tom e João Gilberto, mas depois veio a decisão de levar mais gente. Frey conseguiu algum apoio do Itamaraty, que contribuiu para a viagem dos músicos e, em troca, distribuiu café brasileiro durante o show. Além de Tom, João Gilberto e Luiz Bonfá, que começavam a ser conhecidos pelos americanos, o show teve o Oscar Castro Neves Quarteto, Sérgio Mendes, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Chico Feitosa, Milton Banana, Sérgio Ricardo, Normando Santos, Dom Um Romão, Agostinho dos Santos, Carmen Santos, Bola Sete e Ana Lúcia.  Na plateia de 3.000 pessoas estavam pesos-pesados do jazz, como Dizzy Gillespie, Miles Davis, Gerry Mulligan, Tony Bennett, Cannonball Adderley, Herbie Mann e The Modern Jazz Quartet. Tom, cada vez comentado na comunidade musical, era o ímã para essas estrelas. 

Por sua vez, a imprensa brasileira fez pouco caso e foi muito cruel na cobertura, exagerando nas piadas. O fato é que era esperado um verdadeiro desastre na apresentação dos brasileiros, coisa que preocupava principalmente Tom Jobim, João Gilberto e Luiz Bonfá, nomes que já corriam por ouvidos estrangeiras. Tanto é verdade que Tom Jobim só embarcou depois de ser enfiado à força dentro de um avião pelo amigo e escritor Fernando Sabino: “Você vai vencer, Tom”.

A revista "The New Yorker" pegou pesado, numa matéria com o título "Bossa, Go Home". John S. Wilson, crítico do jornal "The New York Times", atacou a floresta de microfones, numa amplificação que teria deixado tudo monótono. Para ele, os cantores tinham pouco a oferecer, exceto Gilberto e Bonfá. Mas dois momentos encantaram por unanimidade: Tom, com "Samba de Uma Nota Só", e João Gilberto, que aguardou silêncio absoluto para cantar "Samba da Minha Terra". Além disso, alguns dias depois, eles se apresentaram na Casa Branca e até a primeira-dama se encantou pelo estilo.

Após essa emblemática noite, a Bossa Nova ganhou o mundo de vez e rompeu as suas fronteiras territoriais através de inúmeras gravações do repertório made in Brazil Copacabana, tendo a canção Desafinado 11 gravações nos EUA naquele ano, sendo uma delas com tiragem de um milhão de discos. Durante anos, o áudio do espetáculo (fita-pirata) permaneceu como moeda rara nas mãos de colecionadores. Hoje em dia já é possível ser encontrado em versões modernas de gravação, com o charme dos aplausos e todo o resto de um show ao vivo, mas a dificuldade de encontrar é a mesma. 

O fato é que a Bossa Nova este ano completa 60 anos de existência e Sérgio Mendes, Roberto Menescal, Carlos Lyra continuam na ativa e influenciando novas gerações de artistas, especialmente fora do Brasil. Como diz a canção Nostalgia da Bossa, Bossa Nova é uma canção de amor demais.






A tradução do encarte encontra-se AQUI.




terça-feira, 30 de outubro de 2018

ANNE FRANK PARA OS LEITORES DE BIO


"As pessoas que tem religião devem alegrar-se, porque nem a todos é dado o dom de acreditar nas coisas divinas. Necessariamente, nem se precisa temer castigo depois da morte; purgatório, céu e inferno são coisas que muita gente não consegue aceitar, mas afinal, numa religião seja ela qual for, conserva a pessoa no caminho reto. Não é o temor de Deus, mas o sustentáculo da nossa própria honra e consciência. 

Que maravilha se as pessoas, todas as noites antes de dormir, recapitulassem mentalmente os acontecimentos do dia que passou e considerassem o que haviam feito de bom e de mal. Então, mesmo sem perceber, tentariam aperfeiçoar-se ao começar um novo dia, é claro que conseguiria muito com o correr do tempo. Qualquer um pode fazer isso, não custa nada e, certamente, ajuda muito. Quem não sabe precisa aprender a descobrir pela experiência que uma consciência em paz torna as pessoas fortes."


APENAS APAIXONADOS POR GATOS ENTENDERÃO



If that ain’t love- Martin Carlberg
Some might say that I’m a loner
but I just called it being free
Or at least I used to be
I am my heart’s only owner
‘Cause now
hearts’ strings are pulling like the tide
while fire is raging deep inside
And my And the
That ain’t love
match that threw a spark was a
single stolen kiss And if
Buy these high walls I’ve been surrounded
I don’t know what is
For years I kept my feelings grounded
And gone without on kept within
Cause now
Once to her eyes sold it paper thin
match that threw a spark was a
Wild fire is raging
Deep inside
hearts strings are pulling
And my Like the
And the
Turning of the tide
‘f that ain’t love, I don’t know what is
single stolen kiss And if
That ain’t love
I don’t know what is



PS: SE ISSO NÃO FOR AMOR, EU NÃO SEI O QUE É...

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

ÀS MESTRAS COM CARINHO

Feliz dia dos professores para Tia Joselina, Luciene e Lenalda...hoje estou no lugar que vocês estiveram para me educar, e recebi umas poucas mensagens, sendo que uma delas reflete o fruto do meu trabalho e minha homenagem às mestras da minha vida.


Para a facilitadora de conhecimento que admiro ❣
Flávia, é com imenso carinho que venho parabenizar-te pelo seu dia. Parabéns
por todo esforço e dedicação, cuidado e zelo pelos seus alunos. 
E também, através dessa mensagem venho agradecer: por toda paciência, por me tratar com todo cuidado, por se colocar sempre no lugar do aluno, e cumprir, fidedignamente sua missão. Aaaaaa, eu amo a senhora como professora e pessoa: és maravilhosa.
Que Deus abençoe sempre a sua vida! A senhora é alguém que eu sempre vou lembrar.

Com carinho, Ranna 💖

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

PIERRE ET MARIE CURIE


"Durante estes dias felizes formou-se um dos melhores laços que podem unir um homem e uma mulher. Dois corações batendo juntos, dois corpos que se uniram e duas mentes geniais aprendendo a pensar juntas. Marie não poderia ter se casado como nenhum outro que este grande físico, que este sábio e nobre homem. Pierre não poderia ter casado senão com a doce e justa garota polonesa, que poderia ser infantil e transcendente dentro de poucos instantes...ela era uma amiga e uma esposa, uma amante e uma cientista."

(Madame Curie, a biography by Eve Curie)

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

FELIZ ANIVERSÁRIO, MARINA!

Demorou, mas finalmente consegui reunir os elementos para tentar fazer o dossiê de Virgem, uma das músicas mais introspectivas e marcantes da carreira da diva Marina Lima.

"Virgem" foi lançada em 1987 no álbum de mesmo nome, e tem letra de Antonio Cícero, famoso irmão da cantora formado em filosofia e também poeta, eleito em 2017 membro da Academia Brasileira de Letras. O disco foi produzido por Léo Gandelman e teve também dois grandes sucessos: Uma noite e meia e Preciso dizer que te amo.



Como se vê na contracapa, o minimalismo  como prefácio da obra, que após Fullgás colocou Marina de vez no hitparade do pop rock.

As coisas não precisam de você
Quem disse que eu tinha que precisar?
As luzes brilham no Vidigal
E não precisam de você
Os Dois Irmãos
Também não precisam



Morro Dois Irmãos e Favela do Vidigal à esquerda



O Morro Dois Irmãos fica no bairro do Vidigal e atrai turistas que desejam seguir pela trilha que leva ao seu topo. Do alto é possível ver toda a extensão das praias do Leblon, Ipanema e Copacabana, a Lagoa Rodrigo de Freitas, a Gávea, o Cristo Redentor, a comunidade da Rocinha e o bairro de São Conrado. 

            O Hotel Marina quando acende
Não é por nós dois
Nem lembra o nosso amor



Primeiro passeio noturno no Rio, vendo ao vivo cenários de novela pela janela do carro, eis que avisto o letreiro luminoso famoso! Ali eu comecei a decodificar a cidade maravilhosa como tema para tantas canções que amo. No ano passado eu vi essa matéria sobre a reforma do hotel, cujos donos  pretendem reacendê-lo em 2021.

Os inocentes do Leblon
Esses nem sabem de você

Trecho inspirado em Inocentes do Leblon, poema de Carlos Drummond de Andrade, e um dos preferidos do compositor. Tudo a ver com a letra da canção...aquela sensação de quem se importa com isto ou aquilo, quem se interessaria por essa história mal sucedida de amor.

"Os inocentes do Leblon
não viram o navio entrar.
Trouxe bailarinas?
trouxe imigrantes?
trouxe um grama de rádio?
Os inocentes, definitivamente inocentes 

tudo ignoram,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
que eles passam nas costas, e esquecem."


O farol da Ilha
Só gira agora




Essa foi a parte mais difícil de encontrar, mas acredito que a referência seja à Ilha Rasa, situada a 9 km da Ponta da Arpoador. O Farol é mantido pela Marinha do Brasil e foi inaugurado em 1829, sendo utilizada como prisão política, ali tendo estado detido o catedrático José Oiticica, por ocasião da Insurreição Anarquista de 1918, e novamente durante o Estado Novo. Já serviu de tema para Drummond (“A alma severa se interroga / E logo se cala / E não sabe / Se é noite, mar ou distância / Triste farol da Ilha Rasa”), e é considerado um dos mais privilegiados e inusitados pontos com a melhor vista para a tradicional queima de fogos de Copacabana.

Por outros olhos e armadilhas
Outros olhos e armadilhas
Eu disse
Outros olhos e armadilhas
Outros olhos (outros olhos)
E armadilhas

O Hotel Marina quando acende
Não é por nós dois
Nem lembra o nosso amor
Os inocentes do Leblon
Não sabem de você
(Nem vão querer saber)
E o farol da Ilha
Procura agora




Por outros olhos e armadilhas
Outros olhos e armadilhas
Eu disse outros olhos e armadilhas
Outros olhos (outros olhos)
E armadilhas

As coisas não precisam de você...

domingo, 9 de setembro de 2018

QUANTO MAIS VOCÊ VIVE, MAIS REPERTÓRIO VOCÊ TEM


"O meu maior interesse no mundo é qualquer pessoa que não seja eu, porque de eu já chega eu. É um saco. Eu não tenho opção nem de não tá comigo...o meu interesse é o mundo!"

 (Rosana Hermann, sobre os algoritmos que regem as redes sociais em Leda Nagle)

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

ADVICE FOR THE YOUNG AT HEART


"Abstenha-se de ilusões, insista no trabalho e não em palavras. Busque pacientemente a verdade divina e científica".

(Último conselho que Dmitri Mendeleiev recebeu de sua mãe-livro O sonho de Mendeleiev)

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

TÔ NA BAD COM ADRIANA CALCANHOTTO!


Finalizando a trilogia, vamos da gaúcha mais famosa no quesito música de novela e músicas chiclete de qualidade. Cantora, compositora, famosa aqui e lá fora, foi parar no ano passado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra como professora. Imagine fazer um curso intitulado "Como escrever Canções" com essa mestra, que já é Embaixadora dessa mesma universidade desde 2015? Tão versátil como sua carreira de mega sucessos, outros nem tanto e até um trabalho no universo infantil, é o seu cabelo. Quando a vi de cabelão não acreditei, porque acho que 90% dos fãs tem essa imagem abaixo como representação quase automática do visual da artista. Mas vamos de tô na bad, com melodias que nem são tão bad assim, mas que vão fundo nos quesitos (1) crushes perdidos; (2) o que eu tô fazendo aqui?;(3) por quê tem que ser assim? Afinal de contas, quem nunca?



1-NAQUELA ESTAÇÃO (1990): faz parte do álbum Enguiço e me recordo dessa música dos trechos de clipes da TV Bahia. A capa é linda e ela está com o cabelo loiro mega oxigenado! Acho que foi a primeira canção escolhida para divulgação e deu muito certo, pois era tão boa de se ouvir que eu parava pra cantar e absorver o minimalismo da letra toda vez que tocava aquele barulhinho bom.

"E agora, tudo bem
Você partiu
Para ver outras paisagens
E o meu coração embora
Finja fazer mil viagens
Fica batendo parado
Naquela estação..."

2-MENTIRAS (1992): integra o meu álbum preferido Senhas (depois de Cantada), mas só pude adquiri-lo dez anos depois e escutei repetidamente todas as canções, que são bem lado B. O Brasil inteiro teve que ouvir Mentiras exaustivamente em 1993, pois era tema do romance da mocinha rebelde Mariana com José-Fagundes-Inocêncio-do-Jequitibá-Painho na novela Renascer. A letra lembra o ápice do desespero quando este atinge o grau de maluquice e perda total da sensatez, pois elenca uma lista de coisas a se fazer para que se alcance o desejo maior expresso no refrão:

"Que é pra ver se você volta

Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha"


3-ESQUADROS (1992): mais uma joia do álbum Senhas e parceria com Antônio Cícero, que poderia ser um poema grafitado em vários muros. É a música que mais me define, quase uma biografia que se perpetua através do tempo. "Ah, eu quero chegar antes, pra sinalizar o estar de cada coisa, filtrar seus graus"...isso é tão o meu agir, pensar e sentir que me vejo representada em cada sílaba. Gal a regravou anos mais tarde, mas é meio difícil superar algo que Adriana cante.

"Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?

Minha alegria, meu cansaço
Meu amor, cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado"


4-INVERNO (1994): gostava de ficar interpretando esta canção com meu amigo Leandro, tentando descobrir o que ela viu no que em foi mais feliz, e acabamos concluindo que não foi coisa boa de sentir não. A melodia não é "in", mas a letra é como o resultado de algumas sessões de análise, aquele momento "e agora, para onde ir?". Só poderia ser mais uma fruto da profícua parceria da poeta gaúcha com o poeta carioca Antônio Cícero, e foi lançado no álbum de nome muito apropriado: A Fábrica do Poema. O clipe poderia ser eu no banco de trás de um táxi amarelo passando pela Niemeyer, Leblon, Copacabana escutando a canção no rádio e olhando para o mar, encerrando a jornada após um túnel e chegando à Praia Vermelha. Seria perfeito!rs


"De lá pra cá não sei

Caminho ao longo do canal
Faço longas cartas pra ninguém
E o inverno no Leblon é quase glacial"


5-VAMBORA (1998):  grande sucesso do disco Marítimo, tem as referências de livros Ferreira Gullar (Dentro da Noite Veloz) e (A cinza das horas) de Manuel Bandeira, elevando o nível da trilha sonora da novela das "oito" Torre de Babel. A letra transpira saudade, mas não de forma triste, e sim de uma forma suave, e os versos são clássicos de um romance que não deu certo. A música ganhou até um prêmio de melhor "pop rock" (oi?) e não tinha como não dar certo, pois quem não quer alguém que chegue, entre e mude nossa vida para algo incrível em poucos minutos?

"Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Dentro da Noite Veloz
(...)
Na Cinza das Horas"


Recentemente, achei nesse vídeo a história da canção. Confiram!


segunda-feira, 27 de agosto de 2018

TÔ NA BAD COM MARINA (LIMA)!


Continuando a sequência das prediletas, foi dificílimo selecionar as 5 bests da bad com Marina. Ela é a mestra do pop brasileiro e sua parceria com o irmão e poeta Antônio Cícero rendeu os maiores sucessos da cantora, entre discos, hits e trilhas sonoras especiais. Mesmo as do lado B são "música, letra e dança" para tirar qualquer coração do luto afetivo.

A primeira canção pop que ouvi no rádio e no Globo de Ouro foi Uma noite e meia (1987). Minhas tias cantavam eufóricas, até porque anos 80 = consolidação do pop rock através dos festivais, e depois de Rita Lee, só quem encarou a disputa num ambiente generalista foram Marina e Paula Toller. Eu grudava nelas querendo aprender as letras "subversivas", porque uma moça do interior cantar "essa noite eu quero te ter" era quase uma blasfêmia, pra não citar o restante do refrão. Antes dessa veio a abertura de Roda de Fogo com Pra Começar (1986), que eu literalmente só podia assistir à abertura, pois criança não via novela das nove (rs), e a não menos dançante À francesa (1989) da novela mais amada da minha aborrescência: Top Model! E foi assim, de tia em tia, que eu cheguei na primeira da lista:

1-NÃO SEI DANÇAR (1991): estava na casa se uma tia brincando com minhas primas enquanto minhas tias assistiam à novela Perigosas Peruas e discutiam sobre a letra. Não sei por quê, mas acho que esta música combinaria muito mais com a Vera Fisher em uma novela das nove. Eu não entendia nada, mas amava ouvi-las dissecando a letra e vendo o desenrolar do drama da personagem.


"E tudo que eu posso te dar

É solidão com vista pro mar

Ou outra coisa prá lembrar
Se você quiser
Eu posso tentar, mas...
Eu não sei dançar
Tão devagar
Pra te acompanhar..."


2-ACONTECIMENTOS (1991): do mesmo álbum de Eu não sei dançar, Acontecimentos marcou minha passagem pela república feminina NRF-03, patrocinada pela UFS em 1999. A maioria das meninas moraram em cidades próximas e iam para casa nos finais de semana. Então, quando eu me via só aos sábados era inevitável não lembrar dessa música. E mesmo que eu não lembrasse, o rádio fazia questão de tocar enquanto em convertia solidão em estudo. Aquela velha e recorrente sensação de que o mundo se diverte num sábado à noite, menos você...Mesmo assim, foi o ano mais feliz da minha vida naquela cidade.


"Eu espero
Acontecimentos
Só (aqui) que quando anoitece
É festa no outro apartamento"

3-VIRGEM (1987): acho que Virgem se configura como a obra prima maior da dupla de irmãos talentosos. Faz parte do álbum homônimo da virginiana, trazendo também os sucessos Uma noite e meia e Preciso dizer que te amo, que na minha opinião supera a versão de Cazuza. Eu tinha uma colega de faculdade mais madura que vivia um relacionamento sério, e que me disse que essa era sua música favorita de Marina. Mas, eu na minha imaturidade musical nunca entendia muito a relação do título com a letra, embora gostasse da canção. Anos depois, morando no Rio, tudo fez sentido, e ainda hoje sou tão fã que Virgem vai ganhar uma postagem exclusiva em breve.

"As coisas não precisam de você
Quem disse que eu
Tinha que precisar"

4-O CHAMADO (1994): só conheci essa música muitos anos após seu lançamento, e a sensação que tenho é que nem todas as que foram parar em trilhas sonoras teve a devida atenção das rádios. Similar a Virgem, O Chamado também faz parte de um álbum homônimo atemporal lançado em 1993, sendo a canção incluída na trilha sonora da novela das sete Quatro por Quatro. Mais uma vez a impressão de que ela deveria estar numa novela das nove, pelo arranjo e letra profundos demais para o estilo comédia pastelão non sense. O Chamado é aquela canção que eu ouço muitas vezes naquelas horas em que, contra toda esperança, preciso acreditar que algo melhor está por vir.

"Céu abriga o recado
Que é pra eu me guardar
Mudanças estão por vir
Esperar ser proclamado
O grande final,
O grande final feliz!"

5-NO ESCURO (2001): integra o álbum Setembro (mês de nascimento da cantora) e fez parte da novela O Clone, marcando minha chegada ao Rio. Letra típica de fim de relacionamento e linda demais para um personagem raso interpretado por Juliana Paes, mas pelo menos rendeu bons momentos para minha audição no meio daquele caos que eu precisava encarar diariamente.

"E no decorrer dos meses
Já não sei mais quem eu sou
E a pessoa
Refletida
No espelho
Dos seus olhos
Por onde foi que entrou?"

6- BÔNUS: DEIXE ESTAR (1998): costumo dizer que letras de dor rendem mais que as de amor, e nessa pegada Deixe Estar também foi parar na TV, na série policial Labirinto (quem?). Foi também minha trilha sonora pessoal de uma grande mudança de vida, incluindo cidade, concurso e relacionamento. Aquele momento "bem vindo à vida adulta de verdade", que me possibilitou mais consumo de cultura em geral. Deixe Estar não é somente mais uma canção sobre fim de relacionamento, mas algo que inicia com um "aceita que dói menos", e que mesmo na dor aponta para uma última chance de retorno. Será?

"Deixe estar vai passar
Com sorte
Tudo, tudo vai ser breve
(...)
Mas se você resistir
E teimar e fugir
Não se assuste se tudo enguiçar
A engrenagem do amor
Pode ser traiçoeira
E vingar"



*Tem mais fãs e outras aqui:

http://enthulho.blogspot.com/2010/09/tema-de-novela-especial-dossie-marina.html

http://e10blog.blogspot.com/2013/07/no-tema-e-na-trilha-da-marina-lima.html




quarta-feira, 22 de agosto de 2018

TÔ NA BAD COM KID ABELHA!


Um dia cheguei na aula e vi uma aluna toda down, pra baixo, com fone de ouvido com cara de estar escutando uma sad song. Quando a indaguei, a resposta foi: tô na bad, prof!  Depois fiquei pensando nas músicas que gosto de ouvir quando tô na bad, ou refletindo demais pensando nas perdas e ganhos, no crush que se foi, no que quase deu certo. E aí quando toca aquele musicão no rádio é curtir e deixar pra lá as expectativas sobre o futuro. 

Entre n opções, ninguém mais atemporal do que Kid Abelha para me dar aquele help nessas horas e pra começar esta série. São poucas as canções escolhidas, mas são ao mesmo tempo incisivas e suaves, com letras simples e diretas.


1-GRAND' HOTEL (1991): me lembra as vezes que a gente quer tudo de uma vez só, e tudo se acaba mais rápido do que a gente esperava.

"Se a gente não fizesse tudo tão depressa,
Se não dissesse tudo tão depressa,
Se não tivesse exagerado a dose,
Podia ter vivido um grande amor."

Segundo a colaboração Googliana, a inspiração veio do filme Grand' Hotel com a atriz Greta Garbo, outrora mencionado pela vocalista. Outros dizem que  “Grande Hotel” é uma referência à revista Grande Hotel, da década de 50, pioneira em fotonovelas, cuja característica principal era sempre o famoso final feliz.  Faz todo sentido!

2-EM NOVENTA E DOIS (1993): aquela fase em que o crush dá uns perdidos, e que causa aquela angústia/insônia de pensar que alguma concorrente está no jogo. Em 1992, com certeza era mais fácil sumir, enquanto hoje altas DR's são fomentadas pelas famigeradas buscas nas redes sociais.

"No telefone, só uma notícia, ah
Num telegrama, uma poesia
Mande um recado com um abraço forte
Num bilhetinho deseje boa sorte"

Atualmente, seriam mensagens inbox, um emoji, um "bom dia", um email no último caso.

3-GOSTO DE SER CRUEL (1991): essa é praticamente a declaração do desespero, a última jogada nos acréscimos, restando só o apito do juiz e a aceitação. Mas a música é numa pegada mais rock e dá pra dar um up e sublimar a dor.

"Sou capaz de gritar
E de te ofender
De me machucar
Mas não de te esquecer
Sou capaz de chorar
Ser ridícula até não agüentar"

4-SOLIDÃO QUE NADA (1994): lançada em 1987 por Cazuza, a letra dele em parceria com George Israel ficou tão boa quanto na voz da Paula Toller. É mais light, pra fase alone ser vivida de boas, no mantra "com ou sem tá tudo bem".

"Viver é bom
Nas curvas da estrada
Solidão que nada
Viver é bom
Partida e chegada
Solidão que nada"

5-AMANHÃ É 23 (1987): a introdução já mostra a que veio a diva do pop rock brasileiro, que parece estar intacta em algum creme mágico e antioxidante. Na minha interpretação livre, sempre acho que vem de uma relação mal resolvida entre mãe e filha. Para reforçar minha tese, poderia até ter sido composta em alusão à própria história de vida dela, pois aqui* menciona o fato dela ter sido abandonada pela mãe e criada pelos avós paternos. Não sei se foi viagem demais pensar isso, mas curiosamente 23 de agosto é a data de aniversário dela. Vai saber...

"Amanhã é 23
São 8 dias para o fim do mês
Faz tanto tempo
Que eu não te vejo
Queria o seu beijo
Outra vez"


PS: Depois que fiz o post lembrei que o primeiro show grande que fui na vida foi o deles, com Keyla e Rita no extinto Augusto's em Aracaju. Então, tá tudo certo!rs

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

HÁ DEZ ANOS ATRÁS...

Direto da Ilha de Paulo Afonso-BA para a longínqua Ilha do Fundão-RJ, mais precisamente no PEMM-COPPE na UFRJ. Minha gratidão ao Prof.Miranda e às Super Orientadoras Eliane, Dalva e Lílian, e a todos os técnicos e amigos que muito me auxiliaram na obtenção desse título.


quarta-feira, 8 de agosto de 2018

DIA INTERNACIONAL DO GATO


Amados por uns e odiados por outros, só quem tem um, ou "uns" como é o meu caso sabe dizer o quanto eles sempre nos surpreendem. Seja escolhendo um novo point da casa para dormir, ou tendo crises de carência ou de ciúmes, gatos são seres independentes, exigentes e ao mesmo tempo indiferentes. Mas, quem se deixar cativar e souber conquistar um deles ganhará de graça, ou em troca do melhor lugar da casa, sessões manhosas de gatoterapia e a mais criativa e dorminhoca companhia.

terça-feira, 31 de julho de 2018

ELEMENTAR, MEU CARO WATSON!


"Minha vida é passada num longo esforço para escapar das trivialidades da existência. Esses pequenos problemas me ajudam nisso." (Sherlock Holmes)