quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

VINTE-VINTE

1- Não viajei 

2- Não revi os amigos 

3- Dei aulas "gravadas" online

4- Fui tia novamente 

5- Organizei meu currículo para nem tão cedo arrumar de novo

6- Comecei a fazer terapia

7- Aprendi a cuidar de cachorro

8- Ouvi Maria me dizer "te amo, titia!"

9- Passei meses sem ir à missa

10- Sobrevivi

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

TARDE CINZA É NÃO TE VER

Adeus Mouse! Obrigada por todos os anos que passamos juntos. Ao longo dos anos você foi nosso Puma, Príncipe, Olhar Sedutor e, por último, Gato Bobo. Agora você está no céu dos animais com Farturinha, Cristina, Narizinho, Mousinha, Fofolete, Savana e Tempestade. Pode partir em paz...

domingo, 29 de novembro de 2020

SOBRE LIVROS E HÁBITOS

"Acho que eu tenho mesmo um fetiche pelos livros: pegar um livro novo nas mãos é um enorme prazer. Não grifo os livros, mas faço anotações paralelas em cadernos e blocos. São frases que eu guardo para ler de vez em quando." (Beatriz Segall)

Índice remissivo, introdução, prefácio e posfácio, notas de rodapé me atraem, chamam a minha atenção. Guardo na memória fotográfica trechos preferidos do lado direito ou esquerdo, canto superior ou inferior. Gosto de cheiro de livro novo, mas respeito igualmente os velhos, usados e marcados pela história de quem os teve. Já vou em 180 aquisições (minhas e para amigos) na Estante Virtual que me traz vida em livros com celulose, manchas, dedicatórias, autógrafos e grifos. A cada nova compra me convenço cada vez mais de que nosso país não é um país de leitores, que muita gente usa (e usa mesmo!) livros como decoração, ou compram coleções das quais mal lerão o primeiro volume. Dos que ficaram comigo, muitos já estão por aí, multiplicando conhecimento e fazendo a alegria de quem os recebeu.


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

"QUAL É A MÚSICA?": TUDO

Tudo o que eu cantar aqui, agora, você pode pensar que já, já ouviu...

Tudo era apenas brincadeira que foi crescendo, crescendo e me absorvendo. 

Tudo que move é sagrado e remove as montanhas com todo cuidado, meu amor.

Tudo bem quando termina bem e os meus e os seus olhos não estão rasos d'água. 

Tudo que viceja também pode agonizar e perder o seu brilho em poucas semanas.

Tudo bem, tudo zen meu bem, tudo sem força e direção.

Tudo em volta está deserto, tudo certo. Tudo certo, como dois e dois são cinco.

(aguardando sugestões)



quinta-feira, 15 de outubro de 2020

ENSINAR E (É) APRENDER!


“Ensinar. Tirar de dentro de nós mesmos o que sabemos, o que conseguimos angariar de bom na vida. Se procuro hoje atentar para as coisas dignas é porque quero, amanhã, transmitir para alguém o que sei. Ensinar é a profissão que nos aproxima de Deus. Quem foi Deus, quem é Deus senão um Mestre? Ensinar não é uma profissão, ensinar é uma arte.

O ensino necessita da justiça de um verdadeiro juiz, da pureza de um verdadeiro sacerdote, da paciência de um verdadeiro médico. O professor é um médico espiritual, cura os erros do intelecto, livra a alma da ignorância. O ensino é uma profissão espiritual. O professor é o guia que nos leva pelos caminhos cheios de beleza, da ciência. Que imensa beleza, que enorme da ciência. Que enorme beleza existe no fato de um mestre tirar a dúvida de um aluno, de um professor ensinar uma coisa nova a um aluno, de um professor ser justo e compreensivo.

Ensinar, a milagrosa arte que abre largos horizontes na vida dos jovens. Ensinar, o milagre que transforma um homem num artista."

(Redação escrita por Caetano Veloso em 03/07/1959 sobre "a arte de ensinar" em prova de português do o professor Nestor Oliveira))

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

O QUE ELES ESTUDAVAM ANTES DA FAMA?

Sempre me interessei por histórias de quem faz várias coisas e com talento, ou por aquelas que começaram no leste e foram parar no oeste. Esses dias assistindo a cigarra Simone em Bial, descobri que ela jogava basquete e é formada em Educação Física. Dia desses também soube que Ivan Lins é Bacharel em Química, mas o dom pra composição e a participação no MAU-Movimento Artístico Universitário falou mais alto.

Pesquisando um pouco mais, notei um fato corriqueiro entre muitos cantores que iniciaram sua carreira artística quando cursavam arquitetura. Alguns não chegaram a se formar, como Chico Buarque e Guilherme Arantes que estudavam na FAU, a famosa Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Herbert Viana fazia arquitetura na UFRJ, mesma instituição onde Tom Jobim também estudou quando o curso ainda era lotado na Faculdade Nacional de Arquitetura do Rio de Janeiro. Humberto Gessinger na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, onde já levava em paralelo a carreira de músico. Roger Moreira foi ainda até o terceiro ano na Universidade Mackenzie.

(em construção/aceitando novos dados)

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

PASSA PANDEMIA, PASSA...(III)

"Como viver num mundo onde uma profunda incerteza não é um bug, e sim uma característica? Para sobreviver e progredir num mundo assim você vai precisar de muita flexibilidade mental e de grandes reservas de equilíbrio emocional. Terá que abrir mão daquilo que sabe melhor e sentir-se à vontade com o que não sabe." (Yuval Noah Harari - 21 Lições para o Século 21)

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

MEMÓRIA MUSICAL - PARTE 2

                                         Documento que mostra a censura de

Continuando e antecipando uma canção bônus, no ano de 1974 após sofrer várias intervenções, proibições e retoques em sua obra, Chico Buarque passou a perna nos censores ao gravar esse recado bem dado se passando por Julinho de Adelaide: "Acorda amor/ Eu tive um pesadelo agora/ Sonhei que tinha gente lá fora/ Batendo no portão, que aflição / Era a dura, numa muito escura viatura". Sumiços repentinos vinham ocorrendo e o compositor alerta o ouvinte poeticamente no final: "Não esqueça a escova, o sabonete e o violão". 

7- Nada será como antes - Elis Regina (1971)
Gravada sequencialmente por Joyce, Elis e no antológico Clube da Esquina, a parceria de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos rendeu até gravações de Sarah Vaughan e Herbie Hancock no exterior . Recorro novamente a Nelson Motta que foi minha motivação para fazer essa pesquisa, para sintetizar o espírito da época: "refletia o turbulento período político que o Brasil atravessava, com a repressão aterrorizando a juventude e o perigo escondido em cada esquina, quando a vida na estrada passou a ser uma opção para tantos jovens insatisfeitos". O tempo passou e a canção permanece atual na nossa frágil democracia, resistindo na boca da noite e no coração dos militantes um gosto de sol.

8- Cálice - Chico Buarque (1973)
Não é de se admirar que a canção ficou muda e amordaçada, engavetada por cinco anos até ser lançada. Mesmo com os anos de chumbo já mais arrefecidos, sua poesia pungente a tornou mais um clássico na coletânea dos símbolos de resistência. No atual contexto, mais de quarenta anos depois muitos brasileiros ainda adotam esses versos: "Atordoado eu permaneço atento/ Na arquibancada pra a qualquer momento/ Ver emergir o monstro da lagoa". Não cale-se!

9- Cartomante - Ivan Lins (1978)
Como mencionei no post anterior, destacarei aqui as versões de maior sucesso. Nesse caso, mesmo Elis roubando a cena anos depois na regravação com Ivan ao piano e no coro do refrão, tenho que dar o braço a torcer para o talento deste grande cantor e compositor. Desde 1970, Ivan Lins vinha concorrendo em festivais e participava do MAU-Movimento Artístico Universitário, onde Aldir Blanc e Gonzaguinha também davam seus primeiros passos. A canção cheia de críticas e ironias escondidas nos conselhos de uma simples cartomante é uma espécie de oração profética sobre os anos vindouros e ganhou até clipe no Fantástico!

10- Aos nossos filhos - Ivan Lins (1978)
Encerrando o lado B do álbum "Nos dias de hoje", que contou em seu repertório com a canção anterior,  só conheci "Aos nossos filhos" por ouvi-la na abertura da minissérie "Os dias eram assim" (Globo, 2017). Neste site há um resumo do triste cenário e do clima que ainda pairava: "Através de “Aos nossos filhos”, toda uma geração pedia “perdão” pela falta de abraços, escolhas e espaço; pelos perigos e sufocos impostos pela ditadura. E lançava para as futuras gerações a tarefa de soltarem as amarras, lavarem as mágoas e a alma, fazendo brotar as flores e colhendo os frutos semeados por aqueles que, como a própria Elis, se rebelaram contra os ataques à liberdade e tudo mais o que nos faz “humanos”. 

11- Canção da Despedida - Elba Ramalho (1983)
Única parceria dos dois Geraldos, Vandré e Azevedo, não há data certa para seu registro. Apanas sabe-se que foi composta na clandestinidade após o AI-5 (1968), quando o paradeiro de Vandré era mantido em sigilo. Elba Ramalho a gravou no álbum Coração Brasileiro, enquanto Azevedo fez sua primeira gravação em Luz do Solo em 1985, creio eu que com ares de festa e comemorações.

12- Coração de Estudante - Milton Nascimento (1983)
Com melodia de Wagner Tiso, que a compôs para o filme Jango, a canção ganhou letra de Milton anos depois e foi inspirada nas lembranças do enterro do jovem estudante Edson Luís, morto enquanto jantava com os colegas o restaurante Calabouço no Rio. Logo virou hino de esperança da juventude que lutava por mudanças e pelas eleições diretas. Imortalizou-se também com outra perda para o país, quando foi exaustivamente executada por ocasião do falecimento de Tancredo Neves em 1985, marcando musicalmente o fim da ditadura.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

MEMÓRIA MUSICAL- PARTE 1

Inspirada no relato de tantos artistas que passaram poucas e boas durante a censura imposta pela ditadura militar brasileira, e que tiveram discos embalados em sacos pretos ou faixas deletadas, organizei uma mini coletânea de canções que contam um pouco da nossa recente história. As 12 canções aqui selecionadas (parte 1 e 2) foram classificadas cronologicamente de acordo com o ano de lançamento & versão que fez mais sucesso, pois em alguns casos a canção foi gravada anteriormente até mesmo por ótimos artistas, mas teve pouca repercussão.

1- Alegria, alegria - Caetano Veloso (1967)
Marco inicial do Tropicalismo, ficou mais conhecida ao ser apresentada no III Festival da Música Popular Brasileira da Record, ficando em quarto lugar, apesar de ser uma das queridinhas daquela edição. De sonoridade suave e alegre, apesar do início ter a famigerada guitarra elétrica tocada pelos Beat Boys, essa canção é contemporânea, pop e cheia de referências à cultura de massa da época. Mesmo não tendo sido composta na intenção de contestar, e sim inspirada em A Banda de Chico Buarque, dificilmente essa canção não é associada às que marcaram o cancioneiro durante o regime militar.

2- Pra não dizer que não falei das flores - Geraldo Vandré (1968)
Mais conhecida como "Caminhando", foi apresentada apenas com voz e violão no III Festival Internacional da Canção Popular (FIC), ficando em segundo lugar mas em primeiro na boca do povo, o que incomodou demais os militares e obrigou o cantor a "sumir" de cena após o AI-5. Os discos foram retirados das lojas e sua execução pública proibida até 1976, quando por conta da anistia foi regravada por Simone. Já o compositor pôde retornar ao Brasil em 1973 após muitas negociações sigilosas com o governo, mas não mais retomou sua carreira artística.
 
3- Sabiá - Chico Buarque (1968)
Composta musicalmente como Gávea, a canção mudou de nome após Chico Buarque por letra inspirada no poema Canção do Exílio de Gonçalves Dias, sendo por fim inscrita no III Festival Internacional da Canção Popular e interpretada por Cynara e Cybele (Quarteto em Cy). Tom resolveu ser participante para se livrar se ser jurado, mas não contava com a vaia histórica por causa de um primeiro lugar que nem ele mesmo botava fé. Surgiram várias teorias da conspiração para a vitória sobre a canção de Vandré, mas até hoje não se sabe por quê o júri a escolheu. Intencional ou não, o certo é que Sabiá ingenuamente era uma nova e premonitória Canção do Exílio para aqueles tempos que se tornariam mais sombrios em breve.

4- Aquele abraço - Gilberto Gil (1969)
Composta durante as tratativas com os militares que culminaria no exílio em Londres, assim o cantor declarou sobre sua ode à cidade maravilhosa e canção de despedida: "finalmente eu poderia sair do país e tinha que dizer bye-bye; sumarizar o episódio todo que estava vivendo numa catarse. Que outra coisa para um compositor fazer uma catarse senão numa canção?"

5- País tropical - Wilson Simonal (1969)
Como falei inicialmente, esta seção foi catalogada considerando a versão daquela época que fez mais sucesso. É o caso dessa canção, que nesse mesmo ano foi gravada pelo trio de baianos Caetano, Gal e Gil e em seguida pelo "internacional' Sérgio Mendes, mas foi na voz de Wilson Simonal que ela balançou o Brasil de 1970. Como relata Nelson Motta no livro 101 Canções que Tocaram o Brasil, "por sua qualidade e sinceridade, superou qualquer eventual conexão com o ufanismo autoritário e sobreviveu ao tempo como um hino e alegria e brasilidade".

6- Apesar de você - Chico Buarque (1970) 
Como já é sabido, o Departamento de Censura Federal (que em 1972 seria formalizado como DCDP -Divisão de Censura de Diversões Públicas) de vez em quando se passava na triagem e liberava uma canção cheia de diretas e indiretas ao regime militar. Foi o caso de Apesar de Você, que logo após estrondoso sucesso teve discos confiscados e execução terminantemente proibida. Só que o estrago já estava feito, pois 100 mil discos já tinham sido vendidos, a letra estava na boca do povo e a música circulava também nas cópias nas saudosas fitas cassete. Quando interrogado, Chico disse cinicamente que tinha composto o samba para uma mulher mandona e autoritária, rs.


PS: Não achei a imagem que gostaria de encontrar, mas fica abaixo um exemplo do que a turma da moral e dos bons costumes em honra da família brasileira e do bem da nação deixava passar.

                     Policial Pensador: Raul Seixas, Polícia e a Ditadura


quarta-feira, 26 de agosto de 2020

PASSA PANDEMIA, PASSA...(II)

"We're born alone, we live alone, we die alone. 

Only through our love and friendship can we create the illusion 

for the moment that we're not alone". 

(Orson Welles)


segunda-feira, 24 de agosto de 2020

O TEMPO, SUAS MANHAS E MANHÃS

                                    Entenda o tempo de Chronos e Kairós - Portal

Chronos é o nome da linha de cremes anti-idade que promete uma recarga instantânea de hidratação e estimula a pele a se auto hidratar de forma inteligente. Aleatoriamente, acomodei o elixir rico em prebióticos no nicho com relíquias da infância, e Chronos acabou ficando bem ao lado de Gisele, minha boneca dos 5 anos que me faz lembrar todas as noites de tentar voltar no tempo.

***
 "Vão tomar banho", fardamento na cama, almoço quentinho na mesa e meu irmão eu naquela lerdeza clássica de quem passou a manhã brincando e vendo desenho. Minha mãe perguntava a meu primo: 

"Pedro, como faço pra saber a hora pra esses meninos não chegarem atrasados na escola?"

Ele respondia: "É só você lembrar que o jornal começa 1:00 hora!"

Pedro estava falando do Jornal Hoje, que naquela época era pontual, assim como as novelas das 6, das 7 e das 9. A única pessoa que tinha relógio em casa era meu pai, mas ele passava o dia na estrada trabalhando. Com o avanço das importações dos xinguilingue foi que começamos a ter relógio de parede a pilha e um ou outro de pulso. E aí ficamos mais controlados pelo tempo, que outrora era contabilizado pelas horas em que estaríamos brincando na rua, no quintal ou por simplesmente ser manhã, tarde, noite ou hora de dormir. Por isso, ao sairmos, era comum perguntar a um transeunte: "que horas são?" Ao que os mais gaiatos respondiam: "pai nosso e ave-maria!"

                                                                                ***
Fuso horário, criança curiosa que ouve dizer que enquanto aqui é dia, no Japão é "de noite". Adulta viajante que fica hipnotizada ao ver nas recepções de hotel ou aeroportos aquela instalação que dispõe de 3 relógios regulados conforme a hora de 3 países. As aulas de geografia decifraram um pouco desse mistério da infância com a explicação do meridiano de Greenwich. Até descobri recentemente que o GTM da configuração do celular refere-se a ele, e que existe a Jet Lag, a tal síndrome provocada pelo desajuste do fuso em relação ao relógio biológico.

                                                                                ***
Happy hour, a hora do break, a hora que mais gosto de sair, ver a noite caindo...como eu sempre digo: eu gosto da noite, não da night. "A noite é o reino da calma, reino da pausa, tempo de amar", canta Guilherme Arantes. Estrelas no céu, as fases da lua, o clima ameno e a madrugada dos intelectuais inteirinha pela frente.


quarta-feira, 22 de julho de 2020

PASSA PANDEMIA, PASSA...(I)

Frases Famosas sobre Saúde Mental: Refletindo e Aprendendo - Blog ...

"Inconscientemente, parecia querer buscar em autores, filmes e músicas, algum tipo de consolo. Como se alguém precisasse chegar bem perto do sofá, onde estava, colocar um das mãos em seu ombro e dizer que aquilo era normal. Que acontecia também com outras pessoas. E que iria passar..." 
(Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 17 de julho de 2020

CINCO CASAS E O POETA

O diplomata, poeta, cantor e compositor Vinicius de Moraes viveu intensamente tudo que lhe foi permitido. Nasceu na Gávea, morou em Botafogo, passou férias escolares na Ilha do Governador e rodou o mundo (Oxford, Londres, Los Angeles, Paris, Montevidéu e Roma), para enfim retornar ao bairro onde nasceu. Lendo sua biografia quis muito reconstituir seus passos e fazer uma linha do tempo, mas me limitarei apenas mencionar algumas edificações que mais me chamaram a atenção ao longo da leitura de seus endereços no Rio de Janeiro mais marcantes.

1- Rua do Catete, 243 - Catete

Me surpreendi ao constatar que o local que tantas vezes passei e achei que era um cortiço tratava-se na verdade da Faculdade de Direito da antiga UEG (antiga Universidade do Estado da Guanabara e atual UERJ), que funcionou a partir de 1943 e atravessou o período da ditadura militar. Nesse prédio de 1822 o poeta iniciou aos 17 anos o curso de Direito, onde entre confrarias e o Centro Acadêmico Jurídico Universitário arriscou seus primeiros ensaios versados na ideologia de direita. Detalhes adicionais e notícias de seu futuro incerto encontram-se aqui.

                                  


2- Avenida Marechal Floriano, 196 - Centro

Em 1940, Vinicius está casado com Tati e decide tentar o concurso do Itamaraty mais por necessidade de organizar suas finanças do que por vocação. Não passou de primeira, mas na segunda vez teve aula de português com Antonio Houaiss, que a essa altura tem um cursinho preparatório, sendo aprovado.

O Palácio Itamaraty foi construído em 1908, na gestão do Barão do Rio Branco, hoje Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores no Rio de Janeiro e fica próximo à agitada estação Central do Brasil. 

A belíssima edificação tem arquitetura neoclássica, rica decoração interior, um jardim interno e um espelho d´água orlado por duas alas de palmeiras imperiais centenárias. Atualmente, abriga entre outros órgãos o Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD), criado em 2001 com o objetivo de promover e divulgar estudos e pesquisas sobre história diplomática e das relações internacionais do Brasil.

                             


3- Rua Paulo César de Andrade, s/n - Laranjeiras

Este endereço abriga o Conjunto Residencial e o Parque Guinle, um mini oásis próximo ao Largo do Machado com edificações de Lúcio Costa e paisagismo de Burle Marx. Era 1958, Vinicius estava casado com Lúcia Proença e foi lá que ele se retirou com Baden Powell para compor os famosos afro sambas no início dos anos 60.

Contam os registros que O Parque Eduardo Guinle, ou somente Parque Guinle, foi concebido originalmente na década de 1920 como os jardins da residência de Eduardo Guinle, um palacete neoclássico. Em 1940, o parque passou ao governo federal e, em 1943, foi objeto de um plano de urbanização desenvolvido por Lucio Costa, que propôs um conjunto de seis edifícios residenciais. Mais informações de cunho técnico e imagens encontram-se aqui.
 
História do Parque Guinle - Diário do Rio de Janeiro


4- Rua Flamengo, 44 - Itapuã

Preciso abrir uma exceção para o "branco mais preto do Brasil", para falar do período em que Vinicius residiu em Salvador, onde fez muitos amigos e compôs "na banheira" com seu último parceiro Toquinho muita coisa boa. No início dos anos 70, a paixão por Gessy Gesse fez o poeta migrar e se fixar no endereço onde atualmente está o restaurante Casa di Vina, que abriga em um cômodo uma pequena mostra de seus pertences. A casa construída em frente ao Farol de Itapuã tinha ares muito modernos e, a princípio, o poeta não curtiu muito seus traços. Próximo ao local foi inaugurada em 2003 uma praça com uma estátua onde o poeta pode nos dar conselhos amorosos enquanto contempla o mar.

                                 Casa di Vina Memorial (Salvador) - ATUALIZADO 2020 O que saber ...

5- Rua Frederico Eyer, 149 - Gávea

 “Sou carioca da Gávea, bairro amado, de onde nunca deveria ter saído", disse Vinicius, em versos escritos em 1969. Vinicius costumava deixar tudo para trás quando se separava, levando apenas sua escova de dentes e o quadro-retrato do Portinari. Nesse endereço o poeta mais uma vez inventou um lar onde viveu seus últimos dois anos de vida com sua última companheira Gilda Mattoso. Foi lá que ele partiu imerso numa banheira na manhã de 9 de julho de 1980, fazendo simbolicamente um retorno ao útero materno.

                                          ABr161013 DSC1227


sábado, 4 de julho de 2020

SOLIDÃO CONSCIENTE

"Eu tenho uma solidão que eu busco, que sempre busquei. 
É uma solidão consentida e desejada. 
Eu tô muito bem comigo mesma. 
Eu gosto de ficar sozinha.
Eu não quero ninguém em casa depois das seis horas da tarde
Eu me dou bem comigo mesma
Eu me considero uma ótima companhia." 
(Marília Gabriela)

terça-feira, 30 de junho de 2020

AS MULHERES BEM RESOLVIDAS DE CHICO BUARQUE



No livro 101 Canções que Tocaram o Brasil,  Nelson Motta cita que para "além desse conhecimento dos desvãos da alma feminina, Chico toca onde os homens mais sentem o que as mulheres lhe dizem, onde mais doem suas palavras e lembranças, onde mais os ferem seus ódios e rancores, suas mentiras e traições. Nos diversos personagens que ele criou, as mulheres se sentem representadas - os homens sofrem com as mulheres de Chico."

Inspirada nesse comentário, fiz uma breve busca e encontrei sambas e valsas com declarações e apelos, vários títulos com nome das musas, mas também as obras nas quais a protagonista mandou aquele recado estilo "o mundo dá voltas! Me aguarde!". Seguem abaixo alguns exemplos e impressões:

Olhos nos olhos - feita sob medida pra voz de Bethânia, fica difícil identificar um trecho que não seja um "olha aí que eu passo é bem sem você por perto". A melodia traz um tom reflexivo e meio cabisbaixo, ao contrário do que narra a protagonista. 

A Rita - eita, mulher cruel! Essa aí arrasou com vontade. Lembra os sambas pré-bossa nova, mas com tamanho charme e leveza que a gente canta e nem presta atenção na letra.

Folhetim - apesar de boas atrizes terem interpretado a canção na peça Ópera do Malandro, cada sílaba cabe indiscutivelmente na voz de Gal Costa. Os censores já andavam cansados e não perceberam que se tratava do relato de uma prostituta, mas poderia ser lido hoje sob a ótica da sugar daddy ou da mulher livre, leve e solta. 

O Último Blues - composta para o filme Ópera do Malandro, lembra muito Romance Ideal dos Paralamas do Sucesso. Tanto naquela, como nessa a dona da situação explora o recurso da liberdade que a idade oferece para brincar de seduzir e deixar pra lá. 

Joana Francesa - feita para o filme interpretado pela atriz francesa Jeanne Moureau, traz um lindo enredo poético consciente de sua efemeridade. Isso se confirma nos versos "songes et mensonges sei de longe, sei cor", que Nara Leão canta com seu jeito cool na minha versão favorita, capturando em definitivo o caráter buarquiano de mergulhar na alma feminina. 

quarta-feira, 24 de junho de 2020

SONHO ACORDADO

Ilustração de Kathrin Honesta

"Ontem fui na padaria e pedi dois sonhos, só por garantia caso um deles não se realizasse."
(Flávia Jorlane)

domingo, 21 de junho de 2020

NÃO, OBRIGADA!

                                                 Carioca Nerd: As 5 piores declarações do Youtube
Ah, eu e o Youtube, o Youtube e eu. Não sei se é porque passei muitos anos sem televisão, mas de todas as redes sociais essa é a que eu mais curto! Mas nem tudo são flores nesse affair. Tem coisas que são trashes e que eu não sei o que a pessoa pensou na vida pra ter coragem de postar um conteúdo tão ruim. Quer dizer, eu sei! O desejo de ganhar um dinheirinho ou ficar famoso, sei lá! Eu poderia fazer uma lista enorme, um relatório, um dossiê, mas selecionei apenas 5 coisas pelas quais eu não dou um centavo de dólar de audiência.

1-Propagandas - tem coisa mais chata do que TikTok com aqueles vídeos bestas de casal ou pegadinhas ridículas? Eu reclamava que o Kwai era ruim com aquela música chiclete e aquela imagem falsa de um homem de bermuda tocando violoncelo nos Alpes Suíços, mas aí veio um pior. Tem canais que eu respeito tanto que até deixo rolar o anúncio, mas em outros realmente não dá. Ainda vou ter coragem de fazer uma assinatura Premium só pra me dar ao luxo de não precisar pular essa etapa.

2-Vídeo de casal onde um fala e fica conversando com o que grava - Aí o Lombardi que grava fica famosinho e resolve criar um canal também. Aí o filho nasce e também ganha um canal. Aí vira meio que o Show de Truman, novela, série...sinceramente, não dá!

3-Vídeo que enrola muuuito e ainda dá informação errada - gente, tenham um pouco de dignidade! A galera destrói o (a) camarada nos comentários e a pessoa não tá nem aí.

4-Vídeo com "capa" de outro canal - você vê quela imagem linda da receita, com título bem feitinho, mas que quando a gente clica não tem nada a ver, bem estilo expectativa x realidade. De fato, nem os algoritmos são capazes de desvendar o jeitinho brasileiro.

5-Clickbait - esse é o top five! Essa técnica pode até ser usada de forma positiva, mas é tão chato quando seu youtuber preferido começa a se valer disso. Fica aquele vídeo com 500 perguntas e aquela cara teatral de "oh céus, oh vida", e no final até protagonista se perde do enredo.

PS: Só pra não perder a oportunidade, esse post não tem meta de likes, nem requer seu apoio, mas pode deixar nos comentários o que mais te irrita no You Tube. Até a próxima!


 

LABIRINTO

                                             4 dicas de autocuidado com a saúde mental
 
"Quero a sua mão no meu cabelo
Que é pra desembaraçar meu pensamento
Quero respirar o teu perfume
Que é pra descongestionar meu peito
O amor é um sentimento tão difícil de explicar
É um labirinto

Só pode a cada dia complicar
Cada dia melhorar
É um labirinto
Seu código é a frequência do olhar"
(Guilherme Arantes)

quinta-feira, 18 de junho de 2020

QUIMICAMENTE FALANDO...(I)

                    

O Dia do Químico é celebrado no dia 18 de junho, pois foi nessa data que o antigo presidente, Juscelino Kubitschek, assinou a Lei n° 2.800/1956, também conhecida por "Lei Mater dos Químicos", que criou os Conselhos Federais e Regionais de Química e regulamentava a profissão.

Pesquisando mais sobre esse dia, trago abaixo recortes muito interessantes do artigo "Uma breve história da química brasileira", que tratam do que hoje é tão comum para alunos, professores, pesquisadores e técnicos dos mais diversos ramos atuais dessa ciência incrível que eu amo!
  • Primeiro curso:
O primeiro curso foi de química industrial, no nível técnico, no Makenzie College que, quatro anos depois, em 1915, se tornou curso de nível superior. Neste mesmo ano, foi criada a Escola Superior de Química da Escola Oswaldo Cruz. Mas, a explosão dos cursos regulares de química só viria a ocorrer a partir do artigo "Façamos químicos", do farmacêutico formado pela Faculdade de Medicina da Bahia, José de Freitas Machado, publicado, em 1918, na Revista de Chimica e Physica e de Sciencias Histórico-Naturaes. A presença de Freitas Machado no cenário da química no país estendeu-se até o ano de 1946, quando se aposentou pela Escola Nacional de Química, hoje Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da qual foi o primeiro diretor (1934-1935).
  • Primeiro Instituto:
Em 1918, ocorreu a criação do Instituto de Química, idealizado pelo médico Mario Saraiva e por ele dirigido durante vinte anos. Na origem desse instituto, está o Laboratório de Defesa e Fiscalização da Manteiga, cujo principal propósito era a análise da manteiga consumida no Brasil, toda ela importada da França até fins da década de 1920. 
  • Primeira Associação:
Em 1922, foi criada a Sociedade Brasileira de Chimica como uma das decisões do primeiro Congresso Brasileiro de Química, que ocorreu naquele ano, no bojo das celebrações do primeiro centenário da independência do Brasil. Em 1933, a grafia foi alterada de chimica para química, e a Sociedade existiu até 1951. Seu primeiro presidente foi José de Freitas Machado, após a presidência provisória do professor Daniel Henninger, da Escola Politécnica.

O artigo completo está disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252011000100015






domingo, 31 de maio de 2020

MAIO IS GONE...

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Maio
Já está no final
O que somos nós afinal
Se já não nos vemos mais?
Estamos longe demais
Longe demais
Maio
Já está no final
É hora de se mover
Prá viver mil vezes mais
Esqueça os meses
Esqueça os seus finais
Esqueça os finais
(Kid Abelha)

MAIS TEMPO SÓ PRA MIM!

                                  Vem nesse rolê do autocuidado conta para gente o que você precisa ...


Olhei para esse checklist da imagem acima e pensei: o que posso acrescentar e o que ainda posso fazer por mim nessa quarentena?

1- Ler os livros encalhados
2- Assistir novela com meus pais
3- Fazer as refeições em família
4- Ler/assistir jornais
5- Cortar as unhas com calma
6- Revisar assuntos difíceis de aprender
7- Curtir meus gatos

sexta-feira, 29 de maio de 2020

quinta-feira, 28 de maio de 2020

COZINHA TERAPIA

                                   Cozinhaterapia | Citações, Palavras, Pensamentos

Nessa quarentena ad infinitum ir ao mercado virou quase uma operação de guerra. Escolho a hora, vestimenta, faço a lista, mentalizo a localização dos produtos, ponho a máscara e lá vamos nós, já consciente de que a maratona não acabará simplesmente quando eu chegar em casa por conta da etapa final de limpar todas as embalagens.

Mas aí vem o tempo ocioso, a reprise do Masterchef, o tempo e a vontade de testar receitas e a recusa em ficar vendo receitas no Youtube para não ampliar a fome imaginária e a frustração de evitar ir ao mercado e não poder flanar, ler rótulos e aprender futilidades. Tento dissolver esse sentimento preparando coisas simples e práticas para animar os bom de garfo aqui de casa, e acabo cedendo à tentação de esmiuçar os temas das competições e aproveitar para aprender com esse tempo de sobra os termos de culinária mencionados. A cada episódio que revejo é como se estivesse sentindo tudo de novo, e aprendo não somente com o objetivo das provas, mas com todo o fazer e agir envolvidos. 

Cozinhar envolve processos, como se fosse um laboratório de química: instrumentos diversos e curiosos, pia, bancada, armários, refrigerador, aquecedor e substâncias cada uma com suas particularidades. Há dias em que só sou assistente e lavadora de louça. Noutros me atrevo apenas a dar uns palpites. Cozinhar é um gesto de autocuidado, é se amar sob medida, e de forma consciente ingerir o que lhe faz bem. E quantas coisas podem se apreender desse gesto em ação? Muitas! Nesse relato de Rodrigo Vilasbôas encontrei algumas pistas para ilustrar o quanto é terapêutico adotar essa prática para além da pandemia:

"Para fazer tudo isso antes de qualquer coisa eu tive que “parar” – frear a velocidade desse mundo rápido e agressivo que vivemos para experimentar, através das receitas, uma outra experiência de tempo – um tempo lento, que corre diferente, que precisa respeitar o tempo dos processos naturais, um tempo que me fez pensar em como eu estava usando e experimentando o próprio tempo da minha existência. A verdade é que eu entendi mais do que nunca o quanto perdemos por causa da nossa pressa, da nossa incompreensão das coisas e do tempo que elas precisam levar para ficarem prontas. Cozinhando assim, eu tive então “tempo” de pensar na minha relação com a natureza quando escolhia ingredientes e quando os tratava de determinado modo, tive tempo de compreender o que de bonito acontece quando esperamos, tive tempo de me acalmar depois de dias complicados enquanto estava ali, cortando uma cebola, por exemplo.  Tive tempo de pensar no quanto minhas escolhas impactam o mundo que eu habito. Tive tempo de pensar nos meus afetos e elaborá-los, enquanto construía uma refeição com minhas mãos. Tive tempo, inclusive, de me lembrar do quanto a cozinha é simbólica na minha vida e é, há tantos anos, o meu divã – lugar onde eu sempre pude me encontrar em paz comigo mesmo."

quinta-feira, 30 de abril de 2020

ABRIL PANDÊMICO

Muitos tem repetido que nada será como antes, mas acho que isso depende muito do que se quer, de olhar para dentro e de reavaliar valores, posturas, consumo, planos e emoções. O tempo está aí sobrando e revelando ou reforçando comportamentos. Uns estão mais empáticos, outros mais neuróticos, enquanto alguns continuam no mesmo status quo.

Sinto que é a hora de colocar em prática pequenas mudanças para quando tudo isso passar os novos hábitos estarem naturalizados. Sinto-me como nesse trecho de Abril (Adriana Calcanhotto), revendo  tudo, limpando as gavetas e ficando somente com o essencial.

"Sinto o abraço do tempo apertar
E redesenhar minhas escolhas
Logo eu que queria mudar tudo
Me vejo cumprindo ciclos
Gostar mais de hoje e gostar disso
Me vejo com seus olhos, tempo
Espero pelas novas folhas
E imagino jeitos novos
Para as mesmas coisas
Logo eu que queria ficar
Pra ver encorparem os caules
Lá vou eu
Eu queria ficar
Pra me ver mais tarde
Sabendo o que sabem os velhos
Pra ver o tempo e seu lento ácido
Dissolver o que é concreto"


quinta-feira, 16 de abril de 2020

ACHADOS DA QUARENTENA #3- VIVI EU VI

Essa moça, Vivi Villanova, dispensa apresentações. Nenhum canal de arte vai ter atualidades, museus, cinema, livros e um quadro 50 fatos sobre Aleijadinho, Tarsila do Amaral, Rembrandt, Magritte, Andy Warhol, Salvador Dali e mais um monte de gente famosa disposta em vídeos impecáveis e extremamente bem pesquisados. Apenas confiram!




ACHADOS DA QUARENTENA #2- ADRIANA CALCANHOTTO

Conheci as canções de Adrix em 1990 nos intervalos musicais da TV Bahia, quando passava um pedacinho do clipe de Naquela Estação. Três anos depois veio Mentiras em Renascer e somente nove anos depois eu fui morar no Rio, onde definitivamente entendi a ambientação de tantas canções, em especial Inverno. Lembro que o CD Perfil dela tocava em fluxo contínuo em tudo quanto era lugar e, aos poucos, quando sobrava um trocado da bolsa, eu ia adquirindo um ou outro exemplar da vasta obra. Não sou fã incondicional, mas gosto de saber a história por trás das canções. Assim veio o segundo achado da quarentena, com ela toda humilde se apresentando e explicando o processo de criação:

"Oi, pessoal! Olá a todxs! Eu sou Adriana Calcanhotto fabricante de canções. Tô aqui no mundo da lua. Tô aqui conversando com vocês sobre canção, os motivos das canções, a feitura das canções e como elas mudam o mundo, mudam a vida da gente."

No vídeo de Cariocas, capturei uma poesia dos comentários, que segue abaixo com a devida permissão do autor:



PARA ADRIX (Márcio Torvano)

Ela é gaúcha Ela é bonita como uma praia carioca Ela tem ideias ensolaradas Ela gosta de liberdade Ela tem um olhar diferente Ela é diferente Ela sabe o caminho da estrada Ela gosta do simples Ela enxerga pedras Ela curte gente pela calçada Ela só queria uma camiseta Ela só queria ter tempo Ela só queria fazer uma canção Ela não queria conhecer os caretas Ela ama os loucos Ela não gosta de gente normal Ela enxerga beleza em tudo Ela gosta de sotaque no plural

ACHADOS DA QUARENTENA #1- ENEIDA QUEIROZ

Não restam dúvidas de que nesse momento nunca antes visto na história da minha geração, as redes sociais tem sido a principal fonte de distração e informação, sendo o Youtube minha TV Tube favorita. Considerando que tenho tempo de sobra a ponto de não saber o que fazer com "tamanha dádiva", dei uma chance a um vídeo que o Youtube ficou martelando na timeline e acabei interagindo bastante no que os fãs agora chamam de EneidaFlix. E como um assunto puxa outro, descobri no canal o projeto Traje Brasilis, que ela e outras historiadoras, ou amantes da manufatura das vestimentas do século 18 e 19, tem realizado. E senta que lá vem História!


terça-feira, 31 de março de 2020

FAÇA A SUA PARTE!


Nesta luta contra um inimigo invisível lembrei de uma historinha que recebi num curso. Parece mensagem de almanaque ou livro da família, mas é bem atual.

"Havia um trabalho importante a ser feito e TODO MUNDO tinha certeza de que ALGUÉM o faria.

QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fez.

ALGUÉM se zangou porque era um trabalho de TODO MUNDO.

TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo.

Ao final, TODO MUNDO culpou ALGUÉM quando NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito."

sexta-feira, 27 de março de 2020

IR É BOM, MAS VOLTAR É MELHOR!


"Adoro viajar na mesma proporção que eu gosto de ter um lugar para voltar. Minha casa é o meu descanso, o lugar onde me reconecto e onde estão as coisas materiais que tem um significado pra mim. Gosto do meu espaço, do meu canto para escrever e ficar só. Ter uma casa mantém certo equilíbrio na minha vida de viajante - viajo para desapegar, volto para manter os pés no chão." (Amanda Noventa - "Não comprei na Zara. Gastei na viagem")

terça-feira, 24 de março de 2020

NO DIA EM QUE A TERRA PAROU

"Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo o planeta
Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém"
(Raul Seixas)

Quando estou diante de um problema bem chato e de difícil solução costumo dizer a mim mesma "nada é o fim do mundo". E nada é mesmo! Sempre existe algo pior. Como disse um youtuber, o mundo não vai se acabar, todo mundo um dia vai morrer e o mundo vai continuar aí do mesmo jeito.

E eis que minha geração está vivendo pela primeira vez uma isolamento sem precedentes. Estamos todos conectados e deprimidos por não termos acesso ao que já faz tempo que não usufruíamos: o precioso contato humano.

Assim que foi determinado o primeiro toque de recolher pensei imediatamente em rever amigos queridos que há meses só  encontro no zap da vida. Planejei tudo até o momento em que me dei conta de que não dava pra acontecer nenhum encontro, nenhum abraço ou aperto de mão. Tenho agora tempo de sobra e não posso estar com os meus, porque todos estão levando muito a sério o motivo de força maior, os estragos que um simples vírus está causando no mundo.

Isso tudo me fez pensar em muitas coisas: em como gasto meu tempo, no que considero prioridade e em como, sem perceber, vou vendo minha rotina sendo devorada por uma sequência de tarefas que nunca bastam. Pensei também nas pessoas que já vivem isoladas ou naquelas cujas vidas são privadas de tudo o que o tempo e um trocado a mais no bolso poderiam proporcionar, no quanto essa pandemia lhes é indiferente.

Penso em como somos egoístas ao não obedecer regras simples e temporárias, e em como somos tolos em não aproveitar os dias bons para quando chegarem os dias maus não ficarmos no tédio e na murmuração. Penso que disso tudo devemos tirar proveito, refrear a ansiedade e mudar alguns pontos de vista para melhorar nossa relação com o mundo e com o próximo.


domingo, 8 de março de 2020

FELIZ DIA DA MULHER!

Mensagens de Dia da Mulher

“Por isso, a alma da mulher precisa ser ampla e aberta a tudo o que é humano; ela precisa ser cheia de paz para que as pequenas chamas não sejam apagadas por vendavais; ela precisa ser quente para que as sementinhas frágeis não se congelem; ela precisa ser clara para que as ervas daninhas não possam alojar-se em cantos e dobras escuros; reservada para que os assaltos de fora não ponham em perigo a vida em seu interior; vazia de si para que a outra vida tenha lugar nela; e, finalmente, senhora de si e de seu corpo para que toda a sua personalidade esteja preparada para atender a qualquer chamado.” (Edith Stein)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

AS MAIS "MAIS"!


Saiu na Rolling Stone que o  Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), divulgou uma lista que indica quais são as dez músicas mais regravadas na história do Brasil. Não duvido que essa lista, que faz parte permanente da minha playlist, permaneça inalterada em seus cantores/compositores por longos e longos anos.

Ary Barroso – “Aquarela do Brasil” (399 gravações) 
Pixinguinha e João de Barro – “Carinhoso” (389 gravações) 
Tom Jobim e Vinícius de Moraes – “Garota de Ipanema” (376 gravações)
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira – “Asa Branca” (304 gravações)
Luiz Bonfá e Antônio Maria – “Manhã de Carnaval” (276 gravações)
Tom Jobim e Vinícius de Moraes – “Eu Sei Que Vou Te Amar” (257 gravações)
Tom Jobim – “Wave” (238 gravações)
Tom Jobim – “Corcovado” (228 gravações)
Tom Jobim e Vinícius de Moraes – “Chega de Saudade” (228 gravações)
Tom Jobim e Newton Mendonça – “Desafinado” (216 gravações)

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A GENTE SE VÊ...NO YOUTUBE

Não é a primeira vez nem a última vez que escreverei aqui sobre comportamento nas redes sociais. Tem uma delas que não é mencionada, mas eu uso bastante e já reduzi minha participação por causa de respostas bizarras ou xingamentos de seres estranhos que deduziram muito sobre mim por causa de alguns meros caracteres.

Um comentário clássico que li em 2019 foi: "alguém assistindo/curtindo/ouvindo em 2019?", sem falar do "algum brasileiro curtindo?" e aí assina a cidade e o estado, como se fosse uma carta. Tem horas que só falta o CEP, e olha que os mais empolgados deixam até o telefone. Sobre o primeiro comentário, o campeão de todos, o encontrei também em inglês e espanhol, o que me levou a deduzir que deve ter sido cópia de algum intercambista.

Engraçado é o nível de compaixão para com os mais carentes. Vi esse abaixo em um vídeo postado há 4 anos e não acreditei:

Em seguida, vieram os solidários dando "oi", "2019 também" e o mais íntimo "oi chará". Não à toa, dados comprovaram que a terceira pergunta mais feita ao Google no Brasil em 2019 foi "como fazer que as pessoas gostem de mim".


Isso mostra o que os especialistas já sabem, que muitos contatos não significa interação, que a melhor foto não diz muito sobre o perfil, que mesmo construindo pontes estamos ainda ilhados e fazendo de muitos Wilson nossos pseudo amigos.