segunda-feira, 4 de maio de 2015

AQUI E AGORA (I)


Adaptado ou submisso?

Mudança, adaptação, flexibilidade: Vá! Volte! É hoje! É amanhã! Como viver o aqui e agora em meio a tantas indefinições? Pensava eu que emprego público era coisa certa, certinha e estável. É estável sim, financeiramente falando, mas a rotina passa por intempéries, dias de sol, nevascas e brisa suave. Em meio ao caos, direitos revogados e insatisfação geral,  mais uma greve foi deflagrada. O ano já está em maio e há muito tempo me esqueci do que é o ciclo da carreira de professor que escolhi.

Vivi 11 anos nas universidades, passei por greves e altos e baixos. Corri muito para não atrasar a conclusão de meus cursos. Agora que estou do outro lado, é complicado mostrar ao aluno que a educação pública ainda vale a pena, que ele não terá prejuízos, que no final tudo vai dar certo.

Vivo entre a estabilidade e a inconstância e isso ainda é muito, muito complicado pra mim. A agenda pessoal se dilui, fica sujeita a alterações, igual aos voos da minha última viagem de férias. Cada check-in era uma surpresa: alteração, cancelamento, mudanças sem fim de portão, falta de avisos, troca de aeronave, rotas inesperadas. Acho que eu já devia ter aprendido a não confiar no serviço prestado. Acho que eu já devia ter me adaptado.

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