terça-feira, 31 de dezembro de 2013

BELÍSSIMO ANO NOVO


 É só um zero hora que vira 00:01 a.m, mas todos querem comemorar um ciclo que se fecha, fazer planos e cair na gandaia, nos abraços e nos beijos comemorando o ano que chegou. Mesmo que fujamos, sempre nos rendemos a sonhar mais uma vez que "daqui pra frente tudo vai ser diferente", e muita coisa boa vai acontecer "mesmo com o todavia, com todo dia, com todo ia, todo não ia, a gente vai levando" essa vida. Ainda bem que pra ganhar belíssimo ano novo não tenho que fazer listas de boas intenções, como me adverte o poeta, e sim fazer por merecer, manter o que conquistei, honrar o que ganhei e continuar melhorando. E é com essa bela canção (versão) de Guilherme Arantes e com o sorriso de Bebê João que termino o ano com um coração plenamente agradecido ao Senhor por tudo aquilo que me proporcionou no ano que finda: saúde, família e amigos cá bem perto ou espalhados por aí!

Manhã que rompe
Primeiros raios
Primeiro canto
De ave ecoou
Ouve esse canto
Louve esses raios
Por todo canto o amor despertou
Jardim regado
De sol dourado
A natureza criança acordou
Por todo o campo
Brilhos de orvalho
Molham os passos do criador
Dia nascendo
Deus acendendo
A luz desse tempo
Que começou
Que se levante
Por toda parte
O sol de todos
Que a gente sonhou

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

ONLY YESTERDAY


"Tomorrow may be even brighter than today
Since I threw my sadness away
only yesterday."
(The Carpenters)

domingo, 15 de dezembro de 2013

AS TIME GOES BY


Tiago e André

"Mas os momentos felizes
Não estão escondidos
Nem no passado e nem no futuro." 
(Marina Lima)

A vida comum, as tarefas domésticas, o tempo para sentar e observar o crescimento de Cristina (minha nova gata), ver Félix (porque ninguém assiste Amor à Vida): coisas comuns, muito simples, bem cotidianas que me atraem enormemente quando estou estressada, estafada, voltando para apagar a luz que já foi apagada.

Fuçar músicas e coisas fúteis, rezar, assistir ao jornal da TV e às séries favoritas do momento, fazer as unhas com calma, testar uma nova receita, conseguir fazer um novo exercício desafiador no pilates, ouvir e falar com os amigos tem sido as coisas mais desejadas por mim nesse fim de ano, coisas que o tempo gasto no trabalho e na preparação deste me tiram e das quais sinto muita falta, falta de fazê-las com tempo, sem pressa.

Costumo falar às minhas primas: nossas mães tiveram trabalho braçal e nós temos o trabalho intelectual, que cansa tanto a mente e se reflete no corpo. E é justamente quando posso fazer algo como tantas pessoas fazem para manterem suas casas funcionando que me sinto útil e feliz: útil por ajudar na vida em comunidade e feliz por viver o momento presente, ainda que seja repetitivo comprar o pão de cada dia.

domingo, 1 de dezembro de 2013

VOYAGE, VOYAGE


"Au dessus des capitales, des idées fatales, regarde l'océan...
(Desireless)

Dizem os bons conselheiros: "quer conhecer uma pessoa? Viaje com ela!". Acredito mesmo nisso, pois durante uma viagem os comportamentos são testados e, a depender das condições (fome, cansaço, sede, stress), muitas reações podem ocorrer. Que estar em grandes grupos é um teste de paciência para mim, isso quem me conhece sabe de cor. Junte-se a isso cólica, chuva e alagamento, adolescentes loucos por shopping ao redor, demora para conseguir garantir o alimento para todos, telefone tocando sem parar, confere aqui, procura ali, muitas decisões para tomar coletivamente ou individualmente (pausa para contar até 10...).

Apesar disso tudo, por estar do outro lado me senti grata aos meus orientadores que me proporcionaram há tempos atrás o que eu quis proporcionar aos meus pupilos que estão apenas começando a ver o mundo acadêmico e me obedeceram direitinho (ai de quem não o fizesse,rs). Mas como sou a rainha do planejamento e da organização, botei em prática os planos A e do restante do alfabeto e consegui escapar para estar com poucos (ufa!) e partilhar, comer bem, ler e ouvir novos artistas. Fica a lembrança da Av. Oceânica "cativa" em Ondina, de onde pude limpar a vista vendo o mar todos os dias e tomar café imaginando como seria se eu estivesse no Pestana (ainda fujo pra lá!).

Como diz mainha: "viajar é bom, mas voltar é melhor ainda!". Chegar em PA com o pôr-do-sol dando as boas vindas não tem preço; e com painho me esperando com aquele abraço, aí é que não tem preço mesmo! Apesar de toda a responsabilidade requerida, que venham as próximas missões!!!


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

PODRES PODERES


Enquanto os homens
Exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais


 Eu quero aproximar
O meu cantar vagabundo
Daqueles que velam
Pela alegria do mundo...
Indo mais fundo
Tins e bens e tais!
(Caetano Veloso)

sábado, 16 de novembro de 2013

MARRIAGE

 

O casamento foi há 24 horas, mas a casa ainda está cheia. É criança correndo, é vizinho, é parente, é a primaiada toda junta num jogar conversa fora que não acaba mais! É churrasco, é o resto de festa, é banheiro pra limpar, casa pra tentar manter, gente para atender, pratos intermináveis para lavar.

Me recolhi porque não tenho pique! "Sou de outra geração!" foi o que falei a minha mãe e às minhas tias que, mesmo após terem os filhos, parecem adolescentes querendo curtir a festa até o último instante. Após uma semana de preparativos, dias com os segundos contados e agendados, milhões de itens para conferir e adquirir, sem falar os "que bom que vc veio!", "sejam bem-vindos!", "garçon, sirva aquela mesa", "fulano, pode liberar os drinks", eu não aguento mais nada. Mas acabei de ouvir do meu quarto minha mãe avisar ao povo: "quem quiser, tem macaxeira saindo quentinha!"

Ufa!Não vejo a hora de tudo estar limpinho e no devido lugar, com todo respeito aos que vieram de longe ou de perto! Definitivamente, tá na hora de morfar!!!

domingo, 10 de novembro de 2013

SOB CONTROLE

 
Decalcomania (1966) - René Magritte
 "Para termos novamente o controle, às vezes precisamos abandoná-lo." 
(Episódio 3x04 - Revenge)

Deixar pra lá, esquecer, abandonar... quando conseguimos uma vitória com muito esforço sempre são exaltadas a dedicação e a persistência. Mas há coisas em que o esforço soa como anti-natural, como algo forçado, meio que obtido por osmose. Na osmose, o solvente passa do meio menos concentrado para o mais concentrado através de uma membrana semi-permeável. Diz o ditado que água mole em pedra dura tanto bate até que fura... humm, nem tanto assim!

A persistência serve para muitas coisas e fazer as coisas até o fim forja a maturidade. Completar tarefas sempre me dá prazer, muito mais que iniciá-las. Aprender que nem tudo se resolve, se conclui, se conquista ou se encerra é algo que hoje procuro encarar sem dramas. As tempestades, de fato, após 3,5 décadas não se formam mais em copos d'água, as feridas não se reinflamam mais só com um leve toque. Até mesmo a tecnologia tem sua sabedoria quando diz "não foi possível completar a sua ligação" e nos faz esperar mais um pouco.

Obras inacabadas também tem valor, diários incompletos também são publicados e, como canta Beto Guedes, abelha fazendo mel vale o tempo que não voou. No fim de sua vida, a famosa escritora Clarice Lispector doou-se por inteiro e escreveu até a véspera de sua morte a obra Um Sopro de Vida, de onde extrai essa pérola, que me ensinou que desistir, às vezes, é mais prudente do que insistir.

"Saber desistir. Abandonar ou não abandonar — esta é muitas vezes a questão para um jogador. A arte de abandonar não é ensinada a ninguém. E está lon­ge de ser rara a situação angustiosa em que devo de­cidir se há algum sentido em prosseguir jogando. Serei capaz de abandonar nobremente? ou sou daqueles que prosseguem teimosamente esperando que aconteça al­guma coisa?(...) Eu não quero apostar corrida comigo mesmo. Um fato."
 

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

MOTO-CONTÍNUO


 "Eu sempre sonho que uma coisa gera,
nunca nada está morto.
O que não parece vivo, aduba.
O que parece estático, espera."
(Adélia Prado)

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

EU SOU NEGUINHA?

"é o que parecia
que as coisas conversam coisas surpreendentes
fatalmente erram, acham solução
e que o mesmo signo que eu tento ler e ser
é apenas um possível e o impossível
em mim, em mil, em mil, em mil, em mil
e a pergunta vinha:
eu sou neguinha?"

(Caetano Veloso)

Quem mandou a menina lá de Itabuna cantar essa música no The Voice e o povo "das cadeiras" não virar? Letra comprida e cumprida com rigor, a candidata toda nos trinques, o maior vozeirão e nada! A plateia daqui de casa só faltou jogar ovo, tomate podre nos jurados, pra não falar do que xingou de abestalhados, tapados, etc. Infelizmente, valoriza-se mais o que vem de fora, como R&B, Rock e as Beyoncé da vida, e a brasilidade fica só no discurso.  

Agora estou eu aqui com um monte de notas musicais impregnadas na minha cabeça, já ansiosa pelos combates que começam semana que vem! Que vença o melhor, ou o que a gravadora e a Globo preferirem!

sábado, 26 de outubro de 2013

BOLSA-WHISKAS



Recentemente, com a casa ficando mais vazia, só tem restado o início de tudo, Farturinha (que só falta falar) e os gatos agregados. Comentários do tipo: "Eita, gata besta!", "Ei, seu maluco! Não bata na sua irmã!", "Vamos virar sócios da Whiskas" são comuns, por conta de Branquinha e Raposinha, nomes melhores dados pelo meu pai às irmãs de Farturinha, novamente frutos do abandono de Miséria. Eu prefiro chamá-las de Miserinha e Penurinha, porque são a réplica da primeira geração de gatos em reabilitação que apareceram na laje do "almoxarifado" de painho.

Que meus pais são uma resenha, isso quem convive já sabe. Aparentemente, pessoas sérias, educadas, polidas, mas quem um dia assistir TV ou passar a frequentar a casa para um cafezinho sabe que vai dar muita risada e ouvir muitas histórias. Que o digam Alan, Juanita, Luan e cia, que já foram incorporados ao clã de comediantes não descobertos. Logo, comentários como esses citados acima são comuns, e até acho que os vizinhos não entendem nada e me divirto atiçando a curiosidade alheia.

Voltando aos felinos, entre os gatos agregados estão um siamês (que só pode ser o pai das gatinhas), um pretão fofo de olhos verdes e outro que é o maior gato que já vi ao vivo, nomeado por todos nós de Fofão. Eles ficam transitando entre o nosso quintal e o telhado da vizinha, sempre dispostos a pegar uma briga feia (de voar tufos de pelos) com nosso gato-mor e comer a ração que damos para as menores abandonadas. Não bastasse toda essa trupe, apareceu essa semana um gato cinza enorme, gordo, de olhos azuis e pelo macio. Meu pai, correndo o risco de levar umas unhadas, já tratou de pegar o gato para me mostrar e minha mãe logo alertou na maior tranquilidade: "esse gato é gordo, esse gato não é besta, tá bem querendo passar férias aqui em casa". Dei muita risada e só me restou cantar:

"Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás."
(Chico Buarque)

PS: Se Fartura já se estressa com as irmãs, imagine o UFC que vai acontecer quando ele cruzar com o novo encanto de meu pai. Rifocina pra que te quero!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

MEMÓRIA

"Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão".
(Carlos Drummond de Andrade)

Abricó-de-macaco / Jardim do Museu da República -RJ

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

GET LUCKY in BOSSA NOVA

Não é novidade que a Bossa Nova influencie artistas até hoje, sejam eles dos mais diversos gêneros. Só não imaginava que Get Lucky caísse nas graças desse grupo e ganhasse uma versão lounge tão gostosa de se ouvir.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

UM SOPRO DE VIDA

"Eu queria escrever luxuoso. 
Usar palavras que rebrilhassem molhadas e fossem peregrinas. 
Às vezes solenes em púrpura, às vezes abismais esmeraldas, às vezes leve na mais fina seda rendilhada." 
 (Clarice Lispector - Um sopro de vida)

domingo, 29 de setembro de 2013

ABRAÇAÇO

Apoio, endosso e abraço essa terapia maravilhosa, cujo partner necessário ao conjunto do tratamento independe do gênero. Tem gente que não sabe abraçar! É tão estranho e engraçado! A pessoa vai toda espontânea e o outro o recebe feito um bolo torto, desnivelado. Como diz minha irmã: é uma invasão na kinesfera do outro, rs. Mas quando há receptividade, é uma comunhão, uma troca que cura! Por isso: ei! hoje eu mando um abraçaço!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

FINO T(R)ATO


"Etiqueta é a pequena ética de cada dia." (Glória Kalil)

Cheguei mais cedo em casa e nem curto muito o Encontros, mas essa frase valeu por todo o programa de hoje, cujo tema foi relacionamentos com colegas de trabalho. As principais reclamações foram sobre grosseria, omissão e displicência. Lembrei dos meus expedientes nas poucas escolas e universidades que passei, e a cada enquete do programa minha listinha crescia sobre o que mais vi e vejo em ambientes de trabalho:

# Fofoca: a rádio fofoca ou rádio corredor é mais acessada que facebook. É um tal de quem pegou quem, quem ferrou quem, quem se deu mal que Deus me livre! Às vezes me sinto no coliseu, vendo as pessoas serem devoradas pelos leões.

# Celular: esse aparelhinho até poucas décadas atrás era pura ficção científica, mas virou algo onipresente. O pior é que esse trocinho tá cada vez mais equipado e nas reuniões só se vê nego regendo orquestra (movimento coordenado de touch screnn) ou conversando com o vento e um fone eternamente agarrado no ouvido. Mais parecem executivos fazendo grandes negócios! Faço ideia que também se leva o amigo de todas as horas para o setor escatológico da instituição, já que não se pode viver sem ele.

# Internet: não sou jurássica, mas acompanhei a chegada da internet e a febre só piorou depois das redes sociais, que ganhou de lavada do extinto msn em recursos e artifícios para passar/matar o tempo.Quem rendia pouco passou a render muito menos e a fazer mais caras e bocas diante do computador. 

# Comida: a hora do lanche é a mais legal, a mais animada. Pessoas vão tomar café e simplesmente entram em um portal secreto que há na copa, só pode!

# Atrasos: ninguém merece travar uma reunião com mais de 20 pessoas, porque uma resolveu desaparecer e quando chega, ainda traz a tarefa incompleta. São dois pesos, duas medidas! "Puxe o saco do chefe e terás a vida ganha" deve ter sido o conselho que essas pessoas receberam de algum livro de mantras empresariais. Infelizmente, tenho aprendido que não adianta se estressar, porque ninguém é punido no final.

# Omissão: uma pessoa omissa, relaxada e descompromissada não rende e ainda trava todo um sistema. A falta de comprometimento, o despreparo e a preguiça aliadas fazem um estrago danado que dá nos nervos!

Mas, como diz uma colega soteropolitana quando o circo pega fogo: relaxe! Pra quê se estressar? Você vive no Brasil e no final tudo acaba em carnaval!


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

PLÁGIO É CRIME!

Também concordo! Esse recadinho de encher os olhos estava no canto inferior direito de um site que oferece consultoria em trabalhos acadêmicos, ou seja, vende monografias, TCC's e similares. A julgar pelo erro sutil, imagine a qualidade do produto oferecido!



PS: O crime foi tão inafiançável que atualmente a página está suspensa por usar indevidamente a sigla ABNT. Eles alegam que "estaremos fazendo" uma transição para um novo SITE.

sábado, 14 de setembro de 2013

REALEJO

Há muito tempo não tenho mais paciência para melodramas  e tenho preferido os vilões aos mocinhos, mas um versinho bobo vez ou outra sempre me atrai. Vi esse aqui em uma camiseta do grupo O Teatro Mágico e achei bem pertinente, apesar de achar que seja dito popular de domínio público.

"Os opostos se distraem e os dispostos se atraem."


Isso me lembrou outro dito que contraria o princípio da atração eletrostática, afirmando que "os opostos se atraem, mas os iguais permanecem juntos". Em uma era de tantas opções, onde quase todos vendem seu peixe em fotos e frases nas redes sociais, as diferenças ficam disfarçadas. Aparentemente, quase tudo se resolve a partir do status e do catálogo de informações disponível. Se por uma lado é fácil descobrir coisas básicas sobre o outro, a ilusão logo é desfeita ao conhecer o personagem em carne e osso, ao sentar-se à mesa e ver os hábitos, ao ouvir aqueles erros gritantes de português e aquele perfume difuso no ar, isso para não falar da música que lhe aguarda no rádio do carro. Tirando esses detalhes coletados das histórias que acompanho dos meus amigos, mesmo que tudo funcione há de haver muita disposição e um sim a cada dia, a compaixão solicitada a Drão por Gil e uma certeza que lhe faz afirmar: "vale a pena!". Há quem diga que o amor tudo suporta...quem falou isso tratou logo de trocar de parceiro na primeira gafe.

PS: Fiquei curiosa sobre os realejos e achei essa iguaria sendo produzida em um atelier na França. Só é escolher o modelo e viajar no "amor da musiquinha" (assim chama meu priminho um porta-joia musical que ganhei em forma de coração).

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

FAZER DA QUEDA POESIA

Quando eu era criança caía muito. Caía tanto que ficava tentando entender como se dava a queda, em que instante e porque sempre atingia mãos, joelhos e cotovelos. Eu caí porque corria...corria mal, mas corria. E tropeçava, criança estabanada e voadora que era, em qualquer pedra minúscula.

O tempo passou e eu nunca, mas nunca mesmo consegui explicar o que se passa nas frações de segundo de uma queda para causar tanto hematoma e rasgos e esfoliações e, e, e etc. Só sei que ontem eu caí feio, em um rigoroso exercício de Pilates e o que era para ser meu momento "eu me amo e cuido de mim" se transformou em pontos na cabeça (02 apenas) e hematomas que se formaram muito rapidamente. Eu fugi, fiz de tudo, argumentei que tinha um ótimo fator de coagulação, que minha pele possuía capacidade exemplar de cicatrização, mas a cada NÃO de quem me examinava, eu tive que aceitar o fato. E lá fui eu com aquela cara de criança emburrada, preparando o discurso para o médico ou a super-enfermeira que viesse querer se vingar do baixo salário em minha madeixas.

E aqui estou ilhada, após lágrimas e resíduos sanguíneos já desencarnados das roupas em pleno meio de semana, desmarcando os compromissos da agenda cheia. Já terminei de ler um livro, já lavei pratos para o corpo não ceder à manha das dores, já alimentei Farturinha, já retornei telefonemas e acabei vindo aqui tentar resolver a vida pelo email. Desocupada que estou, fui buscar uma letra de música no google e terminei por brincar de mais uma invencionice do mundo litero-virtual: poesia do google! O trecho original, que não cheguei a completar, era "sou então cidade fortificada", em alusão ao livro de Jeremias, a qual não achei de jeito nenhum, mas o que o google sugeriu serviu de estreia nesse estilo de compor. Agora é só descansar e deixar a dor passar.





             

domingo, 1 de setembro de 2013

NA LEITURA DAS HORAS

"Nossa vida é mais feita pelos livros que lemos do que pelas pessoas que conhecemos” 
(Graham Greene)


Retificando e modernizando: minha vida lecionária é feita pelos livros que descubro nos sebos da vida ou que me são indicados pelos amigos, motivada pelos podcasts maravilhosos que me inspiram a compor, pelos torpedos sintéticos, pelos blogs maravilhosos que acompanho aqui na lista de leitura.São alegriazinhas que somadas à existência dos amigos tornam minha vida mais light!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

BAZINGA!

Aluna (inconformada após uma prova): Professora, eu não acredito que eu vou repetir o período por causa de química! Eu não consigo ver nenhuma aplicação nessa disciplina.

Eu (estupefata): É mesmo? Tem certeza? Vc acabou de fazer uma prova que fala do oxigênio que você respira. Sabia que ele tem átomos? Tinha também uma questão sobre a água sanitária e várias coisas do cotidiano e você não consegue associar assim nada mesmo com a sua vida?

Aluna (convicta): Eu consigo entender tudo de Álgebra Linear, mas não consigo entender nada de química. Eu até tirei uma nota boa em álgebra.

Eu (aturdida): Pôxa! Você tem um grau de abstração incrível para conseguir ver sentido assim já de primeira em vetores e vários símbolos, coisas que realmente você nunca viu na vida.

Aluna (argumentativa): Pois é, professora! Eu não consigo.

Eu (já ouvindo e falando pausadamente): É...infelizmente você precisa dessa para fazer outras mais pesadas...

Aluna: ... (permaneceu sob o amparo de um colega inconformadíssima).

PS: Acho que essa seria a cara do Sheldon do The Big Bang Theory ao ouvir fabuloso relato!



terça-feira, 6 de agosto de 2013

E O TEMPO ESCORRE PELAS MÃOS...


"Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro."
(Zeca Baleiro)

 As folhas do calendário passam cada vez mais rápidas e isso me assusta, como me assusta. De semana em semana tudo passa depressa, e logo já é o mesmo feriado de novo, o aniversário das pessoas queridas,  a lembrança do que passou e de quem se foi. E daqui a pouco já é ipê de novo! Ufa! Ver pessoas que conheci ainda criança me enviando o convite de formatura me faz lembrar que a vida é bem breve, como fala o salmista (89/90):

 Pois mil anos para vós são como ontem,
qual vigília de uma noite que passou.

Eles passam como o sono da manhã,
são iguais à erva verde pelos campos:
de manhã ela floresce vicejante,
mas à tarde é cortada e logo seca.

Ensinai-nos a contar os nossos dias
e dai ao nosso coração sabedoria! 

"Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!"


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

LEMINSKI # 2

"Depois de muito meditar
resolvi editar
tudo o que o coração
me ditar."

(Paulo Leminski)



terça-feira, 30 de julho de 2013

O PAPA É POP!



Respeitado por muitos e renegado por outros tantos que não reconhecem a importância de um líder religioso de sua magnitude, é indiscutível o impacto das mensagens de amor e paz, das instruções apostólicas deixadas pelo Papa na Jornada Mundial da Juventude. Não pude acompanhar tudo, mas deixo aqui lições da vida desse grande homem publicadas na Edição Especial da Época.

1) Viaje leve pela vida: fala do desapego tão necessário em tempos de consumismo desenfreado.
2) Dê importância aos valores: trata da lições que levamos de casa para nossa vida em sociedade.
3) Cultive as relações pessoais: gaste tempo com seus amigos, olhe nos olhos e escute o seu próximo.
4) Frequente a rua: saia do ninho, da sua zona de conforto e abra-se a conhecer a realidade do outro; faça comunhão e seja unidade.
5) Seja comum e extraordinário: viva entre os simples e seja você mesmo.
6) Cultive a diferença: deixe de olhar só para sua vida e aprenda com o jeito alheio de ser.
7) Valorize a família: valorizar os amigos e a família é coisa básica, mas nem todos tem ainda essa consciência.
8) Não tenha vergonha de ser humilde: cultive o simples e não aferre-se ao luxo somente.
9) Reconheça seus defeitos: quando isso acontece compreendemos melhor o outro.
10) Cuide de seus amigos: sem muita coisa se vive, mas sem amigo tudo se torna mais difícil.

sábado, 20 de julho de 2013

LEMINSKI # 1


Hoje é dia do amigo e por causa de uns amigos amantes de Leminski cheguei saudosamente a essa poesia, a qual transcrevo em homenagem às minhas amigas Geovanna (que partiu muito cedo e deixou uma saudade imensa...) e Marisinha (amiga de todas as horas), com quem partilhei muito Drummond, Vinícius, doces e músicas nos tempos dourados da UFS.

A LUA NO CINEMA

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor
que até hoje a lua insiste:
— Amanheça, por favor!

domingo, 7 de julho de 2013

FIAT LUX

" é o pássaro que sente a luz e canta quando a madrugada é ainda escura. " 
(Rabindranath Tagore)


terça-feira, 2 de julho de 2013

A NOVIDADE VEIO DAR À PRAIA


A novidade veio dar na praia, na Bahia, no rádio, no iPod desde 29 de Junho de 1942. Em plena guerra, nascia um dos novos baianos, mutantes da música brasileira, ativista e de uma voz viva e única. Quando criança, ele disse para a mãe que queria ser "musqueiro" e acabou tornando-se cantor e compositor de melodias inegraváveis (acabei de pegar carona em musqueiro), por serem de uma harmonia irrepetível na voz de seus poucos vãos imitadores. Perdoem-me a carência de memória, mas raras vezes ouvi alguma regravação de Gilberto Gil. Vai ver, ninguém se arrisca e deixa as honras da casa sempre para o mestre!

Mudando de assunto, uma noite dessas ia subindo as escadas quando ouvi mainha, já deitada, me chamar pra dizer: já viu a lua? Nem era cheia e amarelona surgindo do cânion, e sim uma lua tímida que minguava no horizonte. Mas era a lua...Painho também tem essa mania: já viu a lua hoje? Costume ou mania, me acostumei a buscar a lua antes de dormir, me esgueirando pela janela, catando um pedaço de céu onde ela esteja. Vai ver eles também seguem o conselho do mestre Gilberto Gil:

O luar
Do luar não há mais nada a dizer
A não ser
Que a gente precisa ver o luar

Já que existe lua
Vai-se para rua ver
Crer e testemunhar

O luar
Do luar só interessa saber
Onde está
Que a gente precisa ver o luar

02 DE JULHO

"A Bahia, estação primeira do Brasil." (Caetano Veloso)

Temos que dar o braço a torcer e concordar que o baiano é uma gente que sabe viver e fazer festa. Entre o o axé e o sincretismo, lá é notório perceber que cultura afro resiste e basta uma visita ao Pelourinho ou a vista das inúmeras igrejas para tomar um banho de história. Hoje é o dia da Independência da Bahia, o 02 de Julho histórico de 1823, e pelo relato abaixo evidencia-se a autenticidade dos baianos, tão enfatizada por meu amigo carioca Leandro.

Na Bahia, a luta pela Independência veio antes da brasileira, e só concretizou-se quase um ano depois do7 de setembro de 1822: ao contrário da pacífica proclamação às margens do Ipiranga, só ao custo de milhares de vidas e acirradas batalhas por terra e mar emancipou-se de Portugal, de tal modo que seu hino afirma ter o Sol que nasceu ao 2 de julho brilhando "mais que o primeiro".

Hoje o Hino ao 02 de Julho é mais que atual, diante do cenário de manifestação pela redemocratização do país, e concluo desejosa de que negros e brancos, mestiços e pardos entoem ao som do Olodum cada vez mais ritmado:
Nasce o sol a 2 de julho
Brilha mais que no primeiro
É sinal que neste dia
Até o sol é brasileiro
Nunca mais o despotismo
Regerá nossas ações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações
Nossa pátria hoje livre
Dos tiranos não será


sábado, 29 de junho de 2013

QUEM SOMOS NÓS?

"Quem somos nós, quem é cada um de nós se não uma combinação de experiências, informações, leituras, de imaginações? 
Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado em todos os modos possíveis."
(Italo Calvino, "Lezioni Americane")

domingo, 23 de junho de 2013

VIRANDO A PÁGINA

Sempre é cedo para descobrir publicações interessantes e por causa do feriado-recesso forçado e enforcado, pude ler duas revistas brasileiríssimas maravilhosas: Brasileiros e Piauí. Reportagens curtas, médias e longas sem delongas me trouxeram um pouco de tudo: política, atualidades, arte, cotidiano, música, história, mundo virtual, prosa e poesia. Como me disse um dos emprestantes: essa revista é para poucos! (mas devia ser para muitos).

De resto, ganhei a grata surpresa do Blog de Culinária Transcendental inusitado e do Canal de Músicas Zuim, ambos da revista Piauí. O layout do blog supera o impensável para algo do gênero e nesse momento, docemente aturdida pelo conteúdo ímpar do Zuim, escrevo esse post. Quase no fim, uma mostra de poesia de um escritor que não conhecia e a certeza de que coisas imprevisíveis e refúgios frívolos podem preencher a cinza das horas.


Você sofria de amor, quem não via? Casta e recatada como a ilha em face da pousada, você lia, você sofria, você amava. Ou quem sabe nem amava mais, tão exausta andava, mal caminhando até a praia. Com o mar a morrer-lhe aos pés, você não lia, não sofria, não amava. Você pousava. 
(Airton Paschoa)

quinta-feira, 13 de junho de 2013

ORA PRO NOBIS


 Eu tenho um jardim e uma canção
Vivo feliz, tenho amor
Eu tenho um desejo e um coração
Tenho coragem e sei quem eu sou
Eu tenho um segredo e uma oração
Vê que a minha força é quase santa
Como foi santo o meu penar
Pecado é provocar desejo
E depois renunciar
Não falo pelos outros
Só falo por mim
Ninguém vai me dizer o que sentir
Tenho jasmim, tenho hortelã
Eu tenho um anjo, eu tenho uma irmã

(Renato Russo)
 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

PARA SE LER UM GRANDE AMOR

Quem quer viver um amor
Mas não quer suas marcas, qualquer cicatriz
A ilusão do amor
Não é risco na areia, é desenho de giz

Campanha Estante Virtual 2013
E o que vou sonhar
Só querendo escapar à dor?
Quem pode querer ser feliz
Se não for por amor?
(João Bosco)

segunda-feira, 10 de junho de 2013

ANTES DA MEIA-NOITE

Após o sucesso de Antes do Pôr-do-sol e Antes do Amanhecer, acaba de ser lançado Antes da Meia-noite. Os fãs de Jesse e Celine devem estar eufóricos, assim como eu (nessas horas que falta me faz morar numa capital!),  para ver como eles ficaram e assistir a mais uma sessão de diálogos e, provavelmente, a um filme romântico sem cenas de amor ardente minuto sim, segundo não.


Dos filmes da série, esse é o mais próximo da vida real, onde existem dissabores, contas a pagar e filhos a educar. Portanto, aos românticos de plantão na semana mais paixonite do ano, aconselho que escolham outra opção mais açucarada, porque segundo a queixa de uma colega frustrada  por ter ido com o maridão ver o filme anterior: "não era romance...eles só conversavam!".

sexta-feira, 7 de junho de 2013

MINHA CASA, MEU GATIL

Minha casa tem ímã para os felinos, não tem jeito! O gato apresentado na imagem abaixo está levando uma bronca por passear nos móveis durante sua curta passagem no Gatil Rodrigues. Tivemos que aplicar medidas disciplinares a Abandono e transferi-lo para um outro lar, onde toda a carência dele pudesse ser acolhida e curada. Não faz muito tempo, soubemos que está muito bem na companhia e mimo do pai adotivo e que anda bem roliço e com o pelo lustroso.



sexta-feira, 24 de maio de 2013

MARAVIDA

Após 03 dias escutando "vida, vida, vidaaaa" e por amor à minha vida e aos meus ouvidos e lucidez, busquei saber o que o povo anda achando dos gritos e tremidos de Daniel na abertura de Amor à Vida. Não sou noveleira, mas em casa que tem noveleiro a gente aproveita pelo menos a trilha sonora que escuta involuntariamente. Se minha outra irmã, que também não é noveleira, estiver por perto coitado de quem estiver assistindo! São comentários do início ao fim e é claro que rolou um apelo estilo: coloca no mudo quando passarem as vinhetas que eu não aguento mais esse refrão, porque um é suficiente, dois são insuportáveis e três é de cortar os pulsos!

A música da abertura é de Gonzaguinha e foi gravada por Maria Bethânia em 1981 e os fãs de ambos sabem que a combinação desses dois é como café com leite, queijo com goiabada, flavonóides e vinho. Para meu deleite e consolo, já está circulando campanhas no Twitter (TIRA, TIRA, TIRA) e a versão da musa tá bombando no Facebook. O poder que as redes sociais tem hoje é inquestionável, mas antes disso o público por telefone, email ou consulta popular já conseguiu mudar os temas de abertura de outros folhetins há uns poucos anos atrás. Mesmo escondida aqui no blog e longe das redes sociais vou ficar na torcida por uma mudança imediata! Só espero que Walcyr Carrasco não resolva fazer jus ao seu sobrenome e mantenha a tortura auditiva diária das nove.



domingo, 12 de maio de 2013

PARIS-MANHATTAN

O título desse post e desse filme é composto pelo nome de dois locais muito conhecidos e cenário de inúmeros filmes. O filme foi gravado em Paris, mas se concentra na "vida nossa comum de cada dia" dos personagens e quase nunca em paisagens deslumbrantes da cidade luz. No continente à esquerda está Manhattan, local quase unânime dos filmes de Woody Allen, cuja filosofia está entranhada na vida e nas decisões da protagonista.

Alice é uma mulher bonita e apaixonada pelo seu trabalho como farmacêutica, seu único problema é que continua solteira. Ela se refugia do mundo com a paixão por Woody Allen, chegando ao ponto de recomendar seus filmes às pessoas que procuram a farmácia em busca de algum medicamento e até mesmo conversar com o diretor, em seus pensamentos. A família de Alice insiste em lhe arranjar pretendentes, mas ela constantemente ignora os apelos da família para que se case. No entanto, o encontro com Victor pode mudar a sua vida. Fica aqui a dica de um filme lado B embalado por Bewitched na voz de Ella Fitzgerald!


sábado, 11 de maio de 2013

CASAMENTO OU EVENTO?


 “Os atos litúrgicos perdem a força quando se tornam eventos sociais. Um exemplo é o casamento. Muitos casam porque querem a benção de Deus, mas esse desejo às vezes parece escondido. Em algumas Igrejas a cerimônia mais parece uma disputa entre a roupa da noiva e a das madrinhas.”
(Papa Francisco)

Essa frase do Papa Francisco foi divulgada no Fantástico, logo após a cerimônia que o consagrou de fato. Gostei demais da postura dele em relação ao tema, porque ultimamente os casamentos na Igreja Católica viraram um evento mais para baile de 15 anos do que propriamente uma união entre dois seres ditos adultos. Já faz um tempão que quero escrever sobre isso. Então, vamos lá!

# O primeiro problema é que muita gente "acha bonito" casar na igreja, como se fosse um ritual, uma tradição indispensável para compor o álbum de casamento. Para que se casar na igreja se os noivos não frequentam (que dirá participarem!) a igreja a não ser em aniversário, batizado e casamento? Já não bastam as fotos dos milhões de álbuns do facebook, ficam fazendo caras e bocas durante a celebração e inventam um verdadeiro ritual de mau gosto, muitas vezes.

# Infelizmente, o atraso faz parte da nossa cultura. Os noivos deveriam pensar nos convidados e em todo mundo que se organizou para estar no local na hora certinha. No último casamento que fui, cheguei na hora e...fiquei uns 15 min rezando e vigiando a igreja e a decoração. Noutra ocasião, fui ao casamento de uma amiga, a qual alertou a todos: cheguem pontualmente! Eu só entendi o porquê porque cheguei 10 min antes e o noivo foi lá devolver o cheque ao padre, para então se organizarem e entrarem na igreja na hora exata impressa no convite. O padre cansado dos atrasos dos noivos criou essa medida e não é que deu certo? Depois ainda tem gente que acha ruim o fato da igreja tá murchinha e a festa bombando!

# Acho que virou febre, mas eu acho um retrocesso o fato de muitos casamentos nos últimos tempos parecerem uma festa de 15 anos atrasada. Juro a vocês que só falta o momento da troca da boneca pelo salto 15 ou pela plataforma de tchutchuca. Ôps! Por falar em boneca, não é que uma noiva fez isso: uma das mil daminhas entrou com uma boneca carregando as alianças. O que é que falta mais inventarem, hein?

# Vamos à sessão vestimentas e acessórios: noivas e madrinhas, respeitem o ambiente sagrado e moderem seus decotes. Lá vem a noiva toda feliz... toda atochada, o busto saltando pra fora do vestido, um terço decorativo na mão (não sabem nem como segurar, porque nunca rezaram um), arrastando um véu para dar mais pompa ao seu momento único de princesa. Lá vem as madrinhas, muitas vezes em escala de cores escolhida pela habilidosa noiva, a maioria desambientada sem saber se estão numa igreja ou na Sapucaí.  Na saída triunfante da noiva (o noivo é só um coadjuvante), uma chuva de arroz em tempo de cegar um ou de detonar o penteado e germinar no laquê, ou ainda as chuvas de corações laminados. Esse é só mais um detalhe brilhante dessa história da vida real que faz inveja aos contos da Disney.

# Que rufem os tambores!!! Peraí, é um casamento ou uma ópera? Ou seria um CD Love Time tocando? Gente, a música do casal pode ser tocada na festa, principalmente se for "eu tenho tanto pra lhe falar", "as metades da laranja, dois amantes, dois irmãos" ou algum flashback dos anos 80 que ganhou uma versão de Gaby Amarantos. Acho que a Som Livre ainda não sacou que ganhará milhões vendendo a versão instrumental de seus artistas mais tocados para casórios e afins.

# Faltou só um detalhe: quem vai pagar por todo esse glamour? Em muitos casos, os padrinhos! Já passou da hora da igreja limitar o número de casais. Tem necessidade de uma casal precisar de 80 assinaturas para comprovar que eles se amam de verdade? No último casamento que fui, presenciei madrinhas enfurecidas pois o padre recolheu o livro de assinaturas quando viu o excesso dos noivos. Isso pra não falar da "taxa" imposta gentilmente aos padrinhos para comprarem o direito de participarem da ala vip no afeto e amizade dos noivos. O valor dava pra comprar um ingresso para o último show de Paul McCartney no Mineirão e ainda pagar a diária do hotel! Ainda bem que no decorrer da festa de arromba não inventaram de fazer a pegadinha "máxima expressão de pobreza" de recolher dinheiro no sapato da noiva ou dos pedaços da gravata, pois se passassem na minha mesa eu ia era pegar uns trocados pra mim.



terça-feira, 7 de maio de 2013

MINHA TURMA

Achei esse texto da Martha Medeiros em uma espécie de Caderno 2 do Jornal O Globo, enquanto esperava uma turma se arrumar pra sair. Estava curtindo as férias e admirando a decoração do saguão do Hotel Imperial (ótimo custo-benefício no Rio), quando vi essa iguaria esperando por minha leitura. Cara de pau que eu sou, pedi ao gerente pra levar para ler com mais calma. Afinal de contas, já era segunda-feira e o destino dela seria provavelmente a reciclagem!

"...e só então percebi que, durante a vida, a gente conhece um mundaréu de pessoas, estabelece variadas trocas de impressões , passei por outras tribos e tal. São homens e mulheres que chegam bem perto de nosso epicentro, nem sempre por escolha, mas porque são parentes de alguém, conhecidos de não sei quem, e que acabam sendo agregados á nossa agenda do celular. Até que o tempo vai mostrando uma dissimulação aqui, uma maldade ali, uma energia pesada, e você se dá conta de que alguns não são da sua turma.

Da série de "Coisas que a gente aprende com o passar dos anos”: abra-se para o novo, mas na hora da intimidade, do papo reto, da confiança , procure sua turma. É fácil reconhecer os integrantes dessa comunidade: são aqueles que falam a sua língua, enxergam o que você vê, entendem o que você nem verbalizou. São aqueles que acham graça das mesmas coisas, que saltam junto na transcendência, que possuem o mesmo repertório. São aqueles que não necessitam de legendas, que estão na mesma sintonia, e cujo histórico bate com o seu. Sua turma é sua ressonância, sua clonagem, é você acrescida e valorizada. Sua turma não exige nota de rodapé, nem resposta na última página. Sua turma equaliza, não é fator de desgaste. Com ela você dança o mesmo compasso, desliza, cresce se expande. Sua turma é sua outra família, aquela, escolhida.

Não tenho mais paciência com o que me exige atuação, com quem me obriga a usar palavras em excesso para ser compreendida. Não tenho mais energia o rapapé, para o rococó, para o servilismo cortês, para o mise-en-scéne social. Não tenho motivo para ser quem não sou, para adaptações de última hora, para adequações tiradas da manga. Não quero mais frequentar estranhos, em cujas piadas não vejo a mínima graça. Não quero ser apresentada, muito prazer e daí por diante dissecar minha árvore genealógica, me explicar os nomes dos meus tataravós, defender posições que me farão passar por boa moça. Não quero mais ser uma convidada surpresa. Se você mandar eu procurar minha turma, acredite, tomarei como carinho."

quinta-feira, 25 de abril de 2013

PATRICIA MAXIMUM


Muito aquém da fama de Gustavo Lima, Luan Santana e Paula Fernandes, e certamente muito, mais muito além do que se classifica como talento e voz, Patricia Marx sempre foi um som de destaque entre as minhas preferências musicais. Mas desde o florescer sertanejo e pagodístico o show business foi infectado pela presença maçante de seus ilustres protagonistas, e a MPB, a música pra bom ouvido ouvir e se deleitar foi ficando restrita a um nicho bem reduzido e de bolso recheado.

Do mesmo jeito que se popularizaram shows superfaturados de melodias carameladas, que duram uma estação e são reproduzidas à exaustão em camelôs, celulares ambulantes e ambientes de lojas, se superestimaram shows de cantores cuja produção musical prima por qualidade, já tendo o artista competências e habilidades inquestionáveis. Afora os esquecidos dos anos 80, que são comuns em shows do interior e shoppings bemmmm populares, quando uma consagrada voz resolve dar o ar da graça em projetos de museus e centros culturais é um deus nos acuda!Que o diga Zizi Possi recentemente no Caixa Cultural em Recife.

Eu entendo que nem todos tem acesso, mas quando cantoras como Patricia Marx (não desmerecendo outras pérolas como Roberta Sá, Marcela Mangabeira etc) aparecem em trilhas de novelas, séries e afins, ao menos acostumam o ouvido da massa a uma melodia suave ao invés dos arranhões de um Mc Koringa, por exemplo. Por falar nisso, alguém sabe me dizer se Adele e Gadú são sócias da Som Livre ou da Globo? Parecem Ana Carolina "Rua rima com Nua" no começo da superexposição global.

Sem mais delongas, toda essa dissertação é para compartilhar o lançamento (que seja pra valer!) de mais um CD dessa espécie de Norah Jones brasileira, que teve a seguinte nota no Jornal O Fluminense: "no CD, que, como a maioria dos lançamentos recentes, conta com algumas participações de peso, como Seu Jorge e Ed Mota, Patricia mostra muito suingue, com pitadas de soul, blues e um quê de Djavan, criando uma atmosfera sempre recheada de balanço. A nova versão de Espelhos D'água – composta por Dalto e Claudio Rabelllo e na qual Seu Jorge dá uma canja – é especialmente inspirada, com um belo arranjo de metais. O disco já faz sucesso no iTunes e consolida Marx como uma artista que tem uma personalidade própria, bem distante daquela imagem da menininha que cantava canções infantis trinta anos atrás." Agora é só curtir esse barulhinho bom!;)

terça-feira, 23 de abril de 2013

segunda-feira, 15 de abril de 2013

NADA SERÁ COMO ANTES

Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Vista de Paulo Afonso da PA IV

sábado, 30 de março de 2013

quinta-feira, 21 de março de 2013

BEIJO PARTIDO

Dá uma tristeza pensar que se eu viver mais 30 anos provavelmente verei partir meus cantores favoritos. Hoje é Emílio que vai, como um Beijo Partido pra Saigon...fica a lembrança de tantas interpretações belíssimas da música brasileira na voz desse Orfeu Negro. Descanse em paz e siga...

Leve como o vento
Quente como o sol
Em paz na claridade
Sem medo e sem saudade